quinta-feira, dezembro 31, 2015

Ano novo, ano velho ou só a vida que segue

O adequado seria fazer uma retrospectiva do ano, como costumo fazer. Só que hoje não é um dia como todos os dias 31 de dezembro, hoje completo 5 anos de Rio de Janeiro e o peso que isso me traz é enorme: uma mão completa de vida, igual criança quando faz cinco anos e, ao perguntarem, lança a mãozona aberta pra frente sem necessidade de voz. 

Cinco anos. Três empregos. Três namoros. Uma viagem de três meses pra fora. Algumas perdas pesadas, outras nem tanto. Pessoas fantásticas, várias. Pessoas uó também. Pessoas de Recife que se tornaram meus irmãos aqui no Rio. Quatro carnavais em Olinda. Petrópolis, Laranjeiras, Copacabana, Tijuca, Santa Teresa, Bairro de Fátima. Uns trabalhos péssimos. Uns trabalhos massa. Umas poucas paixões fortes e demoradas, outras paixonites agudas e ligeiras. A cara quebrada algumas vezes e eu quebrando a cara dos outros tantas outras, assim como é a vida: minha, sua, deles. 

Hoje, 5 anos depois, já não tenho o desespero de ir-me embora do Rio, essa cidade cão que também me encanta, tampouco o desejo de ficar por mais 5 anos, pois tem muito mundo ai pra desbravar. Não sei, nunca se sabe. Ainda existe a Bahia e a vontade romântica de passar um tempo por lá. Tem São Paulo e a vontade mais prática. Hoje em dia, avalie, até Recife voltou a ser uma possibilidade, coisa que há um ano era fora de questão. Como é bom poder mudar de opinião!

O ano novo vem sempre, vamos agora ir até ele também?

Decidi que pra não haver conflito de prioridades, não vou fazer retrospectiva do ano, nem dos últimos 5 anos e nem projetar tantas coisas para o ano que vem cheia de textão. 

Só queria mesmo deixar a reflexão e o cuidado pra que a gente não deposite tanta responsabilidade em uma data, em um rito. Não é o ano que determina o que será bom ou ruim, somos nós. O ano começa um dia depois de hoje e por mais legal que seja pensar que será tudo novo de novo, racionalmente pensando é apenas amanhã: o dia depois de hoje. Não quero com isso diminuir o valor do rito de passagem, da renovação de energias e do tempo fatiado como diz tão sabiamente Drummond. Somos pessoas e pessoas precisam de algo pra crer, pra seguir em frente, pra virar a página, pra recomeçar. Nem que seja uma data que determinamos pra isso. A atenção que falo é apenas em não canalizar em um número nossas responsabilidades, expectativas e necessidades de mudança. Não é justo. Não vale ficar com a bunda no sofá esperando por algo que não tem razão pra vir se você não tá movimentando o Universo pra que isso aconteça. Não vale em meados de novembro ficar chateado mandando o ano ir embora, porque ele foi malvado contigo. 

O ano e o Universo que foram malvados ou a gente que mais uma vez se fez de maluco e esqueceu que o Universo e o ano giram de acordo com o que lançamos nele?

*eu gosto de escrever Universo com letra maiúscula. Grata pela compreensão.




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