segunda-feira, outubro 22, 2007

Desmemoriando

Ser orfão de gente viva é paranóia delirante ou fato cortante?

Ninguém se perde, cada um se esconde, é diferente.

Os tempos mudam , o sol vem e vai.

E essa pergunta não pára de fazer voz em uma cabeça baleada,

em um coração desmemoriado, por necessidade.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Aperto

Quando o coração dá um aperto,
Parece que aperta a garganta toda e a respiração trava.
Fica tudo fundo, até as lagrimas ficam internas, inteiras.

terça-feira, setembro 18, 2007

Dentro del silenzio

Saudade daquela rua. Da noite.
Dos risos na calçada daquela rua.
Da rua. Da noite...
Da voz na calçada daquela rua.
Da rua. Da fumaça. Da bruma. Da noite.
Dos silêncios na calçada daquela rua.

Daquela rua...

Rua aquela, calçada nos silêncios da noite.
Da bruma. Da fumaça da rua.
Rua aquela, calçada nas vozes da noite.
Da rua, daquela rua!
Calçada nos risos da noite...

... Saudade.

Texto em parceria com Luis Eduardo Guerra e a saudade que grita baixinho.

terça-feira, setembro 04, 2007

Eleva(dor)

Entra e sai, entra e sai
Sobe, desce
Aperta, aperto
Risos, gritos,
Cheiros

Entra e sai, entra e sai
e sai e entra

Aperta , aperto
Risos, gritos
Cheiros

Esse é a vista do homem do elevador.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Por um fio

A mensagem cifrada, sobressalto
Armadilha invisível do apego
Ameaça do meu desassossego
O silêncio da esfinge fala alto
Cometer e ser vítima de assalto
Perder a condição de estar sadio
Passear nos jardins do desvairio
Cair no precipício do teu jogo
O desejo de usar de arma de fogo
O desfecho da estrofe num desvio

terça-feira, agosto 28, 2007

Semente

A semente tão prenhe, carregada
Do jardim do meu peito ocupa o centro
Semeada lá dentro do de dentro
Dentro do lá de dentro semeada
É palavra escondida, bem guardada
É palavra guardada, escondida
Feito a noite escura duma vida
Esperando chegar a sua aurora:
Germinar pé de amor, pé de amora
Dessa coisa tão doida e tão doída.

domingo, agosto 12, 2007

Recifilis

Jogada na lama negra em forma de redenção
Não tinha sol não tinha luz
A chuva lavava a alma rasgada
Enquanto ela esmagava os seios fartos de leite grávido na boca
Na própria boca farta de fome, fome de gente, de homem

Não sabia mais onde escorrer tanto dissabor
Vergonha já não sentia
Não sentia mais nada

A dor entrando pelos poros não pedia licença,
involuntária
Tudo
Doía todas as peles
Todos os pêlos em todas as partes
Partes partidas de uma mulher em estado de perigo

Não resistiu, enfim, um filho.

sexta-feira, agosto 03, 2007

tempo.

-Todo mundo correndo, vitor trabalhando muito.. todo mundo,né... nao pode perder tempo mesmo, agora na minha situaçao é que vjo isso.. a hora de perder tempo é essa, que nao se tem mais como ganhar dele.
-é... deve ser,vó
-Pode ir, carlinha. Sei que voce tem muita coisa pra se fazer e que nao pode perder esse tempo que a gente ta falando
-Mas as vezes perder tempo é bom, vó. É importante.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Irmãos

Eram irmãos. sabe-se lá o por que, mas eram. Nasceram assim e pronto. Mas não passavam os momentos juntos, não passavam os choros e gargalhadas perto, no mesmo riso, na mesma sintonia, alias, acho que a única coisa que passavam, era o arroz ou a carne para o outro em um almoço de domingo. Por uma fina obrigação rotineira.

Com saudades do meu irmão, fui me imaginar pendurada no pescocinho magro dele em Aldeia ou vendo algum filme deitados.

Pra tentar matar minha saudade, inventei de imaginar um amigo meu (que conheço pouco por dentro) com a irmã dele (que eu nunca nem vi, mas sei que tem) e deu nisso.

Não consegui matar a saudade do meu!

terça-feira, maio 29, 2007

A esquizofrenia se veste de parede branca

A questão não era o que ele sabia e o que ela sabia daquilo tudo. Eles já sabiam que sabiam.
A questão era exatamente o “entre isso”. O espaço que parece vago pra quem vê, mas não é.
Eles até negavam... Mas era como se ouvissem gritos satisfatórios em pleno quarto escuro e silencioso, enxergando tudo com as mãos frias e úmidas.

Um estranhamento sentado no chão de uma sala com teto e piso branco.
Nu, completamente nu e uma iluminação clara sufocante, embaçando a retina.
Desejando água nos pés e letras nos olhos.
Letra embaralhando tudo, embaçando e esfregando as mãos nas pálpebras.
Hálito de fome.
Sem perceber, passou dias assim. Todos os dias suficientes para ser chamado de “entre isso” ou de entre eles.

Micropercepções tinham até demais.

O remédio que faltava para curar desse estranhamento excitante, era apenas um pouco de tédio.

Não conseguiram e foram dormir.

terça-feira, maio 22, 2007


Um sorriso desenlaçado e o alívio molhado em lilás de uma alma abraçada...
Fora do meu corpo, do mundo de relógios e alfinetes.
Moro longe do meu cabelo e pele. Longe daqui, longe da seta, da reta.
É lá que consigo sentir o ar e respirar limpo, transparente.

... Quando me levo para mim.

E, para minha alegria, estou grávida de borboletas

segunda-feira, maio 07, 2007

Como antes, sempre. Como nunca.

... e de rosto embaçado de fumaça.
Fumaça, cigarro. Fumando e lindo.
Lindo como antes, sempre. Como nunca.
Rebate, coração.
Manda pra lá, pra cá, pro meio... Do meio que não tem ninguém.
Saravá. Manda logo que tá a mais, de amar.
Batendo o pé, bate pé, bate bate pé, sequência leve
em uma agonia frígida, num prazer frígido.
E ela, um frigidismo fingido de prazer que os olhos não conseguiam mais encarar.
Na mão, uma espera. Na outra, um cigarro beijando-lhe os lábios ao invés da boca,
da outra boca,
da boca como antes, sempre. Como nunca.
De lado, ainda... Blusa branca e um cheiro sinestesiando.
Engole seco, água na garganta, poeira de lado, fosco
e os olhos sedados, calados, curiosos.

Carla Alencar.

quinta-feira, maio 03, 2007

Ele

João: Amor.. Quem ver esses teus últimos posts vai achar que tu anda tendo brigas comigo!
eu: É? Tá bem.. Vou resolver esse seu problema social.

Resolveu?

Não, pela frieza, ta parecendo que é o terceiro post que faz as pessoas pensarem isso!

HAHAHAH. Proposital... Então...

Eu vou cheia de candelabros
correndo pro encontro
meu coração alvoroçado
me deixa devagando
quando chego, vejo:
esqueci das velas
mas, ora pudéra
ele já estava com elas
acesas
me esperando.


quinta-feira, março 29, 2007

presente no ausente do presente.

E o melhor presente que te dei, foi a tua-minha saudade, do nosso, ausente.

Isso começou no dia em que um sim ou não decisivo perdeu o sentido e ficou pequeno demais dentro do “de dentro” que passou a caminhar do nosso lado, do lado de fora. Andar pelo caminho da frente e de sempre foi o menos duvidoso para o menino que sentava na janela e assim ele o fez. A menina não se avexou, não gritou. Ela chorou um choro pra dentro em silencio e desalinho e calou.

Ela não queria nada tão certo, e ao certo ele não sabia o que queria. Nessa ondulação do não saber, eles desataram as retas cruzadas e seguiram lado a lado na confusão do momento. Ficaram como uma rua paralela a outra... Sentindo as vibrações tão perto, sem virar de lado, sem mudar a direção, sem se tocar. E assim passaram por horas, horas que se transformaram em dias e meses.

Ele lá, ela lá, os dois no “lá” de cada um.

O silêncio dizia que eles se gostavam... Gostavam-se igualzinho as ruas que estavam percorrendo... paralela, Paralelamente, pelo meio fio, sem esboço ou esforço. Sem palavras, sem ensejo, sem nada, nada que dizem necessário para se gostar...

Mais, mais além.

Tinham um olhar que transpassava de ponta a ponta e o desconcerto do encontro ao acaso, tinham as lembranças e os sonhos, tinham os cheiros,os desejos, o suor e muito mais.

Ela embrulhou tudo em forma de presente, e deu pra ele, junto com uns papeis que somando parecia um caderno e umas lembranças em forma de desenhos coloridos.

Mas o melhor presente que ela deu, foi o ela-ele, que ficou dentro deles e só.

Sim, esse foi o melhor.

terça-feira, março 27, 2007

A menina de cá de lá.

A pessoa é de onde nasce? ou de onde os primeiros ares respirou?
Mas.. e se a pessoa nasceu, foi simbora e depois voltou?
Pra mim a pessoa é de onde o corpo e a alma dançam
é do frevo? é de maracatu.. é de caboclinho..é de ciranda

mas ela bem sabe.. não esquece...
não é de nada quem não é de samba!
e não é mesmo.

ela é do Recife das paixões, dos estandartes...
de onde pariu tantas canções nos blocos de saudade

é do Rio em janeiro tão quente
gingado do corpo suado na praia
é cor do verão
amarelo fervente
cobrindo de samba pela madrugada

é do recife alto, da olinda antiga
do alto da sé, da fé e de itamaracá
é do samba de roda, da roda de capoeira
fazendo zoeira
menina dos olhos do mar

A menina é de lá e de cá
de cá por que nasceu
de lá por que sorriu...
Mas ela queria mesmo
É ser de todo esse Brasil.

quarta-feira, março 21, 2007

A menina da canção, do menino do calção.

e a boca se enche de gafanhotos agoniados
quando se conta mais uma desvairada história da menina de lá, daqui, de sempre
É sempre como uma forma de se sentir vivo ouvindo mais um ou mais vários
"que doida, que louca"
e sorrir satisfeito
satisfeito não poque concorda,
satisfeito por ouvir falar e ver que não é um papo sem graça
causa tumulto, o coração bate bem rápido,
tão rápido que os depoimentos sobre ela perdem a graça
diante da batida que o coração descompassado, descompensado faz.
e sabe... ele gosta por que é assim, desse jeitinho assim...
o verbo rasgado faz parte de toda a maquiagem envolvida
nessa dança do amor a dor
da dor do amor
da dor
do amor que ela tem
verbos rasgados são jogados na lata do lixo
por serem agudos aos ouvidos
jogados naquela latinha que costuma ficar no cantinho da pia da cozinha
ou no cantinho do quarto.. aquele papel amassado,
amassado por que está errado
você fez direto à caneta...
quando não se tem certeza, vale mais escrever à lápis.
Mas ela não... ela escreve com caneta à base de tinta óleo
difícil de apagar
e você não vai enxergar algum de seus papéis jogado nesses cantinhos
O rapaz pode até jogar por lá.. enquanto alguém tá com a vista perto, de butuca
mas logo em seguida ele recolhe e guarda na caixinha mais bonita
que fica dentro de outra caixinha
dentro do seu coração
junto com a canção
e o calção que ele queria usar na praia de ipanema, com a moça perdida nos poemas
de um outro amor
que é o mesmo amor
renovado, curado.

o verbo dela é rasgado e desmedido...
mas é sempre costurado a fio de ouro
por que ele bem sabe... é de verdade.
é de fazer sorrir, verbos rasgados, sentimentos pro lado de fora
de fora da boca, de fora do mundo
é de fazer sorrir quando se sabe que é de verdade
é sim
é de fazer chorar.

segunda-feira, março 19, 2007

eu ouvir dizer..

.. com medo de dizer, eles acabavam falando de uma coisa,
querendo outra... ou falavam palavra sim,palavra não
até que um dia passaram a não dizer mais nada..
com medo de errar.

parece que gostavam daquele breve mistério, que todo mundo já sabia o que era, sem precisar das palavras.

sexta-feira, março 16, 2007

Raissa.

Esticada de lábio encabulada para o lado
sem mostrar os dentes
como quem imita um sorriso cheio de vergonha e duvidas.
é assim que acontece quando duas pessoas que nao sabem de onde se conhecem,
querem se conhecer.
em uma festa? da infancia, através de um amigo?
ou por comentários de alguém que sabe de alguma coisa...
sempre é a irmã de alguém ou ex namorada de algum dos seus problemas
ou apenas uma pessoa que voce conhece através de imagens criadas na mente,
depois de ouvir algumas frases a respeito dela.
e aquela tentativa de riso se repete por várias vezes...
até o momento em que voce decide baixar a cabeça e passar rápido
pra nao ter que fazer a mesma coisa de todos os dias.
(é meio constrangedor)
ou chegar de uma vez e falar um "oi,tudo bem?"
(mais constrangedor ainda)
voce acaba escolhendo a primeira opçao e ela se alterna entre sorrir e baixar a cabeça
ora baixa cabeça,ora sorrir
até o instante em que encontra essa pessoa com alguma outra conhecida sua
e é quando voce,finalmente, coloca em prática a segunda opçao.
Sabe que tudo isso normalmente é muito chato,eu nao gosto
abro logo um doritos porque fede ou faço de conta que o celular tocou.
Isso aconteceu esse semestre com algumas pessoas
(que até agora nao sei de onde surgiram)
mas dentre elas,teve uma que nao me deu vontade de abrir um doritos
ou de fazer de conta que tava no celular.
eu sempre tava no celular de verdade e isso pra mim nao era um alivio
(quanto drama em cima de um "sorriso esticado para o lado juntamente com um oi tudo bem,tchau :P)
Mas sabe quando voce nem conhece uma pessoa,mas sabe que gostaria dela se conhecesse?
e gosta dela, mesmo só sabendo da sua preferencia por uma cor,por exemplo.
e voce acaba usando desse unico detalhe que voce sabe,para ser comentado a cada vez que voces se falam.
Talvez como uma forma de ter o que falar;
talvez como uma forma de perceber alguma outra coisa;
ou até mesmo porque é bem estranho alguem nao morrer de calor usando preto todos os dias.
Ela parece ser assim: (eu e minhas manias de imaginar como sao as pessoas)
A gente consegue,sem dificuldade, ver o seu coraçao por fora...
Tem algumas remendas costuradas a fio de ouro.
Mas parece que guarda lá por dentro do peito,um amor novinho em folha
novinho todos os dias...mesmo que antigo.
Tem um sorriso rotineiro desalinhado..
Mas que fica desvairado e desmedido entre os amigos.
Ela fala com os olhos virando para o lado.. Mas nao é de lado como quem ta pensando
é de lado como gente timida faz.
come muito e gosta de ler textos curtos.
Quando vai contar algum segredo... ela chega bem perto e faz suspense.
(um suspense rápido e cheio de vontade de falar logo,mas faz)
ver filme comendo batata-frita (ou pelo menos gostaria)
e por falar em filmes... esse deve ser um dos programas que ela mais gosta de fazer com as amigas...na casa de alguma delas.. regado a muito álcool,claro.
Facilitaria escrever sobre essa criatura,
se eu tivesse na internet vendo as comunidades do seu orkut
Mas perderia a graça.
Gosto mesmo é de saber que no final das contas
ela odeia batata-frita e que nao gosta de ler nem textos curtos e nem longos
aliás,que nem conseguiu terminar de ler esse daqui! :D

quarta-feira, março 14, 2007

mesa de bar.

O insolente horário de verao insiste em esquentar a cerveja na mesa da calçada. Senti seus olhos amparando meu seio por detrás do copo,
descansei meu peito suado na palma do seu olhar!

quinta-feira, março 08, 2007

homem máquina

Em um dia, em um lugar ele surgiu. Mas ele não surgiu de ferro e nem corria o risco de enferrujar. Ele nasceu como todo mundo: de carne,pele,osso,alma e coração.. Há quem diga que toda essa cara é marra,pura marra e fingimento... mas a mim não engana! Isso pra mim é homem máquina. Homem marra segue esse título até o momento em que isso é charme; quando perde o rítmo e o controle, se transforma em homem máquina mesmo. (só que ele dificilmente vai reconhecer isso, dificilmente não: nunca!)
Sabe quando fatores externos acabam abalando nosso interior? isso acontece todos os dias com todo mundo. com o homem máquina não! Os fatores externos externam para o externo, não dá tempo nem de fazer um passeio lá por dentro e depois sair, ele vai direto pra fora da mesma forma que chegou: agoniada,desajeitada e tantas vezes injusta. Não se pode esquecer que os fatores internos também influenciam e muito no mundo de fora. E ao contrario do que parecia ser a lógica (se isso tivesse seguindo alguma logica,claro), o homem máquina consegue externar e muito bem quando seu interior tá sorrindo. Ele não fala "nossa,como estou feliz e como eu gosto de voce!" ele simplesmente nao faz como normalmente faz, ele não usa de suas maquinagens,apenas. Então.. o momento que deveria ser visto como o de uma pessoa normal.. se transforma em um momento raro, de alegria e paz para os que estão perto. Pena que sempre dura tão pouco e logo ele volta a atuar. Homens máquina,além de tudo isso... tem um poder incrível de conquista, porque quando quer (ou quando precisa), chega de mancinho fazendo de alguma forma (ou usando de alguma fórmula) pra te fazer deixar pra lá as coisas e embracra naquele momento de leveza e riso. (mas esquecer? jamais) É, o homem máquina, por ser máquina... tem esse poder de conquista mais do que qualquer outro cidadão. O problema é quando eles acham ou se enganam achando que as pessoas ainda caem nessa ladainha da "brincadeira do contente" ora de bem, ora de mal. ora de mal.. ora de ta de bem. Homem máquina consegue dessas coisas. Não se controla.. mas controla muito bem a hora que quer tá de bem e ACHA que as pessoas seguem esse mesmo ritmo hipócrita que ele tem. Engraçado... agora eu poderia fechar esse capítulo e falar coisas absurdamente opostas dessas.
o tamanho da criatividade e da bondade que ele sempre teve.... (essas coisas ainda existem e eu só consigo ver elas existindo "POR ALGUMA COISA" ... não mais por alguém.) alegria e gosto de gás (não consigo enxergar espontaneidade.... e sim vontade de aparecer). Isso parece bem triste. se apenas parecesse.... Eu acho isso bem triste. Homens máquina deveriam ser quebrados pra poderem nascer novamente com um coração a mais.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

o meu amor

o meu amor
é do jeito dele
é do meu jeito
é do jeito da gente
dia-a-dia
passo a passo
sinestesia
é cheiro,beijo
braços e abraços
É não ter pressa
é querer,respeitar
e gostar
é de hoje e de amanhã
é de tempo nenhum
é no nosso tempo
é de agora
é bonito,é leve
é gesto é pele
é detalhe é segredo
e mais além...

é do nada
é do bom
é do bem



meu João

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Puntos para ti, muchacho

Agora eu to sentindo coisas não faláveis.
Só vontade de chorar pra dentro.
Sem vontade de lágrimas e nem paciência para curtir elas.
Uma engolida de choro pra dentro,
Se dissolvendo pelas partes que eu nao consigo ver.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Janeiro,primeiro.

Enquanto a menina enganava as ondas com pulos incertos,
ele sentado,fazia cócegas na areia da praia... sem pressa.
Tava tudo bem branquinho,com o sol dando um bom dia preguiçoso...
um bom dia para gente que ainda ia dormir.
Foi quando deitado no colo dela,seus olhinhos apertados de sol razo,
brincaram com os dela.. tontinhos,tontinhos.
Pareciam até que eles iam contar segredo pelo olhar.
Feliz ano novo! feliz ano novo... disse ela.. com vontade de querer estar exatamente alí.
- Parece que começamos o ano bem,né? ele falou,baixinho.

(foi naquele momento... sim.. nos que os olhinhos brincaram..
que a menina sempre tao decidida,firme e nem ai... percebeu que..
ah, a menina nao percebeu foi nada,oras! só que iria dormir o resto desse dia inteiro.)

segunda-feira, janeiro 22, 2007

É

Então a saudade mandou chamar
Quem tava cochilando
É hora de acordar,camará
Que o passarinho verde ja anunciou a partida
Contou um,dois, três e já
Foi embora bem depressa
e nao me ensinou a voar.