segunda-feira, abril 16, 2012

Dos tempos de chinelo molhado






Tá chegando a época de chuva e vento frio que remete à nostalgia de andar nas ruas com a minha eterna falta de agasalho. A época em que a cidade mais parece com São Paulo ou pelo menos se distancia do Rio de janeiro que deixa a gente com a cor do meio dia. E é nessa época que sinto uma saudade desproporcional às chuvas da estação. Saudade de qualquer coisa, inclusive das que nunca vivi ou as que ainda vou viver. É uma beleza triste. Ou uma tristeza bonita. Folhas amarelas estratégicamente jogadas embaixo das árvores, preenchidas por lágrimas do céu. Tempo de quase que somente pura poesia. O coração se desloca com a mesma lentidão que minhas mãos frias nesses dias de taças quebradas, beijos e vinhos. O nariz gelado, o jazz e as mãos no bolso do casaco.

Eu não sei direito como lidar com a transição do outono para o inverno. E também não sei como lidar com minhas emoções...

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