quarta-feira, março 21, 2007

A menina da canção, do menino do calção.

e a boca se enche de gafanhotos agoniados
quando se conta mais uma desvairada história da menina de lá, daqui, de sempre
É sempre como uma forma de se sentir vivo ouvindo mais um ou mais vários
"que doida, que louca"
e sorrir satisfeito
satisfeito não poque concorda,
satisfeito por ouvir falar e ver que não é um papo sem graça
causa tumulto, o coração bate bem rápido,
tão rápido que os depoimentos sobre ela perdem a graça
diante da batida que o coração descompassado, descompensado faz.
e sabe... ele gosta por que é assim, desse jeitinho assim...
o verbo rasgado faz parte de toda a maquiagem envolvida
nessa dança do amor a dor
da dor do amor
da dor
do amor que ela tem
verbos rasgados são jogados na lata do lixo
por serem agudos aos ouvidos
jogados naquela latinha que costuma ficar no cantinho da pia da cozinha
ou no cantinho do quarto.. aquele papel amassado,
amassado por que está errado
você fez direto à caneta...
quando não se tem certeza, vale mais escrever à lápis.
Mas ela não... ela escreve com caneta à base de tinta óleo
difícil de apagar
e você não vai enxergar algum de seus papéis jogado nesses cantinhos
O rapaz pode até jogar por lá.. enquanto alguém tá com a vista perto, de butuca
mas logo em seguida ele recolhe e guarda na caixinha mais bonita
que fica dentro de outra caixinha
dentro do seu coração
junto com a canção
e o calção que ele queria usar na praia de ipanema, com a moça perdida nos poemas
de um outro amor
que é o mesmo amor
renovado, curado.

o verbo dela é rasgado e desmedido...
mas é sempre costurado a fio de ouro
por que ele bem sabe... é de verdade.
é de fazer sorrir, verbos rasgados, sentimentos pro lado de fora
de fora da boca, de fora do mundo
é de fazer sorrir quando se sabe que é de verdade
é sim
é de fazer chorar.

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