segunda-feira, maio 07, 2007

Como antes, sempre. Como nunca.

... e de rosto embaçado de fumaça.
Fumaça, cigarro. Fumando e lindo.
Lindo como antes, sempre. Como nunca.
Rebate, coração.
Manda pra lá, pra cá, pro meio... Do meio que não tem ninguém.
Saravá. Manda logo que tá a mais, de amar.
Batendo o pé, bate pé, bate bate pé, sequência leve
em uma agonia frígida, num prazer frígido.
E ela, um frigidismo fingido de prazer que os olhos não conseguiam mais encarar.
Na mão, uma espera. Na outra, um cigarro beijando-lhe os lábios ao invés da boca,
da outra boca,
da boca como antes, sempre. Como nunca.
De lado, ainda... Blusa branca e um cheiro sinestesiando.
Engole seco, água na garganta, poeira de lado, fosco
e os olhos sedados, calados, curiosos.

Carla Alencar.

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