quarta-feira, fevereiro 17, 2016

No ar (texto de 21 de Janeiro de 2016)

Você vai me encontrar no aeroporto. A primeira pessoa do Recife que vou encontrar e logo no aeroporto e logo você. Me surpreendo e em seguida penso que não haveria mesmo motivo pra ser diferente. Só então me dou conta da dimensão de tudo. Que irônico, sempre precisei passar por aeroportos pra te encontrar com uma felicidade de explodir o peito. E depois por eles novamente pra levar comigo e deixar contigo o gosto amargo do “adios”. 

Agora escrevo de dentro do avião e em menos de 1h vou ver esses olhinhos apertadinhos mais uma vez. Eu não acredito. Eu acho que é mentira. É mentira? Me pergunto muito seriamente. Percebi que não desgrudo o sorriso da boca nem por um segundo. Fechei os olhos e deixei o sol de fim de tarde corar meu rosto pela janelinha do avião. E meu sorriso largo continuava lá. Dei um cochilo e, entre a voz sensual da aeromoça no microfone e a cadeira que não acomoda muito bem o corpo, me vi sorrindo novamente. Pagar R$15 reais por um sanduíche sem graça também não me chateou. Ver que estou de blusão e short e sem nenhuma maquiagem e nem pompa pra te rever também não me desanima, sei que estou tão radiante que essa luz ultrapassa qualquer batom. Nada, nada tira meu sorriso da cara. Nem o aviso de que o voo atrasou 1h. Ainda assim o sorriso permaneceu.


Acho que quando a gente se encontrar, se olhar e caminhar em direção ao outro cada passo chegando mais perto, vai ser tanto do sorriso mas tanto do sorriso que o universo inteiro, de alguma forma, vai sorrir junto também.

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