Você vai me encontrar no aeroporto. A primeira pessoa do Recife que
vou encontrar e logo no aeroporto e logo você. Me surpreendo e em seguida penso
que não haveria mesmo motivo pra ser diferente. Só então me dou conta da
dimensão de tudo. Que irônico, sempre precisei passar por aeroportos pra te
encontrar com uma felicidade de explodir o peito. E depois por eles novamente
pra levar comigo e deixar contigo o gosto amargo do “adios”.
Agora escrevo de
dentro do avião e em menos de 1h vou ver esses olhinhos apertadinhos mais uma
vez. Eu não acredito. Eu acho que é mentira. É mentira? Me pergunto muito
seriamente. Percebi que não desgrudo o sorriso da boca nem por um segundo.
Fechei os olhos e deixei o sol de fim de tarde corar meu rosto pela janelinha
do avião. E meu sorriso largo continuava lá. Dei um cochilo e, entre a voz
sensual da aeromoça no microfone e a cadeira que não acomoda muito bem o corpo,
me vi sorrindo novamente. Pagar R$15 reais por um sanduíche sem graça também
não me chateou. Ver que estou de blusão e short e sem nenhuma maquiagem e nem
pompa pra te rever também não me desanima, sei que estou tão radiante que essa
luz ultrapassa qualquer batom. Nada, nada tira meu sorriso da cara. Nem o aviso
de que o voo atrasou 1h. Ainda assim o sorriso permaneceu.
Acho que quando a gente se encontrar, se olhar e caminhar em direção ao
outro cada passo chegando mais perto, vai ser tanto do sorriso mas tanto do
sorriso que o universo inteiro, de alguma forma, vai sorrir junto também.
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