terça-feira, fevereiro 23, 2016

24h e uma vida - Parte III

*relatos sobre o sábado de carnaval dividido em fragmentos.



Demorei uns bons segundos pra entender que eu tava no chão. Pé no chão e mente flutuante. O carnaval é mesmo uma beleza! Cada ano mais. Como é bom estar aqui novamente. Aqui, exatamente aqui e desse jeitinho. 

Mangueira descendo a ladeira, um universo verde e rosa e minha vista endoidecida de cores e alegria. Isso podia durar pra sempre. Eu sempre me levando a sério. 

Partiu Acho é Pouco? Sim, não, sim, pera ainda, jájá, só mais um cadinho, não! Bora! Vocês vão? Sim, não, vou se ele for, vou se todo mundo for, bora, pera, não. Fui. Fomos. Cadê o dragão? Tá no Carmo, tá chegando no Carmo, faz tempo que não vejo, já acabou, claro que não, só acaba lá pra onze horas. Bora, apressa o passo! A gente vai pegar esse dragão. Ó ele ali! Eita, bora, bora. Cordão, banda, dragão, alegria. Alegria. Alegria. Aperto, aperta. Garganta, pulmão. Vermelho e amarelo. O vermelho e o amarelo morrendo no Carmo. Rodrigo tá chamando pra ir pra Gravatá ver o show de Jards, bora? Carai, a gente vai viajar a essa hora até Gravatá? Sim, po, Rodrigo passou o dia em casa, não bebeu e vai dirigindo. Vamo nessa? Vamo! Eita, o show já foi, era mais cedo. Bora em Juju, então? Bora! Desce 4 caldinhos de sururu e uma cerveja bem gelada. Sururu médio, cerveja quente. SMS. Ligação. Brecht brotando em juju, ajoelhado do meu lado. Uma alucinação. Um sonho. 

A galera tá ligando! Bora encontrar todo mundo? Bora! Todo mundo junto, todo mundo. Quando o dia parecia ter terminado, ele só tava começando. Bora no Fortim sacar o que tá rolando? Bora! Show médio, pessoas empolgadas. Cerveja, bora comprar uma cerveja ali. Um frevo animado tocou. Atravessei a avenida frevando como se o mundo fosse acabar. Quanto custa a cerveja? Pra você é de graça, estás trabalhando igual a mim, animando com tua dança o carnaval. Puxa, obrigada! Cerveja na mão e amigos orgulhosos. E agora? Casa de Amanda ali no Bonfim pra dar um tempo, bora? Bora! Violão e um bocado de gente cantando. A gente cantando. Fagner, Molejo, Djavan, o que viesse. Bora comprar cerveja? Bora! Um saco enorme de arroz daqueles bem brutos de feira cheio de cerveja e skol beats azul chegando na casa. Eita porra! Que instiga! E ai, galera, bora no Homem da Meia Noite? Sim, não, sim, não. SIM. Bora, tá na hora. Alguém sabe chegar lá? Eu sei! Porra, o gringo vai guiar a gente? Oxe, ele é o mais maloqueiro de todo mundo, minha gente, se enganem com essa carinha não.

Homem da Meia Noite. Um beijo. Uma frustração.Tiro, porrada e bomba. Cadê ele? Que demora danada! Ele vem mesmo? Vem! Ele passa por aqui mesmo? Sim, ele passa por aqui, nos informou uma menina dando toda uma aula sobre o Homem. Lá vem ele. Eita peste. Lá vem ele. Emoção, correria, quero ver de perto. "Só deu tempo de ver o nome Carlaum correndo atrás do homem, tu és muita instiga, Carlinha!" 

O Homem demora que só a passar e quando passa é tão rápido! Já acabou mas já tá tarde pra cacete. Vamo embora? Vamo! 

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