segunda-feira, janeiro 30, 2012

The Nutcracker







Emoção e admiração. São essas as palavras que me vem a cabeça quando lembro da apresentação do Quebra Nozes a que assisti no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no final de dezembro. Além do normal, que é, de fato se emocionar com tal espetáculo construido minimamente para isso, tem o plus de, pela primeira vez, estar do outro lado. Do lado da platéia. Um olhar até então desconhecido por mim que nunca havia assistido ao Quebra Nozes. Apenas feito. O cenário, a iluminação, o figurino e a orquestra. Tudo equilibrado em uma harmonia que te transporta por duas horas para um mundo mágico, pleno. E a cada cena, um sorriso e uma surpresa, apesar de ter a sequência na cabeça. Tudo parece novidade e realmente é. Do palco eu sentia meus pés, meu coração e minhas mãos, leves. Da platéia eu sentia tudo isso, por eles. E sentia por mim a alegria incomensurável de estar alí, sentadinha e aproveitando cada instante. E apesar de ser um espetáculo tão antigo, é absurdamente atemporal. Flutuando por gerações.


Meu coração acelerou feito foguete na Valsa das Flores, para mim, a mais linda de todas. A roupa estava impecável e a orquestra também. A valsa das flores me carrega para lugares antigos e novos. E as mãozinhas involuntariamente aconpanham, discretamente, a passada das notas. Relembrando sem pressa o cabelo sendo preso, a flor no grampo, as camadas da saia, a maquiagem pra ressaltar os olhos, a sapatilha de ponta e a dor no corpo que não mais se sentia. 


Logo veio o Pás De Deux e as lembranças correram nos olhos. Os passos, os olhares, a leveza e beleza daquela dança a dois. Os giros perfeitos que nunca conseguia fazer nos ensaios e surgiu como uma pluma no dia do espetáculo. O rosto dos meus pais. As fotografias. A plaquinha dourada. Os abraços e as flores. 


Sentir-me grandiosa e cheia de orgulho. 


É feliz ter lembranças tão consistentes,tão densas. Pegáveis!

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