terça-feira, janeiro 10, 2012

Árvore

Árvores genealógicas sempre me atraíram. Querer saber quem veio antes, a raíz. Quem complementou as folhas e os frutos para que aquele conjunto enorme de pessoas possa ser chamado de Família.

A minha é aquele estilo de família enorme, mas bem segmentada, o que colaborou para que eu gostasse de estudar sobre.

Meu avô é cearense e a minha avó, amazonense com descendência sírio-libanesa. Meu pai é amazonense e seus avós são índios.  O Fadul faz referência ao pézinho nas arábias, mas nossos olhos deixam isso bastante claro: "gordinhos no meio ao mesmo tempo que são esticadinhos", como sempre ouvi na vida. O Alencar é cearese. A família é enorme e dividida em duas: Alencar de Pernambuco e Alencar do Ceará, e eu, apesar de ser pernambucana, herdei o sobrenome cearense. Aliás, nem adianta pensar ou falar que é tudo a mesma coisa, pois as duas famílias tem rixa antiga e a família Sampaio acabou entrando no meio dessa salada toda. Rixas antigas entre fazendeiros. (alguém levou um par de gáia, isso sim!)

Por parte de mãe é tudo mais simples: Todos são cariocas, mas meu avô tem decendência espanhola, porém, ao ser registrado, o moço do cartório (devia estar muito doido) trocou o sobrenome Ramires por Lindes, e, desse modo, acabou criando uma família que nunca existiu, a família da minha mãe: Lindes.

Então funciona assim, uma família enorme que mora em vários pedacinhos desse Brasil: Manaus, Ceará, Rio de Janeiro e Recife. Na verdade agora está ainda mais espalhada, posto que um dos meus irmãos está morando no RS, mas, bem, isso pode mudar a cada instante, já que ele é piloto da aeronáutica e é sempre transferido.

Bom, essa é a hora em que alguns devem se perguntar do por que RECIFE? Se ninguém é de lá? Costumo pensar que os destinos profissionais dos meus pais foram sensacionais e armaram esse esquema apenas para que eu nascesse pernambucana, só pra completar o pacote! Acho justo!

Uma família enorme e linda. E, ao mesmo tempo, várias pequenas famílias. Sempre tive a maior saudade dos almoços com todo mundo reúnido: avós, tios, primos, periquito e papagaio. Os almoços que só tínhamos nas férias, quando conseguíamos juntar parte de um todo. E era sempre com muita ansiedade que esperava as datas comemorativas para que todos se juntassem novamente. Natal e Ano Novo, épocas perfeitas para isso. Uma festança só! Até que o ano virava, o carnaval passava (eram sempre farras históricas na minha casa, com todos reunidos) e,após esses festejos, eu voltava para a realidade da família de 5 pessoas. 

Hoje em dia, ao mesmo tempo que esse número aumentou, ele ficou ainda mais reduzido: com a separação dos meus pais, moramos só eu e a minha mãe. Em compensação, meu pai tratou de casar novamente e me arrumar mais dois irmãozinhos, as coisinhas mais lindas da minha vida! Mas aí já é uma nova árvore e uma história que tá se formando e firmando a cada dia.

E a tendência é que cada um vá criando sua própria família, para as novas árvores: eu, meus irmãos e meus primos. 

E a minha vontade é que um dia eu possa, finalmente, ter a minha própria família cheia de gente pela casa, crianças correndo, almoços com mil talheres, várias sobremesas e um sorriso satisfeito de mãe com suas crias por perto. Enquanto isso, fico a admirar uma família que é bem desse jeito, no jeito "A grande família". 

Uma família de verdade e que o tempo não quebrou. É difícil encontrar isso nos dias atuais e é gratificante poder fazer parte disso tudo. Acho que papai do céu ouviu meus apelos infantis.

E que essa família dê continuidade pelo mesmo laço que foi unido: O laço do amor e do respeito.


2 comentários:

Namorado e membro da família! disse...

Richard Bach disse:

"O laço que une sua família verdadeira não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida um do outro. Raramente os membros de uma família se criam sob o mesmo teto"

E eu digo q me sinto orgulhoso de ter sido criado sob o mesmo teto da minha verdadeira família.

E, que venha, finalmente, minha própria família, com a casa cheia, as crianças, os almoços, sobremesas e talheres, e sorrisos satisfeitos como esses daí, estampados no rosto de cada um nessa foto!

Mamãe disse...

Carlinha, a família Ramires é de origem espanhola, e não árabe. Adorei sua árvore e a foto da sua mais nova presente-futura família....