terça-feira, dezembro 06, 2011

Recife: parada obrigatória

16-10-2011


isso é cagado e cuspido 
paisagem de interior




No primeiro dia de passeio (lááá no Guaiamum Gigante), Blenda e Igo, casal de amigos queridos, propuseram um passeio fotográfico pelo interior do Estado. Topamos na hora! Unimos nossa paixão pela fotografia, com o desejo de conhecer novos lugares,e, de quebra, pegar umas boas dicas com o casal que são dois fotógrafos profissa e renomados em veículos de comunicação de Pernambuco. O passeio não podia ser mais apropriado: Um tour gastronômico pelo interior. A idéia veio de Igo, que assinou as fotos do Guia Sabores Rota 232. O pacote tava completo, não tinha como ser um guia mais "sabido das coisas". 


Depois de muita preguiça pra acordar, e, quase desistir do passeio (havíamos dormido apenas 1h30), uma força maior (ou apenas a vontade de aproveitar tudo o que pudéssemos), nos fez, finalmente, pular da cama e sair de casa "nas carreiras" ao encontro deles. Confesso que foi um mini perrengue até seguir viagem: dois ônibus as 7 da matina e um sono medonho, mas, ao entrar no carro de Igo, tudo se transformou e tava na cara que era o início de um dia gostoso,em todos os sentidos que essa palavra possa ter. E o sol mandou avisar!












cuzcuz recheado
Música boa, conversa agradável e uma saudade antecipada daquele lugar, daquelas pessoas, do clima. Depois de uns 40 minutos no carro, a primeira parada foi para o café da manhã regional na Cabana de Táipa, localizada em Vitória de Santo Antão. As opções eram das mais variadas, pedimos tapioca recheada com côco, queijo de coalho e leite condensado e um cuzcuz recheado com charque, queijo, ovo e manteiga de garrafa. Tava difícil saber o mais gostoso! Com o "bucho" cheio, seguimos para Gravatá! A paisagem da janela é bonita, o verde se misturando com a sequidão, montanhas e vegetações a perder de vista. Entre um teste e outro com as câmeras digitais e analógicas, uma dica e outra, uma risada e outra, nem percebemos e já estávamos em Gravatá, e, melhor ainda, no Campo da Serrana, loja de laticínios sem conservantes, fabricados pela mestre dos queijos,  Vitória Barros, em sua fazenda, no município de Pombos. 


Igor escolhendo o queijo




O local é um charme, além da lojinha com os diversos tipos de queijo, tem também um espaço reservado para degustação. A preta (Blenda) e Igo, fizeram a festa nos queijos. Igor comprou um camembert (delicioso) e eu levei um queijo de manteiga para a minha mãe. Seguimos o caminho afim de chegar no próximo ponto gastronômico do guia. Igo sugeriu que a gente fosse na Fazenda Serrana, pois, ao fazer a reportagem no local, ele foi super bem recebido pelos proprietários, o casal Júlia e Altamir. 


A questão é que se tratava de um domingo, não sabíamos se a fazenda estaria aberta para visitações, mas, como já estávamos por lá, não custava arriscar. A fazenda fica a 5 km do Centro de Gravatá e passa por uma estradinha linda, com um riacho e muito verde. Paramos  para tirar algumas fotos antes de chegar na tal fazenda. 
Seguimos mais adiante, e, finalmente chegamos na Serrana. Um espaço enorme com uma casa no alto. Estacionamos o carro e percebemos que tinha um grupo de pessoas se divertindo no quintal da casa. Crianças e adultos, risos, comidas, barulho de garfo e faca. Parecia ser um almoço em família, já que era domingo. A primeira reação foi a de voltar, mas como jornalista que se preza não faz uma desfeita dessas consigo mesmo, resolvemos encarar a situação e saber o que estava acontecendo. Igo foi até lá e conversou com seu Altamir, que, ao perceber que se tratava do reporter fotográfico que ajudou a divulgar os produtos da fazenda Serrana, fez questão que ficássemos lá. Para o nosso alívio, não era um almoço em família, era uma visita para degustação que já estava chegando ao fim (para que pudesse começar a nossa). 


Fazenda Serrana e seu Altamir




Dona Júlia (esposa de Altamir), produz na própria fazenda, produtos defumados artesanalmente, como pernil de porco, costeleta, joelho, linguiça, lombinho suínos, peito de frango, carré e salmão, e, enquanto isso, seu Altamir fica responsável pela bebida: A cachaça Serrana, confeccionada também no local. Se trata de uma cachaça forte e feita com sete ervas. Enquanto provávamos as delícias feitas por dona Júlia (ela não parava de repor o prato com os defumados), seu Altamir fazia questão que acompanhássemos ele na cachaça e na conversa. Contou que faz dois anos que eles montaram esse negócio afim de se distrair. Depois de muitas e muitas doses, muita conversa fiada e muito defumado,Blenda e Igo levaram uma cachaça e um defumado, e, então, nos despedimos com alegria: Aquele casal sabia como cultivar seus clientes, e, mais que isso, sabiam como manter uma vida saudável e feliz após uma certa idade. 


Casa de Mestre Vitalino




Seguimos estrada para Caruaru (conhecida como a capital do forró), conhecemos a casa do Mestre Vitalino e também o atelier do último discípulo do Mestre: Manoel Eudácio. Fiquei doidinha com as esculturas dele, bem diferentes das que costumamos encontrar nas feiras de artesanatos. Tanto no que diz respeito ao acabamento das obras, quanto na criatividade. Lindas as peças! Os preços que não eram tão lindos assim. 


O passeio estava chegando no final. Saímos de Caruaru rumo a Recife, e, meu coração, apertava cada vez mais. Na estrada paramos no Rei das Coxinhas (pedida clássica para quem visita o local, tradicional por fazer coxinhas de vários sabores). Comi a de sempre: camarão com catupiry, deliciosa! Chegamos em Recife e fomos na minha sorveteria preferida, a Santo Doce, relembrei o sorvete de amarula, vinho do porto, amora e africano (chocolate meio amargo). Aiai, ô lugarzinho gostoso! Era hora de se despedir da minha preta e do Igo. Coração, mais uma vez apertadinho. 

Chegamos em casa, mortos e felizes, e eu, como sempre, despreparada para o momento final: me despedir da minha família e da minha casa. 

Dói, sempre dói. É mentira esse negócio de que com o tempo acostuma. Acostuma não: aceita. Mas a hora do tchau é sempre com pontada no peito e lágrima nos olhos. Sempre tenho a impressão que apertei menos do que poderia a minha irmãzinha, que dei menos atenção do que gostaria para o meu pai, que segurei pouco tutu no colo, que não fofoquei tanto com Jó, que poderia ter rido mais com meu irmão mais velho e que curti pouco todo aquele mundo, o meu mundo, mesmo sabendo que não é verdade. Que fiz de tudo um muito para que fosse o melhor momento do mundo. E sempre é. Por isso o aperto!

E é hora de voltar para casa, até a próxima visita delícia: CARNAVAL


5am decolando do Aeroporto Internacional dos Guararapes


















2 comentários:

Namorado viajante disse...

Gostei muito de conhecer o Recife. Era um tanto diferente do que eu imaginava. Foi uma experiência muito boa, marcante. Obrigado pela oportunidade, namorada.

Próxima parada: !C-A-R-N-A-V-A-L!

Não vejo a hora de pousar novamente nos Guararapes.

carlavaaal disse...

vá treinando o hino do elefante!
um, dois, três e já:

Olindaaaa, quero cantar
À ti, esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor a sonhar, minha Olinda sem igual
salve o teeeeeu
carnavaaaaal

AIAIAIAIAIIIIII