quinta-feira, abril 08, 2010

Volver

Ontem eu tive a certeza do que realmente significa isso. No último segundo do último minuto, abri um e-mail que nem uso, e lá estava! Palavras juntas, várias delas, querendo me fazer voltar ao banquinho e ao cheiro daquilo tudo, daquela paz e calmaria. Daquela coisa que lembra amor sem ser. Encanto, garganta. Uma semente bem cuidada.

O título do e-mail era "volver".

Pessoas retornam em épocas distintas, outras nem chegam a voltar. Então quando isso acontece, quando é possível se encontrar ao mesmo tempo, fazendo daquele banquinho o nosso telefone: a viagem acontece. Tão natural, tão leve. Que consigo ouvir o barulho da chuva, fininha, lá dentro
(já que fora não chovia).

E isso me fez lembrar saudade. A minha saudade anda diferente. Sempre tive saudade de coisas que não vivi, pior, de coisas que ainda vou viver, dos filhos que ainda nem tenho. Saudade do momento presente.

É assim: Tou vivendo alguma coisa nesse segundo que é tão boa, mas tão boa que já fico com saudade durante. Sempre foi assim, meio melancolia.

Agora mudou um pouco de sentido, virou coisa absurdamente boa. Virou dia a dia, eu sinto necessidade de sentir saudade. E é tanta gente e coisa e hora e tempo que vira um misto. Um misto quente, quentinho e gostoso. Eu não banalizei, apenas transferi de nome. Tou pra inventar uma nova palavra que signifique essa saudade convencional de tudo que fica daquilo que não ficou. Foi a maneira que achei de fazer de uma coisa que nem sempre é boa, feliz. Apenas feliz.

Minha vontade também é de inventar outra palavra para amor, mas ai já é conversa pra outro post!

Bom, por vez, saudade virou sentido, turbina e esperança.