quinta-feira, abril 29, 2010

fragmento de um todo

(...) e começa com o ingênuo apoio de uma perna na outra. Para dar continuidade, os braços fazem laço apertado, folgando de vez enquando, trazendo a noção de movimento e presença - eu tou aqui - A luz azul da Tv, sem que ninguém diga, vira programação secundária, mas é nela que a gente se assegura em ter uma razão para estar ali. As vezes usamos de mais coisas: Pipoca, chocolates, líquidos, filmes. Quanto mais coisa, mais o tempo é usado com desculpas. A aflição começa a aparecer junto com o rosto fugindo, fingido por tanta coisa e coisa alguma. Ou pelo rosto fingido, fugindo por tanta... A gente não percebe, mas de fora, pode-se notar a respiração forte percorrendo o pescoço com cheiro bom, dedos descobrindo costas por baixo do pano e o drible dos olhos. Os cabelos longos e emaranhados dificultam o recuo com o ombro e logo o desespero interno: Um correr não concreto.

Um comentário:

Clareana Arôxa disse...

Aproveita e torna isso concreto.