quarta-feira, junho 26, 2013

Varal

Quando menina, entre uma brincadeira e outra na grama fria de Aldeia, eu ficava contente na hora que dona moça pendurava as roupas no varal à tardinha. Atravessava os varais correndo, dançando ou andando e todas as vezes com o rosto passando pelas roupas úmidas. Afogava o rosto e parte de meu corpo miúdo principalmente nos lençóis e cheirava bem fundo, era tão bom! Depois de tantos anos, mais de 15, fiz isso novamente. Cruzei o varal andando devagar, refresquei a face e cheirei, voltou tudo por alguns segundos. O mesmo varal, no mesmo lugar, apenas roupas de outras pessoas. O cheiro continua o mesmo, cheiro fresco.
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Apenas hoje me dei conta de uma coisa tão antiga em mim -  sou invadida por uma felicidade quase que infantil quando cheiro profundo as coisas que gosto. 

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