ô seu moço, um cadinho de amor, um tantinho de atenção - Pra que eu não me aprume, não me encaderne, não vire bibelô -
Nesses tempos de relógio e pagamento, o amor é preciso, viu?
Senão endoida
Senão engessa
Senão
Se e não
Coração precisa de compasso
Precisa do teu passo
Não caminha só
Só, até caminha
Passeia na esquina
Dobra na contramão
Arrodeia mundo
Bate ponto e solidão
Mas ele não quer, seu moço
Quer não
Porque coisou
Entendeu bem?
Coisou e pimba!
Por que, senhor?
Porque, senhor
Não acerto os porques ortográficos
Mas entendo dos porques sentídotos
E eu também invento palavras, ouviu?
sen-tí-do-tos
Invento os dias
Crio as horas
Estou contigo
Estou agora
Em um parque
Na praia
No quarto
No queixo
Nu
Eixo
No
On
Lábios
Tou com você
Mas se quer saber
Não é festa
Precisa de carinho
Precisa de denguinho
E de uma voz pra amansar
Mas é uma voz bem de mansinho
Pra chegar devagarinho
E eu toda me deitar
E não essa, esbravejada
Toda séria e alternada
Tão danada de danar
Senão tudo cansa, tudo cala
Eu calo
Tu calas
e ele fala
Um calo na voz
Um calo no peito
Calinho que colher quente não dá jeito
Coisa besta, seu moço
O amor é feito de coisa besta, nunca te disseram isso?
Uma letra, um sorriso
Um sinal, um aviso
Qualquer coisa
Que não isso
e ninguém vai derramar
Porque se o amor não é on line
e muito menos off line
É, seu moço, é preciso cuidar
Que o meu querer é feito de doce
É feito de oxe
É feito de hoje
E não do se, do não e talvez
Entende isso, seu moço, entende isso de uma vez
Por que senão fica tudo triste, um borocoxô só
E eu caminho, caminho, caminho nó