sábado, setembro 11, 2010

Menino...


Aquele primeiro olhar é o que agora me nomeia
E o segundo e o terceiro
E todos aqueles que a gente deu
Os que a gente não deu
Os que a gente ainda pode dar

Confesso que os que a gente não vai dar é o que agora, agorinha mesmo,
com dor no meio do peito, me nomeia
Todos os entres, entre um e outro.


Esse olhar noturno que clareia tudo em mim, clareia tudo aqui
Me vi translúcida
Voltando pra casa com um sorriso de presente no rosto
E no ouvido, essa voz tão doce
Tão certeira
Tão,

menino...

Fez vida
Como há muito não via


Tua calma é o que agora me nomeia
Teus agradecimentos divinos
E o floquinho quente da pele na pele
Ou do abraço que encosta o coração

Me esconder entre teu pescoço
Ser tola dentro do meu pacote de pão amarelo
Amarelo foram esses dias,

Amarelo sol


O teu cheiro, que é um descanso no acaso
É o que agora me nomeia
Uma poesia indecifrada
Disritmia no décimo volume

Ah, o teu cheiro...

O teu beijo é o que agora me nomeia
me nomeia aquele que a gente deu defronte a casa
Tava tão bonito, vento na cara
Alegria do encontro
Paz na alma

Teu sorriso é o que agora me nomeia
Tem cor de cor de cor de cor
De cór
Queria deitar nele e ser levada junto com as palavras



.

Não teve tchau e nem abraço apertado,
Não teve calma e nem cheiro,
Não teve beijo, não teve porta, não teve floquinho
Não teve nada

O destino as vezes nos é gentil
As vezes nos testa
As vezes

O destino é as vezes

Comigo,

Teu gosto de gosto
Tua cor de cor
Teu cheiro de cheiro
Teus olhos fundos
meus olhos marinhos
Agora
marejando nesse Rio de imprevistos

Mas eu gosto de rio

E eu gosto de você



As sinestesias nunca foram tão palpitantes,

menino...

.

13 comentários:

Rafa disse...

dias de amarelo sol.. que lindo isso. foi real?
beijo, rafa.

João disse...

fiquei pensando sobre um sorriso com cor de cor de cor. deu vontade de ser o dono desse sorriso. deve ser feliz ter um sorriso com cor de cor, dona moça!

Anette Alencar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anette Alencar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anette Alencar disse...

beslisquei pra ver se era real e doeu...

Thaís Salomão disse...

esse teu sorriso, visse? é o que mais vale.
vem buscar ele denovo, esse menino!

joana disse...

é tão bom sentir isso. é melhor ainda ver gente que a gente gosta sentindo isso. é bonito de se ver.
nomeando cada pedacinho..

Bruno disse...

será que esse texto, finalmente, é pra alguém ou só mais uma das tuas invenções literárias? hehehehe odeio essa dúvida eterna... mas esse tá parecendo de verdade.

beijo do teu 'irmão', Bruno.

Bruno disse...

ah, e o que essa foto tem a ver com o texto? ou não é pra ter relação? Ou é falta de foto? se quiser, posso produzir umas fotos pra vc pôr aqui no blog. hehehe.

Andreane Carvalho disse...

Não sei o que dizer. Esse texto me deixou com um nó.

Sou uma Cumbuca disse...

Ai, ai. Mas assim, AI, AI! Sabe?

Anette Alencar disse...

Todos os meus textos são reais, Bruno... as vezes reais em mim ou em sentimentos alheios. O fato de por vezes criar um fato ou aumentar, não significa ser irreal. Toda forma de amor é real. Acontece que procuro estar atenta no outro ou no que eu gostaria de estar sentindo. Quanto a foto... não sei o que dizer... mas ela me diz alguma coisa... eu gosto dela ai.

miguel disse...

O rio, faz o coração abrir, sorrir e ser menino nunca terá idade....
gostei do seu menino, ele é bom pra você, e pra mim, que leio o texto agora - lindo