sexta-feira, setembro 12, 2014

Dos combinados



É difícil demais dizer quem é minha melhor amiga. 

Por sorte, não tenho mais 14 anos onde essa resposta só podia ser no feminino e necessitava estar na ponta da língua com uma única função: a de aumentar o ego de uma e colocar o da outra amiga concorrente no chão. 

Na vida adulta é outro esquema. Carregamos com a gente quem sobreviveu à essa época de disputas, picuinhas e escolhas decisivas com tão pouco tempo de experiência e também de vida. É também possível que os amigos mais profundos venham depois, já na fase adulta, afinal, ainda estamos vivendo. E, no meu caso, que nem cheguei na metade dessa vida, posso sim ao longo dos próximos anos e também do tempo presente ter novos amigos do peito, como já tenho. Pessoas especialíssimas que choro só de pensar. Conto nos dedos de uma mão os atuais. E depois guardo a mão com cuidado, pra que ninguém veja e fique impressionado com o tamanho do carinho e intimidade de ambos os lados, em um espaço tão curto de anos. 

Mas é lá verdade que os amigos antigos que sobreviveram e atravessaram vivos e ainda com muito amor àquela fase da adolescência escrota, em que ninguém sabe de nada da vida e nem dos quereres, são e serão sempre os principais. Os que levam uma coroa intransferivel na cabeça. Os que nossos pais conhecem e gostam e têm histórias juntos com eles. Os mais luminosos e que sempre que falarmos neles, uma estrelinha vai brilhar mais forte. No céu e nos olhos. 

Samantha é uma dessas pessoas. 

Somos amigas há 10 anos e não quero ser redundante em falar sobre nossa relação, pois já dediquei um texto à ela só pra isso. Apesar dessa loura merecer todos os textos enormes e incríveis do mundo, ela me surpreende. Ela bota abaixo todo o meu blá blá blá. Ela me reponde um e-mail gigante, um mês depois, onde conto até a cor da calcinha que to usando, com um: "Finalmente respondendo!! Você vai tá ai em março? Quero visitar, me avisa pra eu comprar passagem!!! Te amo! xoxo". E essa pequena frase que não responde nem uma pergunta que fiz ou comenta qualquer coisa que eu tenha falado, vinda lá do outro lado do oceano, bate no meu coração e acalanta o bichinho mais forte do que 300 eu te amos, sinceros.

Sim, nosso combinado, como que eu podia esquecer? Prazo máximo pra ficarmos distantes fisicamente é de 2 anos. E, a cada vez, uma vai ao país da outra, ou ao país em que a outra esteja. Ano passado fui eu. Ano que vem é ela. E o combinado se mantém vivo. E comemora um ciclo de 10 anos. Um ciclo cada vez mais forte e bonito. É incrível ver o outro crescer e deixar que o outro te veja também. No reencontro, chorar no ombro toda a saudade. E rir e chorar e rir e chorar todo o amor louco que permeia a relação. Basta o olhar e pronto, tudo foi dito.

Nunca vou cansar de agradecer os irmãos que a vida me deu. E nunca vou cansar de fazer por onde tê-los ao meu lado. 

Vem timbora logo!!!

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