O cenário da rua já é prólogo certo para o ano que tá por vir: estrelinhas de isopor, árvores de plástico, neve de algodão e números seguidos de % nas vitrines dizendo que já passou da hora de comprar o presente do amigo secreto em Recife e oculto aqui no Rio.
Me peguei olhando uma dessas vitrines em Ipanema, hoje. Como assim JÁ é natal? Até então, pra mim, no máximo era pós eleição ou halloween. No bairro em que vivo o natal ainda não deu as caras e, dentro de mim, até então menos ainda. Fiquei uns bons instantes avaliando, defronte aquela vitrine, como eu ainda tava correndo atrás de 2014 enquanto todo mundo só quer saber do ano que vai chegar, nas vitrines, no cenário da rua e provavel que internamente. Meus amigos estarão todos viajando, em Recife, por ai. Eu não. Eu nem sei. E nem tenho como me preocupar com isso agora. Enquanto todo mundo tá aprontando as malas pra ir para a região dos lagos no recesso do trabalho, pois não aguenta mais o chefe e almeja uma folguinha dele por esses tempos, eu acabei de conhecer minha futura chefe. Minha mala é meu armário organizado aqui no Rio de Janeiro e minha passagem diária é pra perto e no RioCard mesmo. Mas confesso que depois que vi aquelas vitrines, me forcei ao espírito de fim de ano, uma melancolia, esperança ou até mesmo ilusão de que tudo vai mudar, de que tudo vai ser melhor. E vi que estava mais dentro da realidade impossivel, como nunca estive antes. E agradeci por isso, mesmo que tardiamente, pois foi o que esperei do ano, o ano inteiro.
Fiquei confusa se meu ano (re)começou agora, levando comigo tudo de bom que 2014 me trouxe ou se o meu próximo ano chegou antes do de todo mundo. Talvez seja melhor pensar na segunda opção e sortear logo esse amigo oculto afinal, é pra frente que se anda.
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