segunda-feira, maio 13, 2013

Dipois

                                                                                                                               A Brecht

Ordinários daqueles que te têm todos os dias pelas ruas, no banco, elevador, farmácia e não te sabem. Aqueles que tem têm hoje na frente da universidade, amanhã na fila do banheiro, agorinha mesmo cruzando de bike e daqui a uma semana entre uma prateleira e outra do supermercado. Entre laranjas e lulas dorê congeladas. Ordinários daqueles que te esbarram, pedem desculpas, por favor, dá lincença e não te sabem. Te perguntam as horas, se queres com açúcar, te dão o troco, encostam dedo com dedo e não te sabem. Daqueles que te pedem uma informação, te dizem não com um aperto de mão, te pedem um trocado - negado -  e não te sabem. Ordinários que te tomam uma caneta emprestada, te veem tropeçar na calçada, sentam ao teu lado - veja bem - ao teu lado no metrô e não te sabem. 

E à mim, que te sei, te digo e te repito, só me resta este texto. Este texto quase bonito.

4 comentários:

Clareana Arôxa disse...

Um dia eu vou escrever isso pra alguém. Ficou absurdo!

Clareana Arôxa disse...

Um dia eu vou escrever isso pra alguém. Ficou absurdo!

Julia Krüger disse...

lindimais, tu é fera :~

luiz disse...

Daqueles que te pedem uma informação, te dizem não com um aperto de mão, te pedem um trocado - negado - e não te sabem.

por mim eu seria esse rapaz.