quinta-feira, julho 12, 2012

Uma carta Clara. Uma carta. Uma clara carta para.

"O meu mundo não é como o dos outros
Quero demais, exijo demais
Há em mim uma sede de infinito
Uma angústia constante que nem eu mesma compreendo
Pois estou longe de ser uma pessimista
Sou antes uma exaltada
Com uma alma intensa, violenta, atormentada.
Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...
Sei lá de quê!" (Florbela Espanca)


 Neste instante, por mais maluco e desconexo que possa parecer, gostaria de coração (e quando digo coração, é de verdade), que eu fosse sua amiga, apenas para te falar algumas palavras que te deem ainda mais força e impulsionem o ir além, como queres e já estás fazendo. Mais maluco ainda é me sentir pisando em ovos e falando baixinho, pensando baixinho-pianinho, mesmo escrevendo no meu canto, na minha página, com minhas palavras, sem precisar de permissões. É que é delicada a situação, essa que vos escrevo e a que vives. Fosse você alguém do meu alcance e livre acesso, te daria um abraço apertado e falaria: É isso aí! Essa é a hora. Se decidiu, faça valer.

Ou ainda concordaria que esse mundo às vezes é muito cão mesmo, mas que nos é presenteado com uma série de coisas que fazem valer a pena estar aqui, como o amor. Um amor de bem e verdadeiro. O nosso amor. Cada uma com o seu (claro!). Por mais irônico que essa frase possa parecer.

Engraçado mesmo é que apesar de saber de tantos gostos e desventuras tua, até mais do que as pessoas que convivo aqui no trabalho, de piada, de tato, olfato e olho no olho, somos apenas grandes estranhas no mundo perverso que nos cruzou, sem o mínimo de necessidade. E é também sem o mínimo de necessidade que nos cruzamos quase que diariamente pelas linhas, às vezes tortas, às vezes sadias da outra.




Como se fosse um segredo íntimo, um legal não permitido, território de perigo ou qualquer coisa explosiva e de cor. Palavras e mais palavras, que tantas vezes foram destinadas a você e de você para mim, mesmo que no íntimo secreto da nossa falta de discrição. Ou apenas de nossa falha humana de querer ser, querer mostrar ou apenas, não-simplesmente, de torcer à distância com uma espécie de apatia ou até mesmo carinho criado ao longo das situações. Um big borther da vida real.


E mesmo as pedras atiradas, os gritos embutidos em uma tela de computador e as insinuações com pouco fundamento, minha e sua, não me fizeram ter raiva no final das contas. É perceber que somos tão humanos que fazemos valer nosso 'direito' de errar, de correr fora da estrada e sair atropelando mesmo sem ver a quem, mesmo sem conhecer a quem. Mesmo que esse 'quem' seja do bem.


Ou simplesmente alguém como nós, na busca eterna por algo que não vem, simplesmente porque não existe: a danada da perfeição.

4 comentários:

Unknown disse...

Mantenho relações como esta e acho incrível essa história de conhecer o outro pelo o que ele escreve e apenas mesmo que "apenas" não seja a palavra ideal já que nesse nos escritos do outro, muitas vezes, cabe muito mais do que a gente tem das pessoas no dia a dia, na convivência, no "olho no olho", como vc fala no texto. Lindo isso, Carlinha. E, by the way, adoro a nossa comunhão na palavra! beijo

Carla Alencar disse...

: )

Acabei de ler teu texto, o penúltimo postado. Passei mal. Lindo!

Eriquinha disse...

Texto corajoso e sincero. Não é todo mundo que tem capacidade e até humildade de falar diretamente do coração, sem rodeios e sem farças.

Além disso, entra em um tema pouco falado e bastante vivido: quem não se identifica de algum modo com esse texto? Adorei, carlinha! Ah, amei op texto anterior tabém... teus irmãozinhos são muito fofos :)

Carla Alencar disse...

Valeu, Eriquita! Ah, os meninos estão muito lindos mesmo, enormes! Me assusto com as fotos. Em outubro vou visitá-los. Ah, bora ver se dessa vez tu conhece Igor!

Beijos