terça-feira, setembro 03, 2013

No limbo

                                                                                                                               A Mauricio

Você consegue burlar uma a uma as pequenas regras de boa convivência com esse músculo que pulsa por debaixo de meu decote. Eu te dou a faca pra você cortar o danado do queijo e lá está você tomando sopa de garfo. Qual a parte da faca que você não entendeu? Você gosta da ideia de ser, de ocupar, de fazer parte e até mesmo de ser suficiente, mas não sabe trocar. Esqueceu daquela teoria tão elementar da via de mão dupla nos relacionamentos - sejam eles quais forem - mas não adianta, não te darei o gostinho de armar acampamento na lista negra de meu coração. Por intenção própria, voltarás a percorrer este caminho sem intensidade e desinteressante que te pertence e que tristemente te cabe tão bem quando você decide ser nosso passado: um quase nada cheio de pendências inexistentes que criamos pra manter vivo isso, que é tão pouco, que não me basta mais. Já entendi que você gosta de uma confusão, do caminhar em calçadas diferentes, de ter motivo pra uma tromba deste tamanho em uma festa. Uma ceninha ou barraquinho, como você costuma dizer. Mas não vai para a lista negra, não vai, não adianta fazer por onde, com ou sem esforço. Também já pensei na possibilidade de você alegar que demoliram o limbo, que agora só tem céu e inferno, ora que tolice! Ao menos isso a meu favor: quem manda nos compartimentos de meu coração mosáico sou eu.

Beijos.

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