Não fumo. Não uso drogas, salvo uma bebidinha aqui e outra ali que, a cada dia, vem reduzindo de quantidade abruptamente. Não se assuste se me vir dançando até o chão em uma festa com uma garrafinha de água nas mãos. Será água, mesmo, sem a ardência da cana. Também não se acanhe se, em uma reunião em casa na qual parei de beber mais cedo que os demais, você me pegue piscando os olhos sentada no sofá, doidinha pra dormir.
De um modo geral tenho uma vida regrada, raramente saio à noite em dia de semana, mesmo não tendo um emprego fixo, como de tudo, adoro uma saladona, não tenho problema com nem um tipo de tempero, só não gosto de jiló e lingua. E, sim, às vezes exagero no doce e tomo pouca água. Mas tem uma coisa que pode ser pior que tudo isso ai se usado de maneira excessiva: o desperdício de tempo. E isso eu andei praticando muito bem em frente à tela azul do facebook. Quanto mais tempo eu perco, mais continuo perdendo o tempo e quando vi o tempo passou. E passou sem volta e com um dedo apontando na minha cara dizendo: "já era". E quanto mais esse dedo aponta na minha cara, maior a angustia. Pra que? Me pergunto. Por que tantas horas gastas do dia em frente às milhares de informações que serão impossíveis de degustar? No máximo engolir e ter uma indigestão no fim do dia, com tanta coisa ao mesmo tempo, a maioria superficial ou desnecessária. É praticamente uma fofoca que se faz sozinho. Ou pior: entre você e uma tela sem vida e ao mesmo tempo carregando milhares delas, muitas que sequer fazem parte de seu contexto, convívio ou do seu coração. Eu poderia apenas deletar essa rede social, como já fiz em outra época e confesso ter sido uma das melhores coisas virtuais que já fiz na vida: deixar de ser virtual, ao menos por essa rede. Mas nesse mundo de freelancer onde a gente precisa tá sempre correndo atrás da vida, pra que ela não escape ou te esqueça, é impossível, infelizmente. Mas, como pra tudo nessa vida a gente pode contar com o auxílio eficaz do equilíbrio e do bom senso, a partir de hoje fiz um acordo comigo mesma: uma horinha de facebook de dia. E mais uma horinha à noite. Fim de papo. Nada de entradinhas aleatórias durante o correr do dia, que, se somadas, jesus me defenda de saber quanto tempo que gastamos. Fora e-mail, blog e o uso natural do computador para trabalho e pesquisas. Duas horinhas por dia pra ser "jogado fora" tá de bom tamanho e se for parar pra pensar, já é too much. Com o tempo, pretendo passar de 2 horas pra 1h. Mas uma coisa por vez. Já foi mais que provado que querer dar um salto maior que as pernocas é o caminho certeiro para o fracasso. Vamos com calma.
E, "só por hoje", até agora, estou no caminho correto para a cura. 1h, nada mais. Os livros inacabados de minha prateleira, meus materiais de estudo de arte moderna, meu cursinho de espanhol, a ementa pra se adiantar no curso de figurinista, minhas madeiras, tintas, pincéis, aquela listinha de afazeres inacabada e também a minha sanidade agradecem. E muito!
quarta-feira, agosto 27, 2014
terça-feira, agosto 26, 2014
A dor de agosto
A vida é um sopro e agosto é um longo e triste vendaval. Me pergunto de onde se encontra a serenidade e sanidade dentro de tanta dor, em tanta gente? Que setembro chegue logo e nos prepare pra uma primavera bem tranquila.
sexta-feira, agosto 22, 2014
O dia 22 de agosto, há 30 anos
Tem gente que a gente aprende a amar, por motivos quase que obrigatórios e tem gente que a gente ama fácilmente mesmo se não fosse alguém tão próximo como um familiar. Mais ainda: amaria mesmo sem ter todo esse mesmo amor retribuido. Hoje, é o dia de duas pessoas que são exatamente desse jeitinho: amáveis além da conta. Cheios de fãs e de gente do bem por perto, pra que a prática desse negócio tão bonito chamado afeto se propague. Me sinto lisonjeada e "besta" de olhar para o lado e ver que essas duas pessoas, além de terem todo o meu amor, me amam incondicionalmente, também. Ai fica tudo mais luminoso, preenchido. Hoje é, para mim, o dia mais bonito do ano. O dia das duas pessoas que estão no alto do topo do meu coração e admiração: meu irmão e minha mãe. Meu irmão de sangue, de mesmo pai e de mesma mãe, mesmos olhos e calmas diferentes. E a nossa mãe que nos escolheu e nos acolheu. E que acolheu, também, um bocado de gente mundo afora com esses braços que sempre trazem os merecedores e sortudos ao seu coração.
Hoje é um dia de festejar, de agradecer e de estar junto, nem que seja em pensamento.
Hoje é realmente um dia muito especial.
Parabéns, meus amores!
quarta-feira, agosto 20, 2014
As falsas ciganas hippies e as ciganas hippies falsas
E depois de uma longa ponte aérea online sobre novas tendências, estilos e dicas de como ir linda e arrasante pra um casamento, já que não sei bem como lidar com isso e diga-se de passagem será o terceiro casamento da minha vida, chegou-se a conclusão, depois de muitos links, tutoriais e nomes estranhos, de que a moda é gastar muito em roupas e acessórios que pareçam ser coisa simplória, da terra, mas que no fundo todo mundo sabe que custa uma furtuna. Só que não tenho furtuna e muito menos acessórios que pareçam simplórios, da terra, sem ser. Tenho acessórios simplórios e da terra, sendo. Mas, pelo que entendi, para casamentos e festas mais finas, a tendência é que apenas pareça.
- Braguinha, então quer dizer que essas meninas agora querem fazer de conta que são o que eu sou naturalmente. E eu tenho que fazer de conta que quero ser o que elas são, querendo ser? Curioso.
- EXATAMENTO isso. Ótima análise.
?
- Braguinha, então quer dizer que essas meninas agora querem fazer de conta que são o que eu sou naturalmente. E eu tenho que fazer de conta que quero ser o que elas são, querendo ser? Curioso.
- EXATAMENTO isso. Ótima análise.
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terça-feira, agosto 05, 2014
segunda-feira, agosto 04, 2014
Una pistola en cada mano
Ontem assisti a um filme que me fez pensar ainda mais sobre a depressão que é o facebook de um modo geral. Salvo as coisas interessantes, acabamos por engolir muitos e muitos kilos, megas e gigas de 'alegrias' e 'sucessos' do próximo. Penso que esse excesso de informação e alto altral, altras transas, lindas canções - que suponho não ser 100% confiável - possa não ser positivo na minha trilha por uma vida melhor e também mais leve. É como se todos que frequentam aquela página azul já estivessem superado seus fracassos, suas dores, suas angustias e só restasse eu, aqui, cheia de dúvidas.
Concordo que ninguém vá prefirir se expor negativamente, jogando nas nossas caras seus problemas e cansaços. E também que as pessoas talvez não fossem gostar de ler tantas coisas tristes e apertos nos peitos sem poderem agir, do outro lado da tela. Compartilhar as alegrias acaba sendo, sim, mais fácil. Para os dois lados. E não é exatamente isso que me incomoda, mesmo porque faço parte desse grupo da página azul. O que me arrepia um pelinho é o exagero. É como se ninguém tivesse o direito de ser humano, de sofrer. Ali, uma vitrine de fotografias, músicas e artigos, a lei é a mesma de Chico: obrigados a serem felizes.
Voltando ao filme, que tem como tradução "O que os homens falam" , ao assistir, me identifiquei mais do que quando vejo as postagens dos meus amigos de fb. E olhe que no filme são atores, não amigos. É o Darin, que pra mim é sempre um herói, e nesse filme se mostra tão frágil, vulnerável. Como eu sou, como sei que são meus companheiros no face quando dão o logout. E a cada cena do filme, eu podia rir ou me emocionar com o desenrolar das tramas. O rapaz que é super capaz mas tá sempre duro, o corno, os casais com problemas que ninguém costuma saber, o bem sucedido cheio de consequências e tudo aquilo que somos e vivemos. Que as pessoas ao nosso redor vivem e são, sempre nessa condição privilegiada, incerta e também confusa que temos e que eu não me canso de falar aqui no blog: a de sermos humanos.
sexta-feira, agosto 01, 2014
Calma, calminha
A maior frustração de uma pessoa inquieta feito eu, é não ter a virtude da calma. E o maior engano é bater o pé que é calma sim só porque gostaria que fosse.
Vivi assim por muitos anos, mesmo sabendo que, no fundo, a calma é uma amiga na qual me dedico e respeito bastante, mas que só vem até mim vez por outra. Não mora comigo. Infelizmente. E digo infelizmente porque vejo nas pessoas serenas por natureza uma possibilidade maior de felicidade. Um caminho menos conturbado. Uma seta apontando certinha pra onde devem ir, sem decalque. E quase sem erro.
Hoje, aceitei que não sou calma. Custou, mas aconteceu. Só não imaginei que essa aceitação pudesse mudar tanta coisa dentro de mim. Ainda não tenho certeza absoluta que tá sendo para o bem, pois todo processo de transição até que as coisas se assentem dentro do coração costuma ser doloroso, então ainda sofro com isso, choro miudinho, encontrar o eixo não é mesmo para os fracos. Mas parece que é para o bem, sim. Viver se enganando é que não dá.
Só que tem uma coisa que não tô entendendo muito bem: depois que isso de aceitar os fueguitos que carrego dentro e fora de mim aconteceu, a calma passou a me visitar com mais frequência, vem até quando não chamo. "Sou de áries, Calma... se acalme que né assim não!"
Ai ela vai, ela vem, me dá um refresco, depois vai, me dá uma folga e vem e vai. Deixa ela. Jaja me encontro. Ou não.
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