Ela me carrega no colo faz tempo, desde o dia em que nasci e sequer sabia da existência dessa ou de qualquer outra palavra, mas sei que senti. E que senti forte. Arrisco que a mais forte de todas, mas não tenho como medir. Depois disso fui percorrendo os caminhos, ora amargos, ora confiantes e pulsantes que esse sentimento traz. Não sei qual é a saudade mais difícil: a eterna por condição, a eterna por opção, aquela que daqui a pouco vai passar ou a que não tem pevisão. Mas andei observando que a saudade, que pulsa no peito quase que diariamente mas que não tem sequer previsão de ser assaltada de tanto beijo e abraço não é fácil. E não é fácil porque simplesmente não é fácil manter a esperança acesa por tempo indeterminado. Porque não é fácil andar na rua já sabendo que o encontro não vai acontecer. Não haver chances ao acaso é um pouco perturbador, é chegar no meio da noite e sentir alguma dor por isso. É brindar à distância, é fazer presente alguém que tá distante. Alguém que provavelmente não vai ficar sabendo disso. Não, não é fácil manter acesa a artéria de um futuro caso pensado, do calculado, do dia tal de não sei quando que uma hora vai chegar. Não é fácil, mas o desafio é justamente esse. Se fosse pra ser fácil a gente seria rico e moraria na praia. Todo mundo junto, com todo o amor do mundo!
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