terça-feira, agosto 20, 2013

Eu e você ou você e eu

                                                                                                                           a maurício

Se alguém chegasse junto pra tentar entender o que acontece, ia se frustrar. Ia sair sem um parecer. Ia achar que somos malucos, que somos bobos, que nos conhecemos há mais de 10 anos pra ter história suficiente pra tanta confusão. Ou que nos conhecemos há um mês no máximo, pra que tanta dúvida quanto ao outro justifique a formação de um cardume deste tamanho. Só que não é uma coisa e nem outra. A gente consegue um auê sendo apenas dois, nós dois. E diga-se de passagem, duas pessoas com pouco mais de um metro e meio de altura querendo ocupar o espaço de um mundo inteiro na vida do outro. Eu acho que é muita ousadia, das duas partes. E, apesar de achar isso, discordo quando você diz que isso acontece por sermos tão iguais. Pra mim, essa é a desculpa perfeita que você enfia no meio pra se eximir de suas falhas e pra perdoar as minhas. É a desculpa que você usa quando os argumentos escapolem. Você é você e eu sou outra conversa. Não somos farinha do mesmo saco. Nossos pensamentos se cruzam mas não andam em paralelo quase nunca. Salvo quando a gente acorda lado a lado. Nesse instante parece que eu sou você. Ou que você se transforma em mim. É tudo tão diferente que fica meio igual. E eu fico besta admirando como é que pode ser possível. A confusão se esvai e sobra todo o entendimento que se é possível entre duas pessoas. Os sorrisos se abrem. Os corpos se confortam. A voz se mostra doce, suave. A vontade de permanecer alí, em você, em mim, é crescente. E depois de tudo, quando eu vou e você fica, volta a ser aquilo que a gente não quer, até o próximo encontro.

 Afinal, quem somos? 

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