terça-feira, dezembro 06, 2011

Recife: parada obrigatória

16-10-2011


isso é cagado e cuspido 
paisagem de interior




No primeiro dia de passeio (lááá no Guaiamum Gigante), Blenda e Igo, casal de amigos queridos, propuseram um passeio fotográfico pelo interior do Estado. Topamos na hora! Unimos nossa paixão pela fotografia, com o desejo de conhecer novos lugares,e, de quebra, pegar umas boas dicas com o casal que são dois fotógrafos profissa e renomados em veículos de comunicação de Pernambuco. O passeio não podia ser mais apropriado: Um tour gastronômico pelo interior. A idéia veio de Igo, que assinou as fotos do Guia Sabores Rota 232. O pacote tava completo, não tinha como ser um guia mais "sabido das coisas". 


Depois de muita preguiça pra acordar, e, quase desistir do passeio (havíamos dormido apenas 1h30), uma força maior (ou apenas a vontade de aproveitar tudo o que pudéssemos), nos fez, finalmente, pular da cama e sair de casa "nas carreiras" ao encontro deles. Confesso que foi um mini perrengue até seguir viagem: dois ônibus as 7 da matina e um sono medonho, mas, ao entrar no carro de Igo, tudo se transformou e tava na cara que era o início de um dia gostoso,em todos os sentidos que essa palavra possa ter. E o sol mandou avisar!












cuzcuz recheado
Música boa, conversa agradável e uma saudade antecipada daquele lugar, daquelas pessoas, do clima. Depois de uns 40 minutos no carro, a primeira parada foi para o café da manhã regional na Cabana de Táipa, localizada em Vitória de Santo Antão. As opções eram das mais variadas, pedimos tapioca recheada com côco, queijo de coalho e leite condensado e um cuzcuz recheado com charque, queijo, ovo e manteiga de garrafa. Tava difícil saber o mais gostoso! Com o "bucho" cheio, seguimos para Gravatá! A paisagem da janela é bonita, o verde se misturando com a sequidão, montanhas e vegetações a perder de vista. Entre um teste e outro com as câmeras digitais e analógicas, uma dica e outra, uma risada e outra, nem percebemos e já estávamos em Gravatá, e, melhor ainda, no Campo da Serrana, loja de laticínios sem conservantes, fabricados pela mestre dos queijos,  Vitória Barros, em sua fazenda, no município de Pombos. 


Igor escolhendo o queijo




O local é um charme, além da lojinha com os diversos tipos de queijo, tem também um espaço reservado para degustação. A preta (Blenda) e Igo, fizeram a festa nos queijos. Igor comprou um camembert (delicioso) e eu levei um queijo de manteiga para a minha mãe. Seguimos o caminho afim de chegar no próximo ponto gastronômico do guia. Igo sugeriu que a gente fosse na Fazenda Serrana, pois, ao fazer a reportagem no local, ele foi super bem recebido pelos proprietários, o casal Júlia e Altamir. 


A questão é que se tratava de um domingo, não sabíamos se a fazenda estaria aberta para visitações, mas, como já estávamos por lá, não custava arriscar. A fazenda fica a 5 km do Centro de Gravatá e passa por uma estradinha linda, com um riacho e muito verde. Paramos  para tirar algumas fotos antes de chegar na tal fazenda. 
Seguimos mais adiante, e, finalmente chegamos na Serrana. Um espaço enorme com uma casa no alto. Estacionamos o carro e percebemos que tinha um grupo de pessoas se divertindo no quintal da casa. Crianças e adultos, risos, comidas, barulho de garfo e faca. Parecia ser um almoço em família, já que era domingo. A primeira reação foi a de voltar, mas como jornalista que se preza não faz uma desfeita dessas consigo mesmo, resolvemos encarar a situação e saber o que estava acontecendo. Igo foi até lá e conversou com seu Altamir, que, ao perceber que se tratava do reporter fotográfico que ajudou a divulgar os produtos da fazenda Serrana, fez questão que ficássemos lá. Para o nosso alívio, não era um almoço em família, era uma visita para degustação que já estava chegando ao fim (para que pudesse começar a nossa). 


Fazenda Serrana e seu Altamir




Dona Júlia (esposa de Altamir), produz na própria fazenda, produtos defumados artesanalmente, como pernil de porco, costeleta, joelho, linguiça, lombinho suínos, peito de frango, carré e salmão, e, enquanto isso, seu Altamir fica responsável pela bebida: A cachaça Serrana, confeccionada também no local. Se trata de uma cachaça forte e feita com sete ervas. Enquanto provávamos as delícias feitas por dona Júlia (ela não parava de repor o prato com os defumados), seu Altamir fazia questão que acompanhássemos ele na cachaça e na conversa. Contou que faz dois anos que eles montaram esse negócio afim de se distrair. Depois de muitas e muitas doses, muita conversa fiada e muito defumado,Blenda e Igo levaram uma cachaça e um defumado, e, então, nos despedimos com alegria: Aquele casal sabia como cultivar seus clientes, e, mais que isso, sabiam como manter uma vida saudável e feliz após uma certa idade. 


Casa de Mestre Vitalino




Seguimos estrada para Caruaru (conhecida como a capital do forró), conhecemos a casa do Mestre Vitalino e também o atelier do último discípulo do Mestre: Manoel Eudácio. Fiquei doidinha com as esculturas dele, bem diferentes das que costumamos encontrar nas feiras de artesanatos. Tanto no que diz respeito ao acabamento das obras, quanto na criatividade. Lindas as peças! Os preços que não eram tão lindos assim. 


O passeio estava chegando no final. Saímos de Caruaru rumo a Recife, e, meu coração, apertava cada vez mais. Na estrada paramos no Rei das Coxinhas (pedida clássica para quem visita o local, tradicional por fazer coxinhas de vários sabores). Comi a de sempre: camarão com catupiry, deliciosa! Chegamos em Recife e fomos na minha sorveteria preferida, a Santo Doce, relembrei o sorvete de amarula, vinho do porto, amora e africano (chocolate meio amargo). Aiai, ô lugarzinho gostoso! Era hora de se despedir da minha preta e do Igo. Coração, mais uma vez apertadinho. 

Chegamos em casa, mortos e felizes, e eu, como sempre, despreparada para o momento final: me despedir da minha família e da minha casa. 

Dói, sempre dói. É mentira esse negócio de que com o tempo acostuma. Acostuma não: aceita. Mas a hora do tchau é sempre com pontada no peito e lágrima nos olhos. Sempre tenho a impressão que apertei menos do que poderia a minha irmãzinha, que dei menos atenção do que gostaria para o meu pai, que segurei pouco tutu no colo, que não fofoquei tanto com Jó, que poderia ter rido mais com meu irmão mais velho e que curti pouco todo aquele mundo, o meu mundo, mesmo sabendo que não é verdade. Que fiz de tudo um muito para que fosse o melhor momento do mundo. E sempre é. Por isso o aperto!

E é hora de voltar para casa, até a próxima visita delícia: CARNAVAL


5am decolando do Aeroporto Internacional dos Guararapes


















segunda-feira, dezembro 05, 2011

Recife: parada obrigatória

15-10-2011


Descanso na loucura


Depois de dois dias seguidos na rua, sem dormir em casa e sem pausas para descanso, acordamos merecidamente tarde no sábado. Levantamos, tomamos café da manhã e voltamos pra dormir. Acordamos novamente com meu irmão chegando em casa com asinhas de galeto assado de beira de rua e cervejinhas pra abrir esse dia preguiçoso e nublado. Vimos um filme e cochilamos novamente. O dia tava uma delícia pra isso!


meus modelos na prévia do Coquetel
A noite fomos para o Festival No ar Coquetel Molotov, evento que acontece uma vez por ano e reúne bandas renomadas e outras do circuito alternativo, uma ótima oportundiade para conhecer coisa nova. Esse ano foi Hindi Zahra e sua linda voz. Estávamos bastante dividios entre o Coquetel Molotov e a Virada cultural que aconteceram simultaneamente (cagada da prefeitura da cidade). Mas, como já tínhamos ido para a Virada no dia anterior, escolhemos o Coquetel. Além das  bandas internacionais/alternativas/desconhecidas/legais de conhecer, teria também China e Racionais MC. Na Virada multicultural teria Fagner e Buena Vista Social Club. Pelos nossos cálculos, dava pra ir no Molotov (que começa cedo, 21h) e de lá partir para assistir Buena Vista (que eu não queria abrir mão de maneira nenhuma e seria a última atração, daria tempo). Mas, para ir ao Coquetel, precisava abrir mão de Fagner (com um aperto gigante no peito). E assim fizemos. Chegamos cedo no Coquetel, assistimos as bandas (quase perdemos tudo bebendo vinho e papeando lá fora), e, no final do show de China (que teve direito a casal amostrado subindo no palco e dançando junto), vimos que tava no deadline para ver Buena Vista, tivemos então que abrir mão de assistir Racionais MC para que desse tempo. Ok, não tem como ter tudo! Partimos para o Marco zero, pegamos o show completo de Buena Vista e dançamos cumbia até quase amanhecer! Antes que isso acontecesse, partimos pra casa pra tentar dormir algumas (poucas) horas, pois sabíamos que o outro dia seria longo, como costuma acontecer com todo último dia de viagem!


presentinhos que o namorado comprou no Coquetel!



sexta-feira, dezembro 02, 2011

Recife: parada obrigatória

14-10-2011


Sem lenço e sem documento



Acordamos em Olinda sem um roteiro construido para o  dia, mas, uma coisa era certeira: praia!!! E assim fizemos. Mas antes tomamos um café da manhã feito pela mãe de Nina, com direito a Bolo de rolo da terra. O bicho! Saímos de lá e pegamos um dos ônibus mais famosos da redondeza: Rio Doce/Piedade e descemos em Boa viagem.


 Diferente do Rio, lá em Recife os donos das barracas ficam correndo atrás dos clientes, basta colocar o pé na calçada e começa a danação de pessoas te chamando e oferecendo seus serviços. Eu lembro que isso me irritava quando eu morava lá, mesmo porque eu sempre sentava na mesma barraca, mas, dessa vez, achei até engraçado. Eles ficam frenéticos até você falar que quer ou que não quer (com firmeza). Outra diferença da praia em Recife e no Rio (além dos nossos amigos tubarões), diz respeito as cadeiras e guarda-sol: você não paga pelo uso deles desde que consuma alguma coisa. Sentamos em uma barraca e pedimos algumas latinhas (o tratamento é VIP, eles colocam algumas dentro de um isopor cheio de gelo. Se quiser mais é só pedir, e, se sobrar, devolve). Depois de bem acomodados, demos início ao que o povo chama de rodízio! E é isso mesmo, BV Beach (como é carinhosamente chamada), é a mesma coisa que um rodízio! O tempo inteiro passam carrinhos com gostosuras pra gente cair em tentação, e eu,  obediente que sou, sempre caio: queijo coalho com mel de engenho e orégano, caldinho de feijao (clássico), caldinho de frutos do mar, camarão de praia com limão, caranguejo e ostra são os mais comuns. 


Achei incrível como alguém gostou de ostra de primeira!!!
Então demos abertura no rodízio com uma porção de Ostra (que eu sou alucinada e Igor ainda não conhecia). O tempero é simples: sal, limão, cominho e azeite. O prato tá feito! 


*Ostra lembra a minha infância, quando eu era pequenininha, meu pai que era rato de praia, sempre levava a família para curtir o sol, o frescobol e as ostras. Tínhamos o costume de "descer o balde". Sem exageros. Quando o moço da ostra nos via, já andava em nossa direção com um sorriso de orelha a orelha: tinha a certeza de finalizar seu dia de trabalho alí com a gente. *


Bom, a ostra foi só o início de uma manhã inteira de comilanças: peixinho frito (peixe de praia em Recife é um peixe de verdade, inteiro, frito e acompanhando salada e batata-frita ou macaxeira (aipim)). O camarão também completou o menu praiano. Satisfeitos, estava na hora de se batizar, mergulhando no mar! E eis mais uma surpresa agradável: a água é morninha em comparação com as praias do Sul e Sudeste. Uma delícia!  


Depois da praia, precisávamos decidir nosso destino. Eram 15h e teríamos que 'fazer hora' até a noite, onde iríamos assistir aos shows da Virada Cultural. (Sim, tivemos uma sorte danada, compramos as passagens antes de saber da virada cultural!) Voltar pra casa estava fora de cogitação: longe demais! E, além disso, estávamos alí pra passear. Mas uma coisa era verdade: precisávamos pelo menos de um banho para ir ao show, e, todos os meus amigos estavam em horário de trabalho, os únicos que estavam de folga éramos nós dois.


Lembrei então da minha prima que mora em BV e a secretária dela deveria estar em casa: Tudo certo! Passamos lá, tomamos uma ducha e saimos renovados para dar início a uma noite que ia ser longa. Passeamos pela Orla de Boa Viagem, e, depois, seguimos rumo ao Bairro das Graças, para um restaurante Coreano que é do meu gosto e que seria novidade para Igor. E, como novidade é sempre bem vinda, não titubiamos na escolha! 


Imagem da internet: burgogui
Dá água na boca só de lembrar do Burgogui (prato principal da culinária coreana, que nomeia também o restaurante). De lá, partimos para o Marco Zero e assistimos aos shows da Orquestra contemporânea de Olinda e Nação Zumbi, mas,  só estando lá mesmo para saber o que é assistir um show deles em casa, no marco. Na estaca zero. E a multidão foi ao delírio pra lembrar que o carnaval já tá chegando!








Imagem da internet: Nação zumbi no carnaval do Recife

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Recife: parada obrigatória

13-10-2011


Turistando por Recife e Olinda




Ansiosos para passear o máximo que desse, aproveitei o fato de estar com o carro em tempo integral nesse dia para fazer os passeios turísticos indispensáveis, como conhecer o Centro do Recife e o Sítio histórico de  Olinda. Acordamos cedinho,e, para aguentar o calor no quengo e sustentar a barriga até a hora do almoço, tomamos um café da manhã regional reforçado feito por mim! No menu: cuzcuz com ovo frito, queijo de manteiga assado e manteiga de garrafa. Igor comeu dois pratos e só não comeu mais porque não tinha! 


Depois de alimentados,  partimos rumo ao inferninho do centro da cidade, mas, na verdade, o passeio começou no instante em que entramos no carro. Eu, tagarela do jeito que sou, passei o caminho inteiro explicando sobre cada lugar que passava, por minha sorte, Igor é curioso feito a peste e paciente, parecia estar adorando, e, nas vezes que me pegava sem explicar nada, ele mesmo perguntava. Como o caminho até o destino final era um pouco distante, deu para mostrar vários lugares que fizeram e fazem parte da minha vida: as escolas que estudei, universidade, lugares que eu saia, bairros que eu frequentava. Até que, finalmente, chegamos no Mercado São José, um mercado destinado aos turistas, onde se pode encontrar mimos regionais de todos os tipos e com preços gentis. Saimos de lá com uma blusa do chaplin, outra bem linda com uma gravura de Lampião e Maria Bonita, alguns chaveiros, imãs de geladeira com xilogravuras e outras coisinhas.  


Depois do Mercado, tomamos um cafézinho delicioso no Delta Café e saimos de lá com o objetivo de tirar foto na Ponte da Boa Vista, mais conhecida como Ponte de ferro. Essa ponte foi restaurada com os cálculos de Seu Nelson, engenheiro e pai do Igor, na época em que ele ainda era um garoto, como o próprio costuma falar, orgulhoso e saudoso. A questão é que Recife deve ter mais ponte do que Veneza, por isso mesmo é conhecida como a Veneza brasileira, e cada um que dizia uma ponte diferente para ser a tal. No final das contas tiramos foto nessa ponte da foto para simbolizar, e, fica a missão para uma próxima visita à cidade: fotografar a ponte da Boa Vista! 


Depois da saga em busca da ponte, fomos caminhando até o Marco Zero, historicamente conhecido por ter sido o marco e ponto de partida de Recife, mas, para a maioria da população, é conhecido mesmo por comportar os shows e eventos de grande porte e gratuitos da cidade, como o carnaval.  Chegamos lá e fizemos o passeio de barquinho que atravessa até o Parque de esculturas de Brennand, artista pernambucano, famoso no mundo inteiro por suas cerâmicas pintadas à mão, uma por uma. 


pirâmide de cristal no fundo
É no Parque de esculturas que habita sua obra mais famosa: a pirâmide de cristal, mais conhecida pelos recifenses como pica de Brennand, por conta do seu formato fálicoO passeio vale a pena pela vista para a cidade do Recife, e, também, porque o parque é o limite entre o Rio Capibaribe e o mar. Se você olha pra frente, tem o rio, se olha pra trás, tem o mar quebrando nas pedras. Uma lindeza! O passeio custa R$5 reais por pessoa.


Saimos de lá com uma fome dos deuses e fomos almojantar no Mercado da Boa vista, opção perfeita pra quem quer comer bem e gastar pouco,além de conhecer um pouquinho mais da cultura local. Pedimos um prato de arrumadinho (para dois), comemos bastante, tomamos um refrigerante cada um e a conta deu R$15. Bom demais,né? Encerrado o passeio pelo Centro do Recife, deixamos o carro com meu pai (pois a continuidade do programa com certeza seria etílico) e partimos para Olinda.


calçada do Véio, Rua do Amparo
Chegamos lá, sedentos por uma calçada com cervejinha gelada, a pedida foi a Budega de Véio. Um lugarzinho que vende de tudo (quando eu falo de tudo, é de tudo mesmo!) Vende de ratoeira a petiscos. De sabão em pó a cachaças de diversas localidades. Edival, o véio, dono do estabelecimento, sabe mesmo como ganhar dinheiro! Pedimos então uma cerveja bem gelada e uma porção de queijo do reino fatiado na hora (pedido clássico no local, bem como salaminho) e ficamos apreciando o que Olinda tem de melhor: o clima.


Depois fomos dar uma volta pela cidade alta e chegamos, propositalmente, no Alto da Sé. É engraçado como ainda me impressiono com a vista que Olinda tem para a cidade do Recife. Lá do alto é tudo mais bonito e iluminado, chega dá gosto. 


Juntos, descobrimos uma lojinha super bacana e com uma variedade de cachaça que nos deixou em dúvida sobre qual levar. Provamos várias, de todos os tipos e Igor acabou levando a Sanhaçú. A bichinha é boa! Comprou também uma caixinha para guardar bebida, linda de viver, pintada em detalhes com os casarios de lá. E, pra completar, compramos um vinho pra tomar apreciando aquela vista! Mas antes, claro, comemos um acarajé que melhor do que no Alto da Sé, somente na Bahia mesmo e olhe lá! 


Pra encerrar a noite, fomos para a casa de Marina, terminar o vinho e papear na varanda mais deliciosa de toda Olinda!


varandinha delícia de Nina





Recife: parada obrigatória

12-10-2011


Um dia em família


O dia amanheceu com o clima gostoso de Aldeia: sol tranquilo, ventinho das árvores, pé descalço na grama e essas sensações que só lugar serrano pode oferecer. 


parte da cachaçaria Alencar
Aldeia, e, mais precisamente a minha casa, fica aproximadamente a 25km da civilização e da confusão da cidade. O feriado foi o dia ideal pra passar o dia curtindo a granja, a piscina, o jogo de ping pong (onde meu namorado levou uma pisa, ou, uma coça, como preferirem) e um churrasquinho no capricho que meu pai fez pra me receber e para agradar o genro novo. De presente, Igor levou uma cachaça magnífica gold (presente perfeito para um especialista em cachaças como meu pai), mas, no final das contas, o brinde acabou sendo com a ypioca orgânica


O dia se estendeu cheio de conversa fiada, comidinhas gostosas (Igor experimentou linguiça de bode e baião de dois ), cerveja gelada e chameguinho com meus irmãos, os da nova geração: Sofia e Arthur e o de sempre, meu amor antigo, Victor. E ainda teve a presença de Marina, para enfeitar a minha casa com seu vestido longo de linho e seu sorriso feliz, brincando de aviãozinho, incansavelmente, com a minha Sofiazinha.


O final do dia foi selado cheio de amor e com cheiro de mato

brindo a casa, brindo a vida, meus amores, minha familia!

quarta-feira, novembro 30, 2011

Recife: parada obrigatória

Marco zero do Recife



É bem verdade que falar do próprio lugar pode parecer piegas e suspeito, ainda mais se tratando de alguém tão apaixonada pela cultura local como eu. Teria um monte de coisa chata para falar sobre a cidade, sobre o fedor em algumas ruas, sobre o trânsito infernal, sobre a pobreza que ronda nossos olhos e ouvidos,sobre o calor dos infernos, sobre os perigos. Eu poderia falar sobre a cabeça fechada de muitas pessoas e sobre o fato de Recife ser um ovo, onde todo mundo se conhece , e, se cruzar com uma novidadezinha que seja se torna uma novidade gigante, como se fosse cidade de interior sem ser. Mas, quer saber? Em todo lugar do mundo, se a gente reparar com olhos clínicos (ou nem tanto),  nos deparamos com essas mesmas coisas, mesminhas. Então eu vou mesmo é falar das coisas boas, das coisas bonitas, afinal, de coisa feia o mundo já tá transbordando! Eu vou falar é da cultura e das belezuras que Recife tem e que me mata de saudade, sempre.


Vai ser uma série com alguns posts-reportagens, para que não fique cansativo em apenas um, e, também, para que eu possa, deliciosamente, relembrar dias tão azuis.


11.10.2011


Por coincidência (tenho certeza que não), o passeio teve início com comida (das boas!!!) , afinal, quando penso em conhecer um lugar bacana, já vou logo imaginando as comidas que eu posso experimentar (eu sei que esse pensamento é meio de gordinha, mas, e daí? Eu penso nisso mesmo!) Pra mim, para que um passeio seja completo, precisa ter um tour gastronômico também, e, de preferência, com coisas diferentes. E nisso a minha terra é boa. E eu só percebo a quantidade de coisas diferentes que ela oferece para o visitante, quando estou turistando com alguém. 


Mês passado foi a vez do meu namorado conhecer Recife, e, nada mais legal do que fazer isso com uma guia que conhece cada cantinho da cidade como eu. Ainda mais que eu tava morrendo de saudade de tudo, seria tudo novidade mesmo que não fosse. 


Quando ele desembarcou no Aeroporto Internacional dos Guararapes, fomos direto para o Guaiamum gigante, restaurante de frutos do mar queridinho por mim e pelos recifenses. Tudo que se possa imaginar de frutos do mar tem por lá! Como é de prache, ao sentar,além da cerveja de garrafa e roscas da época, pedi um monte de caranguejo pra matar a saudade e pra Igor conhecer. Outras duas novidades pra ele foram a Agulhinha frita - um tipo de peixe pequeno, bem sequinho, lembra sardinha (lembra) - e o arrumadinho (feijão verde, farofa de gerimum (abóbora), carne de charque (carne seca) e vinagrete (molho a campanha). Com certeza o Guaiamum gigante é


Primeira das várias doses de carvalheira
um local que vale muito a pena voltar sempre que possível, pois, além das delícias, o preço (principalmente para quem é acostumado com os valores "sulistas", são bem convidativos.) Comemos um pratão de camarão na manteiga e no alho, por exemplo, por R$18 (e isso porque era véspera de feriado, em dias promocionais esse valor cai para R$14). 


Pra completar a noite, Igor, como bom cachaceiro que é, quis experimentar a cachaça Carvalheira, feita em barris de carvalho, lá na terrinha. Ela é fina e uma delícia, e, como boa companheira de cachaça que sou, achei justíssima a degustação. Bom, a verdade é que no final das contas voltamos pra casa bêbados e felizes, cantando Otto no último volume.


Obs- o copinho é "pitu gold", mas o conteúdo era phyno, carvalheira Gold.  Mas a Pitu tem espaço  em um outro post!

terça-feira, novembro 29, 2011

Here comes the sun

meu lugar ao sol

Na direção dele  eu vou, sempre! Com toda essa paixão,  amor no coração, sorriso no rosto, mãos dadas, cabelos soltos e pele da cor do meio dia. Eu vou cheia de alegria, de vida, de mundo, eu vou. E quando eu encontrar alguma tristeza, alguma coisa feia ou apenas uma incerteza fruto de saudade,  benzinho, eu faço uso de tinta e pincel, de lápis pastel, de laço de fita e dou cor a tudo. Começando aqui por dentro, agora, nesse momento!

E, o que não tiver cor, colorido ficará.

Uma tarde linda rodeando a cidade do Rio de Janeiro e a cidade do peito em que habito. 

É preciso de calma, de alma e de amor. É preciso de dor, vez ou outra, pra lembrar que, além de escrever, pintar é preciso! Pra decorar a casa, a alma, as roupas e o coração.



segunda-feira, novembro 28, 2011

O que não tem cor, remediado está

As unhas estão pintadas de vermelho, mas o dia é cinza. A cor é cinza. O trânsito é cinza. Da janela é cinza. O frio é cinza. Aqui de dentro é cinza. Hoje. Hoje é cinza, em uma tristeza cinza resultado de uma saudade cinza. Uma saudade sem cor. Uma vontade sem vazão. Memória: coração. 





Se saudade tivesse outro nome, se chamaria Sofia

Se deslocar: um teste de paciência

Caminhar deveria ser a coisa mais natural a ser feita no dia-a-dia. Mas não é. Ao menos não no Rio de Janeiro onde as pessoas simplesmente não sabem andar (a pé mesmo) nas calçadas. Um congestionamento, uma lerdeza, pessoas que param para bater papo como se alí fosse uma praça e outras que não olham por onde andam, batendo em tudo. 

Nesse dia nublado de segunda-feira eu já consegui me irritar em três situações com pedestres sem noção:

Primeiro no metrô, onde as pessoas não entendem que é mais educado deixar um lado da escada rolante livre, para as pessoas agoniadas e atrasadas passarem. Não. Sempre tem um mané que fica, sozinho, impedindo uma fila enorme de pessoas. Uns ficam fazendo barulhinhos com a boca de modo a demonstrar que está insatisfeito, eu prefiro pedir licença e passar. Sim, eu catuco mesmo! Catuco o ombrinho, e, com sorte da pessoa,dependendo do meu humor, peço por favor.

Depois foi na calçada, enquanto caminhava em uma reta (uma reta!!!), tinha um casal que decidiu brincar de zig zag só pra foder com a minha paciência. Sim, eu fiquei driblando o casal feliz até o instante em que consegui furar o caminho, e, ziguezagueando, ultrapassei os danados. ô gente, até entendo brincadeirinhas de casal, mesmo porque eu também faço isso com meu namorado, brincamos de se equilibrar no metrô, mas isso não atrapalha ninguém,né? 

Pra encerrar, fui andar de patins para começar o dia "bem" e eis que uma mulher atravessa a ciclovia em cima de mim, sem olhar para o lado e nem nada! Eu, obviamente bati nela e levei um estouro de bunda no chão, o rapaz da bicicleta atrás de mim freou e a roda ainda bateu em mim e a mulher, depois de perceber o furdunço que causou, virou de lado e disse: "eita, isso aqui é uma ciclovia,é?"

OI?

Acho uó,uma vergoinha eu ter carteira de motorista e não saber dirigir, pois tirei a habilitação e, no mesmo mês, me mudei de Estado. Não tive onde/como praticar... Mas,por outro lado, são nessas horas que agradeço, pois se essas pessoas não sabem nem andar a pé, imagino como seja de carro. 

E imagino também a quantas iria andar a minha paciência.

Ai, que abuso!!!

sexta-feira, novembro 25, 2011

Hoje tem!


Há sempre uma maneira alternativa de lembrar do meu chão, meu norte.
E salve essa sexta-feira luminosa!

quinta-feira, novembro 24, 2011

A saudade é um bichinho que rói




Saudade é um bichinho que rói

A unha do pé, o pé
E eu nem ligo

Que rói as pernas, a bacia, o sexo, o ventre
E eu nem ligo

Um bichinho medonho que rói 
O cotovelo, a cabeleira, as unhas
E eu nem ligo

Rói tudo isso, o meu juízo, o prejuízo
E eu nem ligo

Rói o umbigo

Rói os meus lábios, minha voz, o meu silêncio
E eu nem ligo

Rói meus livros, rói.
Rói fotografias, cartas, cheiros, dói
Mas eu nem ligo

E eu nem ligo
Quando rói a palavra, a canção e a mão,
Não

Mas quando rói o coração...








Foto: Victor Jucá
Projeção feita no Janela Internacional de Cinema do Recife 2011
Rua da Aurora, Recife, PE

quarta-feira, novembro 23, 2011

As cores das horas

Que importa se o cinza do céu?
Que importa se o frio no nariz?
Que importa esse dia que só nasce por um triz?

Porque tem obrigação com toda
essa gente

Então ele faz assim:
Vai, a cada segundinho que pede passagem
Arrancando um a um o véu de cor escura e dupla face

Um a um
Em uma paleta de cor
Medida pela temperatura
Cores frias e preguiçosas
Cor de edredon e não de aurora

Mas é bonito e essa espera esquenta
O dia acorda, mas a luz não entra
E a hora amanhece...
... Mesmo sem pedir licença



Foto por Joana Coimbra

*poeminha feito as 5h15 da matina, na fila do hospital para ser atendida. Mas isso já é assunto para um outro texto

terça-feira, novembro 22, 2011

Rita Apoena, outra musa da modernidade!







'Eu abro a janela e mal consigo acreditar! Inspiro um milhão de cores e expiro uma explosão de flores, escapando afoitas do meu peito. Eu abro a janela e mal consigo acreditar: estou viva! O Universo, com os seus treze bilhões de anos, concedeu-me um intervalinho no tempo, que eu chamo dia, e o começa assim, com uma manhã cheia de flores! Ah, é demais para mim! Todos os dias, eu abro a janela e me dá vontade de chorar. É tudo tão bonito, tudo tão inacreditavelmente perfeito e encaixado que nem a maldade dos homens, de seis bilhões de homenzinhos pequeninhos, pode ser maior do que o conjunto das estrelas erradias, ainda mais quando metade de cada homem também é amor. Então, o que importa se eu perdi o ônibus, se a chuva despencou na minha cabeça, se ela me disse um desaforo, se nem meu amigo ele quer ser. O que importa? Há uma pequena chance na minha janela, que eu chamo dia, para extravasar o meu amor, cultivar um amigo, conhecer a história de uma senhora ou me aproximar de um vizinho, abraçar alguém que eu gosto muito, ligar para um velho amigo, viver, viver e viver? Ah. como eu posso reclamar da vida? Eu estou viva! E foi por um triz. Quando alguém olha para você e estende aquele dedo do meio, ele está querendo dizer: "Escuta aqui, você não é mindinho, não é o fura-bolo e, muito menos, o cata-piolho! Você é o maior de todos, amigão!!! Você é o maior de todos!!!" Pode até parecer que sim, mas o meu mundo não é cor-de-rosa. A minha alegria brota das coisas tristes que eu vejo ao redor. Assim é a minha alegria! É quando o feio do mundo tenta, mais que tudo, apesar de tudo, parir um instante de beleza e é esse instante, que na próxima fração de segundo escapará da minha câmera, que me comove e me arrebata, como se eu abrisse os braços e acolhesse o mundo: um bichinho ferido, carente de amor. E isso é maior que tudo, mais lindo que tudo, muito mais lindo do que se o mundo fosse perfeito. '

segunda-feira, novembro 21, 2011

Os pombos






No dia 31 de dezembro de 2011 faz um ano que sou moradora do Rio de Janeiro ,e, deste modo, praticante da esquiva pombística. (Na minha opinião podia se tornar modalidade olímpica!)

Depois de muitas análises sobre esses adoráveis bichinhos que deu origem,inclusive, a um roteiro semi-escrito para um curta, chego a conclusão que tá demais, gente!!! Eles andam mais audaciosos que no início do ano: atravessam sua mesa nos restaurantes, pousam ao seu lado na praia e nem desviar quando estão voando em sua direção (clássico), os danados estão desviando. Não sei se é o tempo ou se é a proliferação da espécie, mas confesso que várias vezes me sinto dentro do filme do Hitchcock, Os pássaros.

Aqui em Copacabana é um festival, uma danação, se duvidar tem mais pombo do que gente, mas, com toda a certeza, os pombos mestres e pós graduados moram no Largo do Machado! Uma grande amiga que trabalha alí perto,disse que já se deparou com uma turminha de pombos  brincando de esconde-esconde e barra bandeira, e ainda disse que um deles estava trapaceando. (ok, não sei o que ela fumou nesse dia), mas me veio com uma explicação tão fundamentada que acabei acreditando. E, mais que isso: hoje a tarde eu vi com meus próprios olhos a maior farra dentro da praça: era pega-pega!


É, gente, o negócio tá grave!

sexta-feira, novembro 18, 2011

O poema é o delírio do tempo rompido

 'Pessoas as vezes adoecem da razão
de gostar de palavra presa.
Palavra boa é palavra líquida
Escorrendo em estado de lágrima '


'Acho que o ofício de ser gente me excessiva.
Pessoas são pessoas o tempo todo demais.
Ser gente me excessiva.
Gente me excessiva.
E me falta'


'sonho o rastro de suas mãos em meu corpo
Mãos que me contornam quando em mim caminham'







'Ando com mania de lustra móveis e ceras líquidas. Olho cada um nas prateleiras. Sinto a textura e o cheiro espalhando um pouco pelos dedos. Prefiro os de textura fina e que cheiram a jasmim (gosto mais do aroma floral mas a palavra jasmim é tão bonita!) E vou espalhando. Primeiro o assoalho. Considero todos os cantos. Depois os móveis com as mãos vou tateando. Um por um. Em reverência. Ao que me sustenta quando em desamparo.

As casas me sustentam em mim. Por isso as quero em detalhe. Bem cuidadas e cheias de espaços onde nossas coisas se deitam. Costumo encontrar tesouros escondidos nas dobras das colchas e nas louças sujas na pia. Tenho muitas janelas que é por onde o sol e a chuva me visitam. O vento aqui também é muito forte. As vezes derruba tudo e eu gosto. Mas aqui também cabem pessoas. Tem sempre lugar pra pessoas em mim.'



A musa Viviane Mosé, eu e meus 19 anos




'toc toc, palavra, toc toc.
Palavra não fala com estranhos. '

quinta-feira, novembro 17, 2011

Foto-poema


(Já é natal na leader e na minha plantinha!)

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quarta-feira, novembro 16, 2011

Pra me derreter todinha

Sobre a certeza e suas regras (e exceções)

Dou muito valor a tudo que aprendemos na escola... nos livros.


O pessoal das ciências exatas gosta muito da linguagem binária: sim ou não, ligado ou desligado, zero ou um.


Mas não só o pessoal das ciências exatas usa essa linguagem. Em qualquer prova, de qualquer concurso, de qualquer disciplina vemos as possibilidades de respostas às questões: "Certo ou Errado". Simples assim. Valores absolutos.


Ou é, ou não é!


Admiro muito, muito mesmo as ciências exatas.
Mas por outro lado, mergulho e viajo no mundo da subjetividade. No talvez, no relativo, no 2 + 2 = 5.


Nessas horas, as rígidas regras começam a se quebrar.
O que era binário, começa a ser multivalorado...


Como um bom cientista; Fatos para comprovar:


Certo; Certeza; Ou se tem ou não se tem. Não existe muita certeza, ou pouca certeza. Ou vc está certo de uma coisa, ou não está. Mas a cada dia que eu acordo; que eu olho pro lado, respiro fundo e sinto seu perfume, eu tenho mais e mais certeza...

Igor Souza, 16 de novembro de 2011.

Analisemos...

Gostaria de, ao menos uma vez na vida, ter entrado no consultório de um psicólogo. Ter sentado em um divã. Ter ouvido ele falar "uhum" "sei" "continue". Para poder embasar um pouco do que quero escrever nesse texto. Gostaria de falar sobre a expressão do psiquiatra,psicólogo,analista, enfim. Gostaria de saber seu tom, seu grau de concentração perante os problemas alheios.  Acontece que falar das minhas questões para alguém que não me conhece, não sabe do meu coração e muito menos da minha vida, sempre me pareceu uma coisa fora da realidade, um relação plugada no modo automático que não me anima. Então juntou isso com o fato de sempre ter sido taxada, por familiares e amigos próximos como a "mocinha de coração bom, bem resolvida e sem dramas nos conflitos internos" atrelado ao fato de eu sempre ter concordado, de certa forma, com o rótulo que me postaram desde novinha. Afinal: "se ela passou por isso sem alarde, ela é forte" "impressionante como carlinha nem liga por isso ter acontecido,né?" "carlinha parece rabo de lagartixa, regenera rapidinho", essas e outras frases entravam no meu ouvido diretamente ou através da minha curiosidade na conversa "dos adultos".


Admiro, de coração, quem procura ajuda quando sente necessidade. E, se hoje em dia, depois de crescida, eu sentisse que era a hora, não exitaria. Não apenas por um capricho de poder, finalmente, matar minha vontade de analisar o analista, mas pra de fato tentar aliviar e amansar os monstros que estivessem me atrapalhando, angustiando. Então penso nos momentos mais difíceis que já passei por essa vida carnal e lembro que passei por todos eles sem um divã, pelo menos não um divã declarado, um consultório, um horário marcado. Passei por todos eles comigo, com as pessoas que me traziam confiança,amor e força quando eu pensava não mais ter. Passei por elas, por todas elas,  com minhas conversas infinitas comigo mesma. Com as minhas conclusões as vezes preciptadas e outras, frias e calculistas, como precisa ser algumas vezes nessa vida.


Sabe aquele momento em que você fica sozinha e pensa nas coisas mais profundas, e, as vezes, de tão insanas, você fica até sem jeito? Pronto, esse era o meu primeiro passo: ter a coragem de pensar a respeito daquilo. O segundo passo era conseguir falar comigo - em voz alta - sobre o X ou os Ys da questão. Falava, discordava, interrompia, acrescentava. Não importa a ordem, o importante era conseguir falar. Falar sem vergonha do que eu poderia encontrar por trás daquilo tudo. O terceiro passo era o mais difícil: chegar em uma conclusão a respeito daquilo que pensei e depois falei. Daquilo tudo, daquela enxurrada, daquele dilúvio de informação que minha mente e coração se organizaram pra passar para a minha língua. Para a ponta dela. O quarto passo era poesia. Tudo isso se transformava, de algum modo, em poesia. Poesia falada: um monte de palavra tomando forma, tomando gosto.Um monte de frases rimadas. Bonitas. O feio virando poesia. O quinto passo sempre foi o desespero da minha mão e caneta não conseguirem acompanhar a ansiedade desvairada da minha boca em falar todas aquelas coisas,finalmente, organizadas. Na minha mente, alma, corpo e coração.


Essa era a minha terapia e continua sendo.


Quando sinto uma pontadinha no peito, um apertão na garganta ou quando me deparo com algo que posso chamar de problema, recorro aos meus métodos, dessa vez, com outro cenário: Caminho a orla de Copacabana inteira. Vou e volto quantas vezes for preciso até alcançar algo melhor do que o momento em que saí de casa. Ainda bem que vem dado certo, afinal, a vida não teria muita graça se a gente fosse feito boneco de porcelana ou feito me taxavam. Tolinhos, eles mal sabiam que pra eu alcançar a tal serenidade, precisava antes passar por cinco etapas.


Acredito que quem topa  procurar ajuda psicológica,  deve, uma hora ou outra, questionar se aquela pessoa tá mais preocupada com suas intrigas ou com a ligação que perdeu do marido. Se ela vai te dar alta quando achar que já pode ou se vai te estimular a criar novos conflitos, para que você vicie no divã e sinta a sua falta no simples sofá da sua casa. Se você vai, de fato, resolver seus conflitos com um profissional ou ao menos aliviar toda aquela dor. Se ele vai ser ético. Se ele não tem problemas parecidos com o seu e vai ser deixado levar pela emoção. Ou pela raiva. Se ele não é tão ser humano quanto você. Se as técnicas de te avaliar, aprendidas em uma universidade, são mais elevadas do que a técnica que você, que convive com tudo isso a anos,  pode produzir.


Enfim, os questionamentos são muitos e se eles forem levados em consideração na hora da decisão de procurar ou não um analista, a pessoa pode acabar tendo mais uma razão pra discutir ou discordar dele.


Se é pra ir, que seja de mente vazia, sem tantas partículas de condição pra confundir ainda mais.


Um outro questionamento que me faço é se as pessoas mentem quando contam seus dilemas. Se escondem. Se camuflam. Mas em seguida penso que não, afinal, é uma grana alta investida para a sua mente ficar mais tranquila, logo, não faria muito sentido você se auto sabotar nessa empreitada. Porém, quando penso nisso, não entendo o porque de algumas pessoas se auto sabotarem fora do consultório.


Não entendo como algumas pessoas não notam que seus conflitos internos nunca serão resolvidos externamente, com quem não pode ajudar e de maneira hostil. Como algumas pessoas não percebem que  tentativa de manipulação e de reverter situações só dão certo com pessoas bobas ou fracas. Que tentar magoar com as armas que pensa ter em mãos não é covardia, é burrice. Pois fica claro a cada passo que o que a pessoa quer é atenção. E pedir atenção dessa maneira, é lamentável. Existem maneiras bonitas e sinceras para tal e não mostrando seus monstros para o outro quando percebe que não há mais o que fazer. E depois tentar escondê-los, amenizá-los. Um mínimo de sensatez, coerência e concordância com os próprios atos e palavras. Pois para o mundo fica muito claro o grau de confusão mental. E se torna muito perigoso se a própria pessoa também não percebe isso.


E entender que loucura não tem limite, mas paciência tem.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Criança de domingo


dilúvio. ventania.  um grito. roquidão. uma pausa. várias pausas. calmaria. tempestade. furdunço. carnaval. ano novo. o novo. os olhos. o brilho. a praia. as mãos. o amarelo. a  areia fininha caindo do tênis. as cores. a madrugada. as cores da madrugada. a tua. a minha.  à nossa. a nossa vida. à nossa vida. há nossa vida. Petrópolis. sorriso. beijos e vinhos. cozinha. sozinha. saudade. Olinda. encontro. cerveja. pracinha. café. sorvete. chantily. amigos. soninha. murango.  festa. casa. bicicleta. dança. suor. viagens. o barquinho. conversas. lágrimas. fofocas. planos. a gente. novamente. nova(mente). sente, sente, sente:

o amor.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Não tenho do que reclamar...


... se da minha janela eu flerto com o mar.

quinta-feira, novembro 10, 2011

Sugestão de título: O Rio de Janeiro, o petróleo e o carnaval

Ou: o protesto pela justiça ao Estado do Rio de Janeiro;


ou ainda: O dia em que os foliões largaram mais cedo dos seus trabalhos.


Acabo de chegar do evento/protesto contra a distribuição de royalties do petróleo para os outros Estados do país. E, como todo evento brasileiro de médio ou grande porte que se preze, acabou em samba/funk. Na verdade, já começou assim (posto que o evento está tendo início efetivo nesse instante), porém, nos primeiros cinco minutos de concentração em frente a Igreja da Candelária, e, todos os outros minutos que passei por lá, pude registrar vários tipos de manifestações de afeto e carinho pela cultura do carnaval, vinda de todas as idades e classes sociais.


Pessoas fantasiadas, funks e sambas com letras defendendo o petróleo, gritos de guerra que grudaram na minha cabeça: "aha, uhu, o petróleo é nosso!"


Cerveja, muita cerveja para todos. Passinhos de funk até o chão, porta bandeira e mestre sala desfilando pela Av. Rio Branco e um Trio Elétrico do furacão 2000.


Fotógrafos pedindo para o senhor vestido de super herói pular novamente, pois ninguém havia conseguido clicar no tempo certo. Jornalistas sedentos por alguma novidade: um grito mais alto, uma queda de cima do trio elétrico, uma briga e, com sorte (dos jornalistas), alguma morte, assim, como quem não quer nada. Por que cobrir carnaval sem confusão não tem a mínima graça.



Ah, de repente deveria ter alguém preocupado com os  royalties.




terça-feira, novembro 08, 2011

5 meses

You're my picture on the wall
You're my vision in the hall
You're the one I'm talking to
When I get in from my work

(...)

 you are the funny little frog in my throat

segunda-feira, novembro 07, 2011

Sobre a curiosidade, seu limite e a falta dele

Curiosidade é quando uma bexiga de gás gigante começa,pequenininha, a crescer  dentro da sua barriga.

Sabe-se que a curiosidade chegou no seu limite quando essa bexiga encheu tanto, mas tanto, que acabou estourando lá por dentro.

Quando essa mesma bexiga chegou no seu ponto máximo de crescimento, naquele segundo que antecede o estouro, e, no lugar de estourar, ela simplesmente voa de dentro para fora, naquele movimento giratório, deprimente e rápido de bola que tá murchando até cair, finalmente, no chão: bom, significa que a curiosidade passou do seu limite e alcançou o prumo da falta de noção, bom senso e bom gosto.



Para a alegria de muitos, tem estoque de balão de sobra e um punhado de paciência e tolerância para toda a curiosidade no sense do mundo!

quinta-feira, novembro 03, 2011

Edifício Errado

-Alô, oi Carla... Onde você está?
- Tô bem em frente ao Edifício errado.
-Hmmm... Vai pra frente do certo então que eu chego em dois minutos.
-Não, eu tou em frente ao edifício certo, é que ele se chama Errado, rs.
-Annn... Ele se chama Serrado, é que caiu o S. Tou já chegando.
-Ah...

:]