sexta-feira, novembro 18, 2011

O poema é o delírio do tempo rompido

 'Pessoas as vezes adoecem da razão
de gostar de palavra presa.
Palavra boa é palavra líquida
Escorrendo em estado de lágrima '


'Acho que o ofício de ser gente me excessiva.
Pessoas são pessoas o tempo todo demais.
Ser gente me excessiva.
Gente me excessiva.
E me falta'


'sonho o rastro de suas mãos em meu corpo
Mãos que me contornam quando em mim caminham'







'Ando com mania de lustra móveis e ceras líquidas. Olho cada um nas prateleiras. Sinto a textura e o cheiro espalhando um pouco pelos dedos. Prefiro os de textura fina e que cheiram a jasmim (gosto mais do aroma floral mas a palavra jasmim é tão bonita!) E vou espalhando. Primeiro o assoalho. Considero todos os cantos. Depois os móveis com as mãos vou tateando. Um por um. Em reverência. Ao que me sustenta quando em desamparo.

As casas me sustentam em mim. Por isso as quero em detalhe. Bem cuidadas e cheias de espaços onde nossas coisas se deitam. Costumo encontrar tesouros escondidos nas dobras das colchas e nas louças sujas na pia. Tenho muitas janelas que é por onde o sol e a chuva me visitam. O vento aqui também é muito forte. As vezes derruba tudo e eu gosto. Mas aqui também cabem pessoas. Tem sempre lugar pra pessoas em mim.'



A musa Viviane Mosé, eu e meus 19 anos




'toc toc, palavra, toc toc.
Palavra não fala com estranhos. '

3 comentários:

ig disse...

Que lindo, linda!
depois min presta ;)

Carlinha disse...

sabe aquela brincadeira que a gente tava fazendo de declamar músicas? Pronto, esse livro dela é ideal pra fazer isso... pq são só frases e pequenos textos. Eu tenho dois dos três da coleção. Qualquer dia desses podemos fazer isso com eles. vou adorar ;)

ig disse...

Demorô! :)