Saudade é um bichinho que rói
A unha do pé, o pé
E eu nem ligo
Que rói as pernas, a bacia, o sexo, o ventre
E eu nem ligo
Um bichinho medonho que rói
O cotovelo, a cabeleira, as unhas
E eu nem ligo
Rói tudo isso, o meu juízo, o prejuízo
E eu nem ligo
Rói o umbigo
Rói os meus lábios, minha voz, o meu silêncio
E eu nem ligo
Rói meus livros, rói.
Rói fotografias, cartas, cheiros, dói
Mas eu nem ligo
E eu nem ligo
Quando rói a palavra, a canção e a mão,
Não
Mas quando rói o coração...
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