Uma média e um pão na chapa, foi o que pedi naquela noite, na padaria de esquina com o hospital São Lucas. O clima tava tenso, uma noite com mais horas que o normal. Enquanto eu tomava meu lanche em pé e com pressa no balcão, um mocinho varria o chão da padaria freneticamente. Começou a varrer próximo aos meus pés e, como se fosse um jogo, começou a contornar meus pés. Eu tava por demais cansada, tensa e triste pra dar atenção a tamanha falta de tato do rapaz que mais tarde percebi ter sido falta de tato meu, em não reparar que ele tinha algum problema mental. E em pé continuei, engolindo aquele lanche forçado.
- Casa mais eu, casa?
- Oi??
- Apôis também num casa com mais ninguém!
O rapaz encerrou o diálogo assim enquanto varria meus dois pés sem piedade.
Ele mal sabia que tava resolvendo pra mim uma questão. Pronto, não caso mais!
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