segunda-feira, julho 22, 2013

Fragmentos do fragmento de um todo chamado 'Vamo alí?'


'(...) e no caminho eu pensava: como será que ele é? Será igual àquela foto tão bonita? Não, não deve ser. Havia visto várias fotos e em cada uma eu concluia algo diferente. Eu podia já estar encantada sem nem conhecê-lo ou podia simplesmente acabar com essa ilusão em menos de um minuto, no primeiro contato. Se por um lado eu desejava que ele fosse a foto que eu não gostei, uma voz esquisita e um tênis de correr, por outro eu sonhava com ele daquele jeito que me fez dar um ou dois suspiros. Cheguei. O lugar era charmoso, entrei, sentei no balcão e pedi uma cerveja. Dei um 360 no olhar e logo o ví. Um alívio quase triste me bateu: ele era a pior foto de todas, um sorriso meio pevertido e um olhar que não diz nada, piscou pra mim. Dei um riso na intenção que ele viesse ao meu encontro e se apresentasse. Não aconteceu e persistiu no risinho do outro lado do balcão. E antes que eu esticasse meus lábios no tom mais amarelo que sou capaz de fazer, alguém cutucou meu ombro por trás: 'Carlinha?'. Me virei e um balãozinho imediato surgiu na parte superior esquerda da minha cabeça, escrito em letras garrafais: FUDEU. Ele era muito mais bonito do que a foto mais bonita que eu havia visto. Tinha os olhinhos brilhantes, o cabelo médio oleoso, uma combinação de blusa quadriculada com um agasalho um pouco formal que ficava no limítrofe da jeguice (a coisa mais linda), além de uma voz gostosa de ouvir tanta história e a necessidade que eu olhasse sempre pra cima pra observá-lo existir com seus longos braços que davam forma a tudo, a cada palavra. Saímos pra comprar cerveja traficada.

Dai em diante pouco importava o tênis que ele tava usando (...)'

3 comentários:

Rá disse...

eiiii, eu quero ler o texto na integra!!!

Anette Alencar disse...

rara, o texto tá ficando maior que eu previa. já tá na quinta página e ainda nem saí do segundo dia hahaha. e vou publicar não, são recordações apenas. fazendo valer de algo a praga da boa memória!

Anette Alencar disse...

*segundo dia de 16. se eu não segurar na mão, o "texto" vai acabar virando um livro ahahhahahahahahaa