Faz algum tempo que o grande barato dos recifenses aos domingos é passear de bike pela ciclofaixa e, no fim do dia, postarem em suas redes sociais como isso é bacana, fotinhos da magrela, capacete, lancheira e uma caralhada de coisas típicas de quem passeia de bicicleta e não de quem anda. Não estou reclamando da iniciativa na cidade e muito menos da empolgação das pessoas, mas o que deveria ser levado como um movimento sério de mobilidade, acaba virando mais um entretenimento para as famílias cansadas do tédio dominical e para casais que querem ser saudáveis, nem que seja aos domingos.
Não quero entrar no fato de que grande parte de meus amigos que estão nessa onda nem sabem que é necessário pedalar na mesma mão dos carros (algo tão elementar) e quando eu falo isso ainda acham que é frescura.
Não quero falar sobre iluminação e segurança nas vias, no caso, na não segurança.
Não quero entrar nas questões que considero importantes a serem inseridas no contexto bike-recife antes de meterem uma ciclofaixa pra muitas pessoas que (ainda) não foram educadas pra lidar com ela - principalmente os motoristas de carro.
Não entro nesse debate simplesmente por saber que se é iniciativa, precisa começar de algum ponto. E quem sou eu pra dizer que ponto certo seria este. Apesar de achar que já começaram na metade de um processo.
Mas uma coisa não tem como não colocar em xeque: Enquanto os numerosos carros dos meus amigos continuarem transitando pela cidade durante toda a semana e ficando na garagem apenas aos domingos enquanto eles (agora atletas) pegam a bicicleta emprestada do vizinho (ou aquela que acabaram de comprar ou ainda a que estava encostada no quartinho dos fundos) pra dar um rolé pelo Recife Antigo nesse dia ensolarado, a mobilidade vai continuar sendo modinha.
Um comentário:
nossa senhora da formatação bizarra de textos e do meu blog, rogái por mim.
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