Pensava que meu blog nunca pudesse receber esse texto. E ainda estou um pouco sem jeito de como escrevê-lo, com medo de cair, mesmo sabendo que não, no nosso antigo vício de 8 e 8.000. É que foi tão leve que nem parecia você. Nem parecia eu. E o problema - sabemos - nunca foi cada um de nós, mas sim essa mistura ariana demais. Ao menos não culpo mais os astros, apenas menciono.
Nem sei quantas vezes tentamos, em vão, qualquer coisa parecida com isso, esse negócio que ainda não sei nomear. Sei que vem depois de entendimento e antes de cumplicidade. É parecido com quase vontade mas não é, vontade tem. Acho que esse troço não tem nome por ainda estar se formando. Criando corpo, roupagens e pernas pra andar com os próprios pés, sem os nossos pra atropelar tudo, todos, a gente.
O que sei é que quando eu ía você corria tão depressa... Quando você finalmente vinha eu estava no outro quarteirão impondo entre nós uma muralha maior que a da China. Foi preciso um problema teu e meses de distância geográfica pra esse abraço? Não sei, o motivo não me parece fazer diferença alguma. A diferença tá no abraço. Não falo do abraço ato de quatro braços em comunhão se enroscando, pois sempre fomos bons nisso, mas falo de todo o entorno que esse abraço bem apertado pode envolver. O antes e o depois. O abraço no chão gelado de Santa Teresa com cheiro de Raica gordinha e silenciosa entre nós, recebendo e dando todo o carinho do mundo com sua linguinha de presunto.
'Queria tanto ficar te abraçando e te dando carinho', foi o que você me disse.
Quem sabe agora, depois de tudo, depois de todos, depois da gente, a gente não possa ser amigos.
Quem sabe a gente não possa apenas ser.
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