A Jorge
Hoje a minha saudade escorreu todinha e molhou meu corpo em estado de lágrimas, frias. Meu feijão salgou, o chocolate acabou e as lições se mostram difíceis pra mim. Minha poesia anda sem rima, sem nexo. E hoje eu te amo da maneira mais dura que se é possível para um sábado a tarde: através de projeções mentais chamadas lembranças. Mastigo e engulo tua foto pra ver se preenche esse vazio de você. Jogo minhas mãos no balãozinho da memória pra te pegar, você escapa e volta e fica, finca flor no meu peito, que brota. Vira árvore saindo pela minha boca, cheia de arestas pra me abraçar. É quando me sinto grande, me sinto plena, mesmo sendo tão pequenina assim.
E então me enfio a contragosto dentro da blusa retrô-bufenta do flamengo e do samba canção que tá logo alí em cima, enquanto você, deitado e sorrindo, me chama. Mesmo sem usar uma só palavra.
Love is uncountable?





















