Silenciosamente em meu travesseiro, que por vezes viro de lado em busca de um conforto frio na lateral da testa e bochecha, como gosto, fico quietinha. E, junto a mim, ele vira espectador dos sons e cores da noite.
Dessa vez inteira. O carro lá longe. O caminhão lento que faz barulho de panela de pressão. A buzina. A quase batida. O freio. As gargalhadas típicas das madrugadas de Copacabana. O barulho de lombada em carro rebaixado. O silêncio da pausa seguido de um motor provavelmente velho. Não olho o relógio, nunca. E meu tapa olhos, surradinho e folgado, deixa os ruidos ainda mais interessantes. Lá de longe vem um carro de passeio. E outro. O ônibus parou no ponto, depois outro, depois outro - e seguiu. Me pergunto se não eram três 433 seguidos. Não olho o relógio, nunca.
As portas de ferro no seu jogo de sobe e desce - o único barulho que desperta o sentimento de início ou fim de alguma coisa - anunciavam algo grave: amanheceu, pensei! Olhei o relógio e ele apontava 5h25. As vassouras de piaçava se esfregando no chão - ainda gelado - só fizeram confirmar a chegada do dia - que ainda era noite. E então eu pude dormir em paz.
6 comentários:
*curte
essa é a melhor horinha do sono...
panelas, carros, ônibus, parece que tudo some e a gente se aconchega na cama, ainda mais gostosa, e curte o ventinho, ainda mais friozinho.. ô delícia. pena que parece que esse soninho só dura 5 minutos.. passa tão rápido.
433!! haha
433!! haha
É a melhor horinha do sono mesmo - mas de preferência quando se está dormnindo! Hahahhaa. E, seeempre o 433. Mas ele passa na parada mais longe da minha casa. Só que no breu da noite a gente consegue ouvir coisas lá no longe. E era barulho de ônibus distante.
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