terça-feira, março 27, 2012

Bons Ares - 17.03 - Palermando








O dia começou com café da manhã tomado em uma fiambreria perto de casa. Passamos na frente e Igor viu na vitrine um baguette lindo e quis. Compramos dois e comemos com suco de laranja, bom demais! Depois fomos passear pelo nosso bairro, afinal, chegamos a noite e no outro dia já partimos para o Centro. O dia foi destinado a Palermo. O bairro é dividido em Palermo Viejo, Palermo Soho e Palermo Hollyood. Caminhamos pela Armenia e fomos sentindo a rotina do lugar, tudo muito vivo! 







Passamos em frente a uma sorveteria que me chamou atenção, chamada Tufic e eu, como boa devoradora de sorvetes que sou, pedi pra fazer um pit stop e provei o de dulce de leche de lá. Muito bom! Ela é única, não existe outras pela cidade como a Freddo que tem, estratégicamente, em todos os pontos turísticos. Confesso que essa sorveteria virou meu chodozinho e sempre que passávamos na frente, eu tomava um! Mas indico pedir outro sabor além do de doce de leite, mesmo no pote pequeno (que foi o meu caso), pra não enjoar. Igor tomou o de Sabayon especial e menta, hmmmm. 





Seguimos com o passeio e demos de cara com a pracinha da Armenia e uma feirinha que percorria toda ela. Essa feirinha acontece todos os finais de semana a partir da sexta. Namorei uma bolsa da Mafalda e uma carteira, mas acabei deixando pra comprar em outro lugar, pois sabia que no domingo teria a feirinha de San Telmo. Tinha um caleidoscópio lindo também, com uma lente olho de peixe que dava um efeito genial. Mas também não compramos. 





Continuamos pela Armenia e chegamos na Costa Rica, uma das ruas que cortam a Armenia. Lá é cheio de restaurantes. Andando mais um pouco, demos na Plaza Serrano. Lá é um ponto chave do bairro. Famoso pelos vários bares descolados que rodeiam a praça e a feirinha nos finais de semana. Demos uma volta por lá, olhamos umas lojas, passamos por uns bares, sentimos a brisa e o clima portenho. Voltamos cruzando as ruas pra poder conhecer as "calles" de Palermo. 













Fomos zigzagueando até chegar nos "Bosques de Palermo". Passamos pelo primeiro bosque, cheio de árvores, laguinho com patinhos e pessoas andando de bicicleta, fazendo piquinique, namorando. Lembra o clima delícia do aterro. Fomos no Rosedal e tivemos uma sorte danada, pegamos todas as rosas abertas e lindas. Vermelhas, rosas e brancas. Em determinadas épocas do ano, de rosedal só sobra o nome. Ficamos um tempo por lá e depois tentamos ir no Jardim Japonês, ao lado (faz parte do "bosques de Palermo"), mas ele já estava fechado. Tudo bem, teríamos muitos e muitos dias pra ir lá, e é do lado de casa. 










A fome começou a apertar e a vontade de comer aqueeeela parrilha também! Fomos no restaurante Miranda, também em Palermo e nos esbaldamos. Deus, que coisa deliciosa! A carne derretia na boca, eu quase choro. Pedimos um Lomo e um Colita de Quadril (maminha) e dividimos, juntamente com a guarnição: batata na brasa (tipo cozida, só que feita na brasa) com creme de cebola. Tava tudo divino, de comer rezando. Na saída do restaurante, um moço tocando beatles no saxofone enquanto uma brisa fria percorria a cidade. Delícia de noite!





Na volta pra casa, já tarde, paramos na Tufic novamente e tomamos um de chocolate com mousse de maracujá (demais!!). A sorveteria fica aberta até 3am e o mais engraçado é que ela tava bombando!

Ah, uma coisa que vale ressaltar nesses relatos de viagem: Nos demos o prazer de desfrutar de tudo o que fazíamos com calma. Não ficávamos na correria pra conhecer as coisas, pra mudar de um lugar para o outro ou andar rápido. E isso foi a coisa mais gostosa da viagem: viver e curtir a rotina do lugar. Ir na padaria, tomar cerveja em casa, relaxar bastante e não precisar acordar cedo, já que Buenos Aires em sí só desperta tarde da manhã e segue seu ritmo até muito tarde da noite. E fizemos questão de nos locomover com nossos próprios pés, mesmo que fosse uma distância mais longa. BsAs é uma cidade construída pra caminhar. Quando precisávamos tomar uma condução, optávamos por ônibus, pra olhar a vista pela janela, em ultimo caso usávamos o metrô. Taxi? Apenas na ida e na volta para o Aeroporto, por uma questão logística! Mas no restante dos dias não entramos em nenhum, afinal, estávamos em um apartamento localizado onde toda a noite acontecia e que é deliciosa pra se locomover com os próprios pés! Palermo é o que há!

Chegamos em casa e tomamos a Quilmes litrão. Delícia saber que tá pagando R$3,00 em uma cerveja importada de 1 litro!

Aaaah, Buenos Aires!


Na ponta do lápis:


café na padaria: sanduiches + suco - 27
Sorvete (cada um) - 16

Bosques de Palermo: Rosedal é grátis!
Jantar no Miranda para dois - 230 (eles não cobram cobierto, apesar de ser uma tradição de lá! Em todos os restaurantes eles cobram uma média entr 10 e 15 pesos por pessoa de entrada!)

Bons Ares - 15.03 & 16.03 - O início!



"4 dias são suficientes pra conhecer Buenos Aires". É bastante comum ouvir essa frase quando se trata de um passeio pelas terras portenhas. Mas, vamos lá, o que é conhecer um lugar? Se a resposta for fazer um tour turístico, então realmente 4 dias são suficientes pra conhecer BsAs, aliás, em um dia seria possível fazer isso: Basta comprar o ticket do ônibus de passeio que faz o tour por toda a cidade, te apresentando os locais através de um fone de ouvido onde tudo é explicado, tim tim por tim tim. Se pra você, conhecer um lugar vai além disso, então estás na página certa, e, a partir de agora, te convido a entrar de cabeça (ou melhor, de boca), nessa viagem, e, quem sabe, ainda descolar umas boas dicas para a sua trip.

Esse post vai em especial para a minha mãe (que chega por lá na próxima quinta-feira, pra dançar tango (fina!) e para minha querida amiga Blenda que vai tirar férias por lá. Uma boa maneira de registrar a viagem e dar as boas dicas sem precisar repetir a mesma coisa mil vezes: Caneta e papel nas mãos? Então vamos lá!


Primeiro dia (no caso, noite)



Quando chegou o cobierto,pensamos, tensos, que era a pizza rs
Chegamos no Aeroporto de Ezeiza às 20h da quinta feira, 15. Na realidade o passeio começou antes mesmo do pouso, quando pudemos observar o quão diferente dos demais lugares vistos lá de cima Buenos Aires é. Zero montanhas, espaços enormes sem construções, apenas árvores. Muitas e muitas casas que parecem iguais. Ao desembarcar na cidade, tomamos um taxi e fomos direto para o nosso destino: Rua Armenia, em Palermo Soho. Aliás, melhor escolha de local pra ficar não poderia ter sido feita. As indicações valeram a pena! Palermo é um bairro charmosíssimo de dia e a noite, arborizado, cheio de bosques, bares e lojas lindas. Os restaurantes mais famosos estão por lá, além das festas e vida noturna.

Fizemos o chekin no nosso apartamento e seguimos pra rua atrás de algo pra comer. Ainda perdidos quanto a geografia do local, e, principalmente quanto à "buena onda", caminhamos pela Santa Fé (Av gigantesca que com mentira e tudo liga um lado ao outro da cidade) e, no final das contas, paramos em uma pizzaria pertinho de casa, a Míchí. Fazia um estilo Pub, lembrando a estética do outback. Tinha ouvido falar que não vale a pena comer pizza por lá, pois as nossas são infinitamente melhores, mas fui surpreendida. A pizza tava uma delícia e o cobierto também. Além do local ser agradável e o dono do estabelecimento super receptivo. (passou um bom tempo tentando explicar para nós o que era Jamón.) Em todas as pizzas tinha Jamon e não sabíamos o que era. Até que ele fala que é o braço do porco, através de mímicas. Se tivéssemos chegado de dia, seria a primeira palavra a aprender, afinal, em toda padaria, tem escrito Jamon Y Queso no menu do desayuno.


Após o jantar, ainda ganhamos de cortesia da casa, taças de Champagne. Depois disso, seguimos para o Ap e dormimos ansiosos para o primeiro dia de passeio! 



mimo do Míchí





Ah, já no primeiro dia eu comecei com minhas estabanices e derrubei uma azeitona no copo do meu namorado. Aliás, estabanices foi o que não falou nessa viagem, vez por outra ouvia ele falar: "Só podia ser a minha mulher" e, ao redor, pessoas rindo de mim por alguma coisa!

Na ponta do lápis:

1 real = 2,30 pesos

* Preço em Peso

Taxi de Ezeiza até Palermo - 198
Jantar no Restaurante Míchí para dois - 120



Primeiro dia - 16/03 - Passeio pelo Centro de Buenos Aires



Casa Rosa, na Plaza de Mayo





Tiramos o dia pra conhecer o Centro de BsAs e aproveitamos pra trocar os reais e dólares por peso. Trocamos no Banco de La Nacion, pois a cotação estava boa por lá.Aliás, os melhores cambios estão no Banco de La Nacion e no Banco Piano, ambos no Centro. (Levar identidade e papel da imigração pra cambiar) e nada de confiar nos cambistas de rua, e, por falar em confiança, sempre checar o troco! Eles são meio malandrinhos nisso.

Fomos ao centro de metrô (que foi de graça, pois algumas estações são liberadas a partir de determinado horário) e de lá caminhamos pela famosa Calle Florida. Percorremos por todos os arredores: Casa Rosa, Catedral, obelisco, Café Tortoni, igrejas e ruas, olhamos lojas (achei bem carinho), e paramos para o primeiro almoço no restaurante e café Templar



Primeira Parrilha da viagem!

Eu pedi o tradicional Bife de Chorizo (contra filé) e Igor pediu Lomo (filé mignon) com pimenta negra. De acompanhamento, papas espanholas! (Ah, nunca pedir batata, a não ser que você queira comer batata doce). O meu tava muito gostoso, mas a pedida dele foi certeira. Todo mundo fala do bife de chorizo, mas o Lomo é dez mil vezes melhor, e, conscequentemente mais caro. Mas vale a pena, é bom demais!! A partir daí, o bife de chorizo ficou um pouco escanteado. Após o almoço, já bem de tarde, continuamos o passeio pelo centro, tomamos o primeiro sorvete de doce de leite da Freddo e o ponto final foi na famosa Galeria Pacífico. 


Teto da Galeria Pacífico




Todo mundo indica esse local pra fazer compras, mas, de verdade, é um shopping comum, com marcas renomadas e com preços altos. Bem acima da minha expectativa, aliás, como com tudo relacionado a roupas e calçados. Essa imagem de que os outlets são baratinhos deve ter vindo de alguém cheio de grana que acharia baratinho lá, aqui no Rio ou onde quer que seja. Mas vale o passeio pelo Pacífico! A estética do shopping em sí tem seu charme, um teto muito lindo, uma iluminação bacana, uma sala com exposições de artistas argentinos e uma loja/café deliciosa de produtos da Patagônia. 






E foi lá mesmo que paramos, tomamos o primeiro cafézinho da viagem, uma torta e, de quebra, compramos três cervejas da Patagônia. Uma tomamos lá mesmo e as outras levamos pra casa. O cantinho se chama Abuela Goya, e é charmosíssimo, adorei! Passamos um bom tempo lá.


delícia!


Cerveza da Patagônia


Já a noite, tomamos um ônibus de volta a Palermo, passamos no supermercado e compramos uma Quilmes litrão, um doritão e o primeiro vinho da viagem. O vinho era um dos mais caros da prateleira, e, ainda assim, continua barato em comparação aos rótulos vendidos aqui no Brasil. É impressionante como bebida lá é barato em supermercado ao passo que é caríssimo nos restaurantes!

Fomos para casa e tomamos o vinho ao som de música clássica de uma estação da rádio argentina. O vinho tava divino, bem como o restante da noite.





Na ponta do lápis:

*preço em peso

metrô: 2.50
Almoço no Templar para dois: 170.00
Abuela Goye - Torta: 22 / café com creme: 12 / Cerveja longneck Aguilla: 18 / 2 cervejas litrão Patagônia: 80.
ônibus: 1,20
Quilmes litrão: 6,50
Vinho: 75

 
Ps- Quando chegamos no supermercado, vimos que a cerveja da Patagônia que compramos no Abuela Goye estava pela metade do preço. tsc

segunda-feira, março 26, 2012

bonitezas

"- Ah... A Carlinha é uma florzinha que chegou pra perfumar a vida dele e a nossa" Palavras de Janine, unidas aos dedinhos fazendo desenho imaginário de aroma e um olhinho apertado, de família.

quarta-feira, março 14, 2012

A satisfação de um trabalho bem feito

Poucas coisas são tão gratificantes no ramo profissional quanto ter seu trabalho reconhecido. Certo dia recebi um e-mail cheio de carinho, como uma forma de agradecimento por ter proporcionado um momento bonito em família, onde todos se reuniram pra assistir um programa de televisão juntos, onde pedaço da família estava alí,sendo transmitido, cheio de emoção, naquela tarde de domingo. Imagens que nunca foram vistas antes por parte da família!


Se tratava do quadro "Criança ontem, adulto hoje", do programa Tv Piá, exibido pela Tv Brasil aos domingos.



O programa é lindo e eu sinto um orgulho enorme de ter meu nome e minha contribuição em parte dele.


 Mais que isso: Um orgulho enorme de ver que ainda existem programas de televisão recheados de educação e cultura e o O Tv Piá é um deles. O programa roda o país - e agora o mundo! - em busca de pautas interessantes. E no programa o repórter é a criança. Adulto não tem vez! Os piás que comandam o programa e são conduzidos a lugares novos, nunca antes visitado, como no quadro "Descobrindo Mundos". Promovem rodas de debate, entrevistas e uma bagunça gostosa que só criança sabe fazer! 


Lembro da felicidade que foi levar a garotada da comunidade de Roda de Fogo pra conhecer o Projeto Peixe Boi, em Itamaracá. Eles nunca haviam andado de ônibus de passeio na vida. Nunca haviam feito um passeio coletivo. Nunca haviam, sequer, saído de Roda de Fogo. Foi emoção junto com alegria, e, claro, uma loucura! Afinal, manter uma quantidade enorme de crianças na frente de uma câmera, que pra grande maioria mais parece um bicho esquisito, é trabalho para poucos. Mas é demais! O resultado é sempre incrível.


Vida longa ao Tv Piá e aos bons trabalhos!




terça-feira, março 13, 2012

Dos não textos!

Hoje eu tinha alguns textos bacanas pra desenvolver e postar aqui, mas o dia acabou sendo corrido, e, junto com a correria, novos assuntos foram tomando conta da minha mente e da minha vontade de compartilhar no meu cantinho: Logo cedo iniciei um texto que intitulava "Rede Globo de Telealienação", após ter visto uma matéria bizarra sobre moda (moda?), paquera e futilidades na academia, mas a temática me encheu tanto de preguiça que não consegui sair da parte de moda. Modelitos pra malhar. Deus, alguém precisa dizer pra essas moças que meião com roupa de academia é horroroso. Pobre da Letícia Spiller que  precisou usar isso durante toda uma novela e carrega o fardo de ser a culpada por um mal, bem mal feito! Uó. Ah, alguém também precisa dizer pra Ana Maria Braga que ela já deu! 

Enfim, depois, com o decorrer do dia, passei umas fotos do cartão de memória para o computador. Fotos tiradas durante essa semana, em Petrópolis. E, ao ver as fotografias, esbocei um sorriso que me encheu de vontade de escrever sobre o instante em que, do nada, virei tia. Ou melhor: "Tia Carlinha".

Acontece que são 18h36 e eu ainda não fiz a minha mala. 

Isso mesmo! Minha mala!!!

Parece até brincadeira, mas, a partir de quinta-feira, está aberta a temporada de dulce de leche, bifes de chorizo e mucho, mucho vinho!

E que venham as férias junto com o presente de aniversário antecipado mais delícia do mundo! Sim, não precisa vir em caixa, isso pra mim é mais que um presente!

E os dias vão seguindo com a dor e a leveza do ser e de ser. Pra nós dois e para todos nós!

Saúde!







segunda-feira, março 12, 2012

'Doce, que seja doce que seja doce que seja doce...'

Adoro um doce! Poderia arriscar que sou especialista. Mais que isso, se eu tivesse estudado química, decerto trabalharia com a química dos alimentos - doces, claro! E com a degustação e formação do mesmo. Mas de química eu não entendo nada, nunca entendi. A tabela periódica e seus comparsas sempre foram o terror da babilônia pra mim e pra meu ensino médio. Mas dos doces entendo cada gostinho e combinação: Quem emplaca, quem sai de linha, quem deixa saudades e quem não precisava existir, não fosse o sistema capitalisma e de rotatividade em que vivemos e somos condicionados! "O novo é preciso"! Não é a tôa que as marcas, com o passar dos anos, vão mudando de cor, tipografia, e, algumas vezes, até de nome. Mas aí já é papo pra conversa de identidade das coisas. 

O chocolate Lolo se transformou em milkbar. O chocolate surpresa e suas cartas de dinossauro juntamente com o chocolate da Turma da Mônica existiram tempo suficiente para deixarem saudades. O mesmo pode-se falar das balas soft, do pirulito dipn link e do língua azul. Lembro como hoje aquele gostinho azul de língua estirada. Não posso esquecer dos chicletes: do azedinho, do mini chicletes no saquinho do bocão e chicletes em caixa grande e colorida.




Desde essa época eu já olhava pra cada um e determinava o valor que teriam. Para os orfãos dos chicletes estintos, as empresas doceiras procuraram tampar o buraco com uma nova versão de azedinho, mantiveram as caixinhas pequenas do Chicletes e ontem soube por uma fonte segura: por uma criança, óbvio, que o mini chicletes do saquinho ainda existe, com bocão e tudo. Como boa conhecedora de doces que sou, expliquei que é uma reinvenção, o original ficou pra trás junto com os meus sete anos. 

Xaxá saiu de linha e o sete belo bombou. Dia desses reencontrei, como quem não quer nada, com o xaxá e senti uma alegria incomensurável. Comprei um (vários) de cada sabor: morango, banana,framboesa e abacaxi e dei prioridade em comer primeiro o de banana, que era meu preferido. O gosto não mudou e com certeza meu sorriso também não. O sabor maçã verde ficou fora dessa nova versão modernizada (uma pena), mas mantiveram o desenho do gatinho na embalagem que abria de um lado só, girando. 

Ah, vale salientar que o freshen up azul saiu de linha me deixando orfã e que o trindent não carecia de fazer essa nova versão recheada. Acredito que banzé teve uma vida útil suficiente pra tentar tampar o buraco do xáxá e que a nova versão da bala de canela não se compara com a antiga, onde a cobertura era vermelha bem escura e a parte de dentro cor de caramelo, e se raspasse com o dente saía um pózinho divino. Ardia bastante! E não essa bala uniforme e rosa. Gostosa, porém, sem o mínimo de charme. A bala de mel com embalagem amarela e vermelha também não adoça a minha vida desde a ápoca em que meu avô trazia várias do Crato. 




Não me agrada a estinção das balas clássicas e o processo de rotatividade, pois poucas foram as boas novidades, mas elas existem: Morro de medo que o concorrente do Tic Tac, o Certs de menta, simplesmente suma do mapa, ou melhor, das prateleiras. Por vezes penso em comprar várias caixas, só pra garantir. O novo Chiclets de caixinha com embalagem preta e o outro com embalagem branca também muito me agradam, mas ambos me remetem a antigos gostos: um tem gosto daquela areiazinha doce que explodia na boca e o outro tem gosto de um chiclete bem caro em forma de pasta de dente que eu só comia dos outros. Era shopping demais pra minha realidade campestre, onde eu mesma confeccionava meus chicletes com o leite do saputí e açúcar. Por sinal, ficava péssimo.

Enquanto escrevo, minha cabeça segue distante, relembrando cores e instantes salivantes. Sempre foi tudo muito doce. Meus triglicerídios que não curtem tanto, e, segundo meu namorado, só não fica no meu pé porque se tem uma coisa que não tenho tendência, é em engordar. Faço parte da minoria das mulheres que a palavra ou pensamento "gordinha" não faz parte da minha vida, mesmo porque isso não acontece, permaneço com meus 50 quilos distribuidos em 1,60m faz alguns anos. Que bom! 

É óbvio que isso não é a tôa. Seria esquisito uma pessoa se manter dessa maneira e saudável com tantos doces, apenas por ter um metabolismo mega acelerado. A verdade é que acho que já nasci chupando uma laranja e comendo uma salada. A minha alimentação sempre foi mega regrada e posso lembrar do dia em que tomei o primeiro refrigerante, de tão grandinha que já era. A alimentação sempre foi muito rigorosa, bem como toda a educação: militar. Literalmente militar. Doce não entrava em casa, salvo em festinhas de aniversário. Biscoito recheado? nem pensar. No máximo maizena ou maria e tudo isso atrelado a uma vida inteira de atletismo. Com certeza preciso agradecer a isso, caso contrário, eu tava ferrada a partir do instante em que fui apresentada ao primeiro chiclete, possivelmente o bubaloo de banana.

Por motivo de promessa, precisarei ficar 1 mês afastada dessas delícias. Estou no sétimo dia e acredito que me saindo bem. Nunca passei tanto tempo sem enrolar uma bala halls em um chiclete e depois estraçalhar o combinado.

No dia 6 de abril, volto a fazer as pazes com os doces, e, de preferência, de maneira mais equilibrada, como estou procurando fazer com tudo na vida!

E... Que seja doce!

sexta-feira, março 09, 2012

12 hours with sofia


Efêmero e real como em um sonho. Não como um sonho, tocável.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Amores incontáveis

Na vida, aprendemos a amar quem nos dá amor. Por sorte e muita felicidade, fazemos parte da categoria de gente que tem amor aos quilos, para dar e receber. Desde muito pequeno fosses acostumado a ter uma mão gigante onde se apoiar, passear e escalar montanhas, no sentido literal da palavra e no conotativo. De um lado, uma mão com muitas instruções, do outro, um ouvido atento, sempre. Em ambos os lados, uma mão no coração, acalanto. Não frio ou tempo que atrapalhasse esse vínculo entre o instruir e o ouvir. Ouvir é pouco: assimilar e aprender, levar para a vida. E é desse amor que estou falando, do amor de tijolos e cimento forte. Sem chuva, sem nada. Nada detrói, apenas constrói e muda, como todo amor, mas, como todo amor, é amor sempre.



Amor de mão no coração.


De brincadeiras, de coisa série, de estudo e muita dedicação. De entrevistas, de sonhos, de histórias, infinitas histórias e de orgulho. Um orgulho de mão fechada batendo no peito em reverência. Um orgulho que é tatuado dentro dos olhos que dizem não enxergar tão bem, ora que tolice, são nesses olhos que nós, qualquer um de nós, enxergamos sem dificuldade um coração que cabe um monte de gente, palavras, livros, autógrafos, pesos e medidas. Um olhar para o infinito. Infinitamente preenchido de todas as coisas que a vida deu. E nos teus, tatuagem também, em cada lágrima, em cada instante.

Reciprocidade, é disso que estou falando! E quando é assim, em determinados momentos da vida, onde o tempo passa e os anos fortificam ainda mais esses tijolos, somos pegos, algumas vezes, por situações onde, ao invés da mão no coração, nos vemos cru, em pele e osso, com o coração na mão. Apertado. E só ficamos assim por sabermos que esse negócio de coração na mão é menos protegido e seguro do que a mão no coração que somos acostumados. E ficamos por querer que essa ordem se inverta, e juntamente com essa vontade, nos pegamos fazendo promessas e pensamentos que indicam que se essa ordem se inverter o quanto antes, demonstraremos ainda mais e mais a mão no coração que temos pela pessoa. Os carinhos e palavras que economizamos no decorrer da montanha. Mas no fundo, lá no fundo, sabemos que não economizamos coisa nenhuma. Que cada ato, cada dia e cada história, que de tão boas, são atemporais e contadas por gerações, são provas mais que suficientes e justas de que não economizamos coisa nenhuma quando o assunto foi e é amor. Mas que sim, sempre podemos dar mais e mais. Amor bem dado e verdadeiro não sufoca e nem cansa.


Amor é coisa de gente sábia e gente sábia sabe como equacionar as doses.


Amor sempre e munido ao pensamento positivo: essa é a nossa cura!

sobre astros e setas, ou sobre partes de um todo

A mulher do meu pai faz aniversário no dia do aniversário da mãe do meu namorado;
Meu namorado faz aniversário no mesmo dia que meu pai;
O filho mais novo do meu pai faz aniversario no dia do pai da minha mãe;
A minha mãe faz aniversário no mesmo dia que o seu filho;
Minha irmã mais nova - por parte de pai -  faz aniversário um dia antes do meu irmão mais velho por parte de mãe.

A vida faz dessas coisas!

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Picasa



Pois é! Finalmente criei vergonha na cara e migrei para o Picasa. Ter perdido a senha do meu flickr, juntamente com o fato de que só poderia colocar mais umas 20 fotos, caso eu ainda tivesse a senha, me impulsionou a mudar - para melhor - claro. O Picasa, além de beeem mais profissional, cabe mais fotografia, além de já vir com programa de edição de imagem bacaninha e ter a opção de fazer um back up das fotografias do computador diretamente para a web. Também tem um lance legal com relação aos álbuns: posso criar albuns privados (que apenas eu posso olhar), albuns públicos e álbuns que só quem eu passar o link, pode ver. Uma beleza!

Confesso que gostaria de abrir o Picasa com umas fotografias de trabalho, algo mais profissional bem como a idéia do mesmo, mas ainda não tive tempo de tratar as fotos de shows e afins... E como ainda estou tomada pela magia do carnaval, nada mais justo que dar o pontapé inicial com as fotos da festa de carne! Enquanto não crio os outros álbuns, deixo este do carnaval ( que é pessoal) como público!

Um pouco de cor, um pouco de dedicação e muitos, muitos clicks!

Vida longa ao meu Picasa!

https://picasaweb.google.com/114875808782744849317/Carnavale

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Orgulho é isso!

Por um motivo justíssimo, no último segundo do segundo tempo, não foi possível passar o carnaval na terra dos bravos guerreiros! 

Mas, como mostra essa fotografia e os 24 comentários, 2 compartilhamentos e 52 duas curtidas em poucas horas:

Você pode até não estar em PERNAMBUCO, mas PERNAMBUCO SEMPRE vai estar em você!

Fotografia tirada por Igor, no Domingo de Carnaval, após o bloco do Boi tatá e Boi Tolo, por sinal, um dia lindo de viver, até frevo tocou e eu, claro, me amostrei até o chico vir de baixo!


quarta-feira, fevereiro 15, 2012

'Belezas são coisas acesas por dentro...'

-E você quer ficar bonita para quem?
- E precisa ser para alguém, é? Para mim, para ME sentir bem.


Essas duas frases são corriqueiras quando o assunto é beleza. Alguém que se preocupa em saber para qual função é aquela beleza, dedicação ao físico, acessórios e firulas. E alguém que se sente segura o bastante para afirmar que "me arrumo para mim e não para os outros". 


Vou fazer uma breve análise a respeito usando a idéia da  pirâmide invertida, mas, diferente do jornalismo, não vou sair enumerando os fatos mais importantes até chegar nos mais supérfulos, pelo contrário. Vou apenas aproveitar a idéia de maior até o menor. Das várias possibilidades até a única possibilidade:


Nos arrumamos para nos sentirmos bem, e, convenhamos, para o nosso namorado, para arranjar um namorado, para as nossas amigas ou para as invejosas de plantão. Se não temos namorado, nos arrumamos para todas as opções acima, exceto para o namorado. Se todas as amigas se mudam de país juntamente com os pretendentes, nos arrumamos então para nos sentirmos bem e para as invejosas de plantão. Se todas as invejosas de plantão adormecerem, nos arrumamos então para nos sentirmos bem e para o restante do mundo que sobrou, pois, provavelmente, esse restante de mundo passará a ser nosso futuro mundo que perdemos com todas essas suposições citadas. E, se o restante do mundo todo, todinho, evaporar,  sem sobrar uma pessoa que seja para contar história a não ser eu ou, no caso, você que lê esse texto, então, nos arrumaremos apenas para nos sentirmos bem? 


Duvido que eu colocaria um rimelzinho que fosse para passar na padaria e me auto-servir no balcão para depois comer sozinha esse pão.


E viva a hipocresia feminina!





... já a felicidade é uma questão de escolha absolutamente pessoal, não se busca no outro!
O outro, com a sua parte também feliz, é que chega para somar! 

terça-feira, fevereiro 14, 2012

pinceladas na minha memória!

Por esses dias - muito provavelmente em um instante de sono profundo no qual meu namorado, como de costume,  insistiu em ficar conversando asneira comigo, falei que gostaria de pincelar o pé dele com o pincel que fizemos as pinturas nas camisas. É sempre assim: estou quase dormindo, ele puxa papo. Eu embarco no papo e dou todas as opiniões que o assunto permite - e até que não permite- e, no outro dia, ao ser indagada se lembro de tal conversa, a resposta é sempre óbvia: NÃO! E, conforme ele vai falando o assunto, eu vou recordando, aos poucos.


A verdade é que confesso, sim, confesso que só lembrei de ter falado isso de pincelar o pé agora, nesse mesmo minuto, quando chegou no meu e-mail esse convite abaixo:



Tou rindo até agora, e, claro, o convite foi aceito!






segunda-feira, fevereiro 13, 2012

A Linda e a Maravilhosa

Domingão de sol no Rio de janeiro

Morar em cidade praiana é sinônimo de felicidade. Eu sou da cultura da praia, do sol, do bronze, do mar, da cerveja gelada, do samba e da água de côco. Em Recife eu posso encrementar o menu com camarão fresco, ostra, caldinho, queijo coalho e mais uma infinidade de comidinhas. 


É com uma alegria maior que a quantidade de guarda-sol dessa foto que eu falo que sou mais do que privilegiada em ter Pernambuco como terra nativa e Rio de Janeiro como atual residência e terrinha do coração. Duas cidades de praia, duas cidades de luz. Duas cidades lindas de viver! É como costumo falar: Deus começou a pintar o Brasil. Começou pelas regiões frias, depois passou para as secas demais. Desenhando, com calma. Quando chegou a vez do Rio de Janeiro, ele virou para o pincel e pra aquarela e disse: "agora eu vou é tirar onda!"


Dito e feito! 


ô sorte!!!

sábado, fevereiro 11, 2012

friday night

preparativos, ontem, para a roupa do Eu Acho é Pouco. Igor se garantiu na dele!


Vinhozinho, queijo delícia, tintas, pincéis, tesoura, música boa, criatividade e amor.

Daqui a uma semana, a essa hora, estaremos respirando os ares pernambucanos (e a catinga de xixi que ronda as ruas, embriagando os cidadãos :D)

Isso é carnaval, eu quero é chuva, suor e cerveja!

ê felicidade!!!

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Molhado de Suor

O molhado de Suor é o primeiro album solo do Alceu Valença, gravado em 1974 e nada tem a ver com o frevo maluco beleza que corre pelas ladeiras de Olinda e no sangue fervoroso de um passista. O Molhado de Suor é uma danação, uma mistura de coisas que tem um resultado incrível, sentimento puro. Se hoje em dia é comum esbarrar com músicas e bandas no estilo "vários estilos" "free style" nessa época não era assim. Ele mistura guitarra elétrica com bandolim. Rock'n'roll com regional. Batidas fortes, mas com uma sensibilidade monstra.  

As melodias foram feitas em total harmonia com as letras e ainda conta com a participação de Geraldo Azevedo e do Lula Côrtes. Quando escutei pela primeira vez o disco, tive a sensação de já saber de cor as canções, a comunhão da letra com a melodia. E eu senti uma vontade enorme de chorar, como sinto todas as vezes que volto a ouvir o disco que originou o apelido de borboleta, que nomeia a assinatura desse blog. Mas isso tudo não foi a toa, minha relação com esse disco vai além de um link na internet pra baixar músicas, mesmo porque o tenho em CD. 

Certo dia estava entre amigos queridos em um botequinho minusculo que tem em Olinda, mais especificamente nos Quatro Cantos. Era no Cantinho da Dona Darcy, famosa pelo seu mau humor enciclopédico e pelos quiches e cerveja gelada na calçada, sem frescura. Logo alguém saca um violão e começa a tocar músicas variadas e eu, claro, começo a cantar, acompanhando. Os amigos entraram na onda e começaram a cantar também. Uns fazem batuque na mesa, outros na parede, e todos com a batida do coração. Harmonia. Madrugada. Magia. São palavras que podem descrever bem essa noite. 

O moço do violão era Tito Livio, um sujeito muito louco e cheio de idéias malucas. Era cabeludo e bom de copo. Também era bom de violão, e, como se não bastasse, era um bom contador de histórias. Mas eram histórias reais, e, para nossa surpresa, histórias incríveis e que de algum modo, mexeu e acrescentou purpurina no sangue artístico de cada um que tava alí. Ele era parceiro de Alceu Valença em tempos remotos. E também compôs músicas que foram regravadas por Zeca Baleiro (desengano) e algumas para Alceu Valença, como Arreio de Prata. Pronto! Decoramos esse nome pra procurar depois. 

E eis que ele puxa uma música, e, como ninguém a sua volta conhecia, calamos. E, conforme ele ia tocando e cantando, eu ia me encantando. Fiquei em estado de encatamento com a música, aliás, ficamos. Todos. Parecia que a cidade havia silenciado pra deixar ele cantar e tocar.  Quando ele terminou, perguntamos de quem era e ele explicou que essa música tem uma história bacana e que fazia parte do disco "molhado de suor" de Alceu. E a história era a seguinte: Geraldo Azevedo e Alceu fizeram uma aposta, onde os dois fariam uma música com o mesmo nome. Ganharia a aposta quem fizesse mais sucesso com a música. Acho que não preciso falar que Alceu perdeu essa enquanto Geraldo Azevedo bombava com o seu Dia Branco, na voz de Elba Ramalho "nesse dia branco... se branco ele for, esse tanto, esse canto de amor... se você quiser e vier, pro que der e vier, comigo..."

Mas não importava, nada importava. A partir desse instante, Dia Branco se tornou a música mais importante da noite, e, com certeza, de alguns dias após essa noite (na verdade, pra mim, ela continua tendo um valor especial. Sempre que escuto, penso que é uma das minhas músicas. E com o carnaval se aproximando, a vontade de se fantasiar novamente de "doida das lantejoulas" só aumenta.)

Ouvimos o disco e percebemos que ele era uma descoberta, sem dúvidas, "O melhor disco de Alceu" .

Abaixo, a música "Dia Branco" que não ganhou aposta alguma, mas, em compensação, ganhou uma legião de fãs na noite quente de Olinda!

Salve!





8



8 meses, no dia 8, só não deu pra ser as oito horas porque uma fã de plantão (do meu blog, claro), possivelmente tem um alarme para todo dia 8.

Mas, os horários vem e vão o tempo todo, o que fica é o amor e o respeito. Todo o resto é bobagem!

Obrigada pelo livro lindo, e, de nada pela minha paciência de monge. Não precisa repetir que se fosse o contrário você não ia aguentar, eu sei. E é por isso o equilíbrio. 

Te amo.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

cedinho





De manhã cedo, meu coração se abre para a poesia, para o desejo no peito de escrever, latente. Poderia ser um horário preguiçoso demais para esse tipo de sentimento, mas talvez seja justamente por isso que ele exista: estou limpa. Estou, ainda e por pouco tempo, livre das manifestações mundanas. Os dedinhos do pé ainda com preguiça, tornozelo tá vagaroso, as mãos quase não seguram, apenas acarinham na esperança de que seja domingo, mesmo estando em plena quarta-feira. O coração ainda macio sem os desaforos e o calor do dia. munido de pouca fumaça, pouco barulho, poucos carros. sem grandes interferências, caminho quase que sem rumo, mesmo sabendo para onde vou. quem vou encontrar. O que vou resolver.  

Os cheiros começam lentamente a se fazer presente junto com todas as outras coisas que nos fazem lembrar o quão humanos somos. E as vontades, antes involuntárias, passam a ter nomes, marcas e horários:  O esmalte "xaréu" da impala, o tênis pra trocar da loja ao lado, telefonemas, onde irei almoçar, os pombos do largo do machado, as palavras lidas através da luz de um monitor. As notícias, a luz branca. As trocas infinitas de informação, os megas, bits e gigas que engolimos naturalmente na nossa luta diária. Os clicks, os tiques. o tic e tac do relógio que agora é digital e sempre me olha quando são 11:11h

E então o dia começa a se materializar, a ficar denso  e com formato de horas. Os olhos começam a enxergar o óbvio, e a poesia, entranhada, se esconde com vergonha. Por que parece pequena, invisível e incoerente perante aquele mundaréu de números, pessoas e canetas. Mas ela continua entranhada em mim pelo restante do dia e é esse meu maior sofrimento. Ela me busca e eu pego. Ela senta no meu colo e eu levanto. Ela caí e eu lamento. Ela volta e eu não tenho tempo. E Quando arrumo tempo, ela me escapa. E permanecemos na malemolência, no molejo, até o ínterim do encontro inevitável. Fazemos então as pazes, e aqui estamos, eu e ela - a palavra -  de mãos dadas para a poesia. 

terça-feira, fevereiro 07, 2012

lar doce lar



Decorar a casa e decorar a alma, umas das coisas mais gostosas de se fazer! E a casa do Igor foi um alvo fácil: era impossível encontrar um cantinho mais sem graça que aquele, ou, como me falou Michele (sua irmã), um dia desses: nada como uma mulher pra dar um jeito nessas coisas práticas e que envolvem um tanto a mais de paciência que homem, normalmente, não tem sozinho.

Então, mãos a obra!!!

Na foto acima, parte do barzinho montado com amor e stellinhas, claro! No detalhe da foto, a caixa de madeira para bebida, cada detalhezinho foi pintado a mão por um artista plástico de Olinda. Os casarios coloridos fazem referência ao sítio histórico. Mais a frente, as rolhas identificadas:  a cada novo vinho, sua especificação de data e local são feitas na própria rolha, como nota para o futuro. E o objetivo é encher o vidro! (ohhh sacrifício!) 

Além de decorar o barzinho, é uma delícia poder relembrar os momentos, lá na frente, com direito a textura e aroma. 

cores de almodovar


Colorir, colorir, colorir. Dar charme e cor na casa sem perder a identidade, pelo contrário: encher de personalidade e do tom de cada um, esse é o desafio para transformar o preto e branco em harmonia.



Banheiro também merece uma atenção especial, já que costuma ser o ambiente mais sem gracinha da casa. Eu acho super importante um pouco de beleza onde fazemos nosso número 2 em paz. Custa colocar um mimo? as vezes basta um detalhe e já dá uma leveza no local.



Idéias, muuuitas idéias. Listas. Mais idéias. Executar. Transformar. Plantas! Essa casa precisa de planta. Toda casa precisa de planta, precisa de vida. 

Foi impossível pensar sobre a sala sem levar em conta a  iluminação! Iluminação é tudo em um anbiente e não foi a toa que fiz um curso específico a respeito, então, nada mais justo que colocar na prática: luminária, já! Uma luminária alta e delicada na sala, dá todo um charme, e, luzes brancas,por favor, só para o escritório. Já existem lâmpadas de baixo consumo com o tom âmbar, para o bem do aconchego do lar! O tapete, além de lindo, serviu pra clarear, pois além do piso ser de madeira, os móveis são escuros demais e com mármore, o que pesa (esse é o próximo passo).

A plantinha ainda falta escolher, pra colocar em um vaso bem lindo no outro canto do sofá. E as paredes ainda estão lisas demais, presa fácil para mim. Varalzinho  com fotografias é a opção que está em primeiro lugar. Mas tem parede suficiente para todas as idéias que vierem a surgir. Basta juntar o bom humor, o bom senso e o bom gosto. Tudo flui. E a casinha vem ficando cada dia mais linda e gostosa! 

E sobre os detalhes do quarto de casal, esse é segredo de estado! : )

a sala mais gostosa 



segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Além da Terra, além do Céu

 Seu Nelson celebrando os 70. Não pude deixar de registrar!



No trampolim do sem-fim das estrelas, 
No rastro dos astros, 
Na magnólia das nebulosas. 
Além, muito além do sistema solar, 
até onde alcançam o pensamento e o coração, 

Vamos! 
Vamos conjugar 
O verbo fundamental essencial, 
O verbo transcendente, acima das gramáticas 
E do medo e da moeda e da política, 
O verbo sempreamar, 
O verbo pluriamar, 
Razão de ser e de viver. 

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

tempo, tempo, mano velho



Respeitar o tempo, dos outros e meu, sempre foi pensamento de ordem e de lei. É batido, é antigo e é verdade: o tempo cura tudo. Abre os caminhos, ilumina uma vista cansada, aponta setas. O tempo transforma, adapta, rapta. E, apesar de tantas vezes querer acelerar algum processo, sei que no fundo, Deus ou o que quer que o valha, não caminha no mesmo ritmo da ansiedade humana e nem da minha. 


Por vezes já quis ter acordado e já ter passado um mês: fosse por uma tristeza que estaria mais apagada, fosse por um acontecimento feliz, futuro. Mas, nesse dia de hoje, a minha vontade egoista era de que o tempo pudesse passar bem devagar lá do outro lado, em Recife, mais especificamente apenas para uma pessoa. Uma pessoinha de nada que é tão grande pra mim: minha Sofia. A saudade que sinto por ela é proporcional ao tanto que ela cresce com o passar dos dias. É um absurdo, um desfalque bem dentro do meu peito. Quando escuto sua voz, cada dia mais completa, mais inteira e inteirada. Cada dia mais praticante e consciente da vida. E quanto mais, menos. Quanto mais o tempo passa do lado de lá, menos acompanho essa velocidade toda. 


Sentimento de impotência que é administrado através de fotografias, vídeos, voz e imaginação. Muita imaginação. Me pego deitada no sofá imaginando ela fazendo brabeza na sala (umas de suas especialidades). Depois imagino ela comendo sem parar e pedindo mais. A vejo correndo pelo quintal enquanto eu chamo pra dar um abraço (que na verdade é um aperto) e ela fica agoniada ou mandando parar: "paaaaaaaaara caca, paaaaaaara". Ou, para a minha sorte e a do meu pensamento, ela gosta. E fica rindo. E volta a correr e a brincar com o aviãozinho, pedindo pra entrar na piscina.  Ou então começa a varrer a área.


E conforme as fotografias chegam na minha caixa de e-mail, mais me assusto com o tamanho de seu cabelo e das pernas tão compridas. Me pego feliz em vê-la tão parecida comigo, cada traço, cada detalhe. E gosto quando meu pai se confunde e a chama de carlinha, mesmo que Jó reclame com ele por conta disso. É família. E família é associação e soma de amor. Amor antigo, amor repentino, amor genuino. Amor. Amor é uma palavra que deveria ter mais letras, pra tentar demonstrar a dimensão. Constitucionalissimamente bem que poderia ser amor. Mas se quer saber? Não teria palavra certa, ela, sequer, precisava existir. 


Porque é aqui dentro que tudo fala, que tudo cala e que tudo explora. É aqui dentro que a vejo pra lá e pra cá, na esperança vadia de tocar naquele bracinho moreninho novamente, o quanto antes e com menos espaço de tempo.  E com a alegria de saber que apesar de visualizar as notícias e mudanças através de outros meios que não ao vivo, temos um elo que a geografia não estudou o suficiente pra conseguir separar. E que já não importa em que pedacinho de terra a gente more, seremos irmãs, sempre.


Com muito amor e muito abracinho apertado, para a minha Sofia.


papai babão e Sofia, hoje, no seu primeiro dia de aula