segunda-feira, setembro 05, 2011

Sobre o amor e suas falcatruas

                                         


Não consigo encontrar as palavras corretas pra escrever nesse pedaço de papel, talvez lilás, talvez cor de rosa, as coceguinhas que meu peito anda fazendo sem que eu peça ou indique que essa é a hora. Essa é a hora, sim, agora. Agora e daqui a cinco minutos. Cinco minutos de ondulações que o peito anda me aprontando, apontando pra você feito seta fluorescente, sempre, sente.


E as palavras corretas estranhamente não chegam aos meus dedos, pois dessa vez me prontifiquei a viver mais que escrever, criar, imaginar. Teus braços andam sendo meu caderninho a tirar colo e no teu colo eu te faço um cafuné, um alisado nas costas, um chamego de pé com pé e os teus olhos a me cobrir no cobertor cor de pele, na pele que a gente toca, arrepia e que alivia todo tipo de dor.


Sim, as palavras certas me escapam, porque na certa estou pensando em outra coisa, tou lembrando do dia em que esses olhos rasgadinhos de de manhã cedo se debruçou sobre mim e eu fiquei paradinha, meu coração quase saltou pela janela e saiu correndo pelas laranjeiras, cerejeiras, abacateiras e todas as frutas que a gente disse ao outro que conhece. Aconteceu em uma manhã, em uma dessas manhãs que a gente faz de conta ser domingo e que o despertador toca quantas vezes se fizer necessário, com um tom de importância e imponência que passa despercebido diante daqueles minutos que se não for, muito me lembra a palavra encantamento.


A partir dalí eu já sabia que não tinha mais jeito, mas preferi não te contar por pura precaução.


As palavras me escapam, porque ao invés de escrever, acabo me lembrando da noite em que a chuva se fez presente, e, por conta dela, precisamos andar ainda mais próximos embaixo de um círculo preto que chamam de guarda-chuva mas que pra mim tem um significado além, afinal, em que outra situação se pode andar na mesma direção, com os mesmos passos e com um mesmo cuidado silencioso de conseguirem chegar a algum lugar sem que o outro se molhe? Com o cuidado silencioso de conseguirem chegar a algum lugar. Qualquer lugar. Aqui. Agora. Vem!


E, sem desistência, continuo na busca em procurar as palavras adequadas pra explicar os dias em que isso, aquilo e aquilo outro.


E quer saber? não o farei, afinal, tou ocupada demais lembrando das manhãs bonitas de domingo em que Roberto Carlos fala do outro lado da rua que você é a saudade que eu gosto de ter!


                                                             (50mm colaborando pra embelezar o blog!)
                                                 

quinta-feira, agosto 04, 2011

Um texto pra te dizer, Marina - Parte II


Passou tão ligeiro tua vinda pra cá, pareceu uma brisa: leve e linda. Levando um pouquinho do pólen das árvores para o vento, para o chão, até começar a brotar lentamente o amor. Sempre mais amor. Sempre. Na verdade eu nem sei como é que funciona isso... mas quando se pensa que não tem mais o que sentir de novo, denovo me pego sentindo e sentindo e sentindo, como um ciclo, um ciclo que não é circular. É cheio de curvas e linhas e vindas e idas, como costuma ser o amor de gente grande e eu acho que alcançamos esse amor maduro. 

A gente tem sempre mil motivos para brigar, emplicar ou discordar ... e um amor desse tamanho que é sempre maior que todas essas coisas. Tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas... É fato que já estava sentido e vou sentir ainda mais a sua falta, mas a gente se segura nessas certezas que a vida proporciona vez por outra!

As portas vão estar sempre abertas. As portas da casa, da alma e do coração. 
E a certeza que vamos sempre para o alto. Para o alto e avante!

Te escrevi esse pequeno texto no corpo do e-mail, e, na hora de apertar para enviar, lembrei que você gosta de declarações públicas de amor, que nem eu. Que nem coração bobo e bonito que gosta de surpresa pra acelerar o peito, pra acalantar a alma. Que nem gente que sente e sente muito. Que nem gente. Então vou aproveitar que você fala que eu nunca deixo muito explícito o que sinto e acrescentar esse textinho ao meu acervo pessoal do catando-vento e ao seu coração. 



Concordo bastante com uma frase que se desenhou na minha cabeça e escrevi há pouco pra Eduardo (bailinho): -Sou mais o amor firmado que o afirmado.- Em se tratando de palavras usadas,porém,vazias de sentimento. Como o nosso amor já se firmou faz tempo, eu posso afirmar e reafirmar quantas vezes for preciso. Quantas vezes achar necessário pra te deixar feliz. 

Um beijo pra você e até a próxima aventura, meu bem!







terça-feira, julho 26, 2011

Seremos sempre (?)


Não tiveram a coragem de se reconherecem perdidas até agora, mas no fundo sabem: Se perderam no caminho, em algum pedaço de caminho que não foi satisfatório.


Quando duas pessoas se perdem, não importa em qual grau ou gênero de relacionamento, sabe-se que isso aconteceu em um dado momento, mas não se sabe, ao certo, onde ou quando. Se naquela intriga aparentemente boba, naquela festa, naquele olhar que não se cruzou. Não se sabe se isso aconteceu naquele primeiro instante de não ou se no último que eu possa lembrar, na gota d'água, nas palavras que saiam da boca diretamente para o lixo do canto da cozinha, junto das garrafas de heineken


Sem os olhos se olhando. Sem os olhos, só as palavras. Em um sofá, talvez em um elevador.




Se foi na primeira ou na última situação, não sei. Acredito que no trajeto entre um ponto e outro. E fico pensando no porque não reparamos nisso na primeira instância, no porque não sentamos e encaramos aquela "besteirinha" que nem ao menos sei qual foi, como algo importante, assim, teríamos deixado tudo no zero a zero e seguido nosso caminho, agora, de braços dados e segredos compartilhados.


Mas não, como seres humanos que somos, preferimos deixar passar. E, deixando passar uma vez, deixamos também as outras, até chegarmos ao ponto que agora te descrevo. Um ponto que não é quente e nem é frio. Entramos naquela inércia do "seremos sempre", como se isso fosse o suficiente. Isso é suficiente sim, quando de fato praticamos o "sempre seremos" . Desse modo, o happy end é garantido. Mas agora, em uma noite comum de terça feira, me pego pensando no que somos; em quem somos, e, definitivamente, se somos ou seremos, não encontro, não vejo. Não te vejo, você não me vê.


Sempre?


No mundo do sempre onde as datas não datam, como diz Quintana. E nunca precisou datar, nunca precisamos de contagens, encontros marcados,prazos ou rotinas. Justamente pela certeza boba de que seríamos sempre.


E agora, Maria, que não podemos escapar do sempre, te pergunto:


 Enfim, seremos?


Enquanto isso, eu cantarolo baixinho, que nem você me fez um dia:  'Você precisa saber da piscina, da margarina, da Carolina, da gasolina. Você precisa saber de mim. Baby, baby, eu sei que é assim'

domingo, julho 24, 2011

As flor mais bonita

Hoje eu recebi as flores mais bonitas. Elas tinham um sorriso tímido, com saudade e com raiva do porteiro. 
(E também um coração batendo bem depressa, aqui por dentro.) 

O tamanho delas era do tamanho da distância até o chão, onde ela brota. 




A questão é que agora eu quero olhar o tempo inteiro pela janela, à procura da flor.



quinta-feira, julho 21, 2011

Cataporizando

Ninguém gosta de ficar doente, é bem verdade. Mas, quem me conhece, sabe o quanto eu sou rueirinha e dou valor a coisas que costumam passar em off e são vistas apenas como rotina do dia-a-dia. Segundo meu chefe, o dia amanhecer com sol, já é motivo suficiente pra eu chegar no trabalho com um sorriso de orelha a orelha. E é bem verdade, apesar de aparentemente bobo, ele deu o exemplo mais verdadeiro: dias ensolarados, ainda mais quando eu 'largo' cedo do trabalho, clareiam tudo aqui por dentro: Quero andar de patins, fotografar, pegar uma prainha, ir em alguma exposição, fazer um piquinique ou simplesmente voltar a pé para casa, olhando o movimento e tomando um picolé de chocolate com menta. Isso já me satisfaz e como! E vem fazendo tantos dias assim...


Então dá pra imaginar a chateação que foi, para mim, ser diagnosticada com Varicela, vulgo, catapora, em plena tarde de um sabadão de sol e lua cheia. Chateação é pouco, foi o fim, uó! Ainda mais que era um final de semana cheio de programações. Ok, como todos. Mas eu tinha sido convidada para passar o final de semana que vem em Muriaé-MG, sinto saudade de gente que não posso ver por motivo de contágio, e, pra piorar, ainda tem o anima mundi, um festival de animação que tá acontecendo durante toda a semana nas principais salas de cinema da cidade. Enquanto isso, eu aconteço na minha sala particular.


Entre um filme e outro. Um cochilo e outro. Uma coçadinha e outra. Um remédio e outro. Uma refeição e outra. Um banho e outro. Uma visita e outra. Uma ligação e outra.


Pois é, minha vida que costuma ter um leque com variações mais agradáveis, se transformou em um espaço entre uma coisa e essa mesma coisa. E essa mesma coisa, de tão chata, nem sobrenome tem: monotonia.


Bom, com tanto tempo livre, o que me restou foi aproveitar para tirar os pensamentos do modo de descanso, colocar algumas idéias no lugar, confundir outras, organizar uns papéis, escrever umas bobagens e perceber que, em definitivo, não nasci para servir de paisagem, seguir uma rotina tão quadradinha ou para ficar, literalmente, me coçando.


Bom, mas isso eu já sabia. Eu queria mesmo era uma cerveja bem gelada, posso?

terça-feira, julho 19, 2011

Negocinho bom




'Há de surgir
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê sorrir'




E eu te guardo dentro daquele  abraço cheio de silêncios, afeto e (bem)querer que me fez desabrochar em sorrisos, sozinha, por todo o trajeto do elevador - que quase não subiu - por um esquecimento sadio e distraído de não apertar o botão.

Eu te guardo e aguardo até o próximo abraço!

E hoje eu sei o que você é pra mim. Você é o meu negocinho bom!
Menino dos olhos infantis e sorriso despreocupado...

Sim, meu negocinho bom!

Eu também prezo por você, bastante.


'Hum!
Deus fará
Absurdos
Contanto que a vida
Seja assim
Sim
Um altar
Onde a gente celebre
Tudo o que 

Ele consentir'

sábado, julho 16, 2011

Na infanto-esperança que dure mais tempo,



alguma coisa me traz medo, quando me pego economizando em uma roupa o cheiro.






quarta-feira, julho 13, 2011

Por amor ou por besteira?

Não é bacana ter aquilo que, de antemão, não suportaríamos perder. Não é saudável... Caso contrário, para mais do que para menos, tal sensação seria motivo infindável de fardo e enfado. E, para mais do que para menos, nós precisamos mesmo é de equlíbrio, leveza, bem estar, bem querer e amor.


Deixei os dias passarem lá fora na tentativa de entender o que se passa aqui dentro, não sei se tive o sucesso que esperava, muita coisa ainda caminha confusa, mas uma coisa é certeira, certeza: Eu posso,embora com saudade e vontade, viver sem. Sem tudo isso, todos esses pequenos issos que a gente vem somando nos dias, nas horas, nos instantes. Deliciosamente.

Mas se quer saber? Eu não quero. E o fato de não querer viver sem, assim, tão espontaneamente, faz uma diferença enorme.

Agora, talvez, eu consiga explicar um dos questionamentos que minha cabeça manda ligeiro para meu coração :

Capricho?
Se é capricho, confesso que capricharam direitinho...

E aí eu pergunto:

Por amor ou por besteira?

domingo, julho 03, 2011

Sim e Não:


São duas palavras que carregam em sí uma responsabilidade acima de três letras.

Talvez, por sua vez, tem letras demais...


sexta-feira, julho 01, 2011

Desapego...




... É apagar antigas mensagens para conseguir receber as novas!

Abusinho...





... É querer o bem, só que bem longe!

terça-feira, junho 28, 2011

As mentiras que elas contam


É bem verdade que cada cabeça é um mundo e que querer entender o que se passa dentro delas é trabalho de doido ou de quem não tem muito o que fazer, afinal, me pego mais em dúvida do que em certeza sobre a minha própria, quiçá sobre a de outros,né? Mas uma coisa é certa, não importa a idade, a cor do cabelo ou o tempo que se passe, sempre tem aquela determinada classe de gente que se enquadra em um mesmo padrão, ou como diz o ditado: 'é tudo farinha do mesmo saco', peculiaridades a parte, estou me referindo as inventoras de historinha!

Sabe aquela situação clássica de um relacionamento que terminou, a pessoa não se conformou e fica inventando lorota pra colocar terra na vida do outro? Pronto.

Ou que fica criando noias, disse me disse ou qualquer coisa que não tenha relação com a palavra saudável, só para se mostrar presente, ainda que da maneira mais triste? Pronto.

Ou as que não conseguem estar por inteiro com quem quer, não interessa o motivo, e fica tentando infernizar a vida de quem está fora, bem longe dessa situação? Pronto. Desculpe querida, mas você deveria ter alguma amiga para te informar que não funciona. Quem está fora, está fora e não quer estar dentro de suas loucuras. Essa tática além de falha, pois não tem fundamento algum, ainda pode vir a ser contra sua proposta inicial, afinal, ficar relembrando a seu meio-companheiro que fulaninha existiu na vida dele o tempo inteiro, talvez seja uma das coisas que façam ele lembrar de fulaninha sempre e ficar pela metade, pelo meio do caminho. E não vai adiantar você pintar o sete. Ele sabe quem ela é, com sete, oito ou dez coisas que você fale só por vicio ou despeito, o que se torna ainda mais deprimente.

Pior: as que ficam entre sí (entre sí, lê-se entre mulheres da mesma categoria), criando, confabulando e programando o próximo ataque de frescurite gratuito, seja lá para quem for e por uma única razão: não deu certo.

E quer saber? Nunca vai dar.

Com ele, com ela ou com qualquer que seja o alvo ou a vítima em questão.

Sabe? Pronto, ponto.

Tou distante de ser uma mulher segura e bem resolvida, mas meus esqueletos no armário (aprendi essa expressão por esses dias), resolvo comigo ou com quem possa resolver junto. Fantasmas e bicho papão só existe na cabeça de quem cria.

E eu, gracias, prefiro usar minha imaginação para coisas muito mais interessantes. Ah, se prefiro...

Sim, pior do que homem vacilão, são as doidas de plantão!






quinta-feira, junho 23, 2011

Chamego...




... é já querer voltar na hora de ir embora!

segunda-feira, junho 20, 2011

abraço de ossinhos, brinde olhando nos olhos e um até logo!



Meu coração. Teu coração. Nosso mundo...
Teu coração. Meu coração.

Nossos?
Mundos...

Eu nem sabia que era possível, mas nesse ano eu te amo ainda mais.
E se é para o teu bem, meu bem... então vai!

Mas antes de ir, eu vou é correndo agorinha mesmo te encontrar, para te dar um abraço apertado, brindar olhando nos olhos e um até logo daqueles que a gente já deu tantas vezes. Obrigada por tudo isso, só quem te conhece sabe do prazer diário que é te ter na vida.
Por sorte eu tenho isso há 23 anos.

Amo do amor mais bonito!




sexta-feira, junho 17, 2011

Pra enfeitar os seus cabelos

No meio do período de um dia comum no trabalho, entro em um ônibus para resolver um problema na Gávea. Me sento ao lado de um senhor com um buquê de rosas todo enfeitado:

- Filha, o que você acha desse ramalhete?

-Muito,muito bonito!

-Mas você acha que a minha velha também vai achar? É que hoje estamos comemorando 50 anos de casados, fora os outros de flerte...

-Vai sim, ela vai gostar muito, são lindas... Essa aqui é a que mais gosto, apontei.

-Espero mesmo que ela goste. Todos os anos ela se lembra e fala primeiro e por falar primeiro, acha que eu esqueci. Mas eu nunca esqueço. Mas eu tou um pouco preocupado, hoje quando acordei ela nem falou nada, tou achando que ela não lembrou dessa vez.

-Eita, parabéns!!! (muito empolgada), com certeza ela não esqueceu, deve tá testando o senhor... Ela deve tá toda arrumadinha em casa, te esperando e vai ficar muito feliz quando ver as rosas e que o senhor lembrou!

-Ô, minha filha... é mesmo,né? Bem que esse ônibus podia andar mais depressa, ela foi na feira e eu queria chegar antes.

-Vai dar tudo certo,não se preocupe tanto.

-É essa aqui a que você mais gosta,é?

-É.

-Tome de presente pra você!

-Oh, nããão.. tão lindas assim, não mexe não!

-Eu faço questão, quero te dar essa que você mais gosta, você me deixou mais tranquilo, eu tava pensando que ela tinha esquecido da data.

-Com certeza não esqueceu, mas deixe as rosas como estão, pode bagunçar tudo se tirar.

-Eu faço questão!

... E enquanto tirava com todo cuidado, falou:

-São para enfeitar os seus cabelos...

E eu prontamente enfeitei, feliz da vida com o encontro!

sexta-feira, junho 10, 2011

Cheiro...



... é quando a gente pega um pedacinho da outra pessoa! (i.s)

quinta-feira, maio 26, 2011

As vezes, morrer é preciso




Morrer. Morrer uma, duas, dez. Não importam as vezes. Morrer sempre que preciso.
Sem vergonha. Sem dor. Tato, ato, dia, instante.

E poder renascer. Renascer, essa é a palavra:

Os dias mais bonitos, as cores mais definidas, os atos mais seguros costumam surgir após cada morte, cada mote. Só aí que notamos sem vestes nos olhos as brutalidade nos atos, as verdades dos fatos. E é também aí que brota qualquer serenidade sincera. Um respirar aliviado. A semente bem plantada. A semente.

Renascer. Renascer uma, duas, dez. Não importam as vezes. Renascer sempre que preciso. Sem vergonha.

Sem mais dor. Sem dor, mais. Sem mais.

Instante
estático
dia
tato
ato




* pôr-do-sol do Sertão não tem igual. A foto foi nas barragens de Itaparica, julho de 2010.

segunda-feira, maio 23, 2011

Um texto sem título. Um texto da cabeça para o coração:

... e por achar que de repente era tarde demais para fazer o que queria, não o fez.
Por não ser dada a frustrações, dez anos mais tarde, passou a fazer aquilo que, dez anos antes, poderia ter começado a fazer,e, hoje, estaria com dez anos de lucro, não fosse o pensamento restrito, bobo e ignorante de pensar ser tarde demais.

Fui restrita, boba e ignorante por um bom período. E, mesmo sem levar a sério esse pensamento ou parar para pensar a respeito, sei que havia um conflito interno e bem inteiro na minha cabeça:
Ballet clássico, voltar ou não voltar, essa era a questão.

Os dias foram passando, o rumo da vida foi mudando, os anos foram passando, e, ainda que vez por outra eu entrasse em contato com a dança de um modo geral, nada podia se comparar com os meus dez anos de ballet clássico sem interrupções, minhas unhas encravadas, meu dedo torto, coque no cabelo, piruetas e saltos no ar com uma leveza inimaginável. Não era possível ouvir meus pés retornando ao chão. Não era possível esbarrar com alguma outra bailarina desse estirpe naquela escola e, menos possível ainda, era encontrar uma platéia pela metade em dias de apresentação. Não preciso de falsa modéstia depois de tanto tempo. Era mesmo bonito de se ver, eu sei que sim, e, justamente por esses motivos, aceitar que retornar significava ser menos do que eu era, parecia duro demais.

*

Hoje à noite, voltei a pé do trabalho e, como de costume, aproveitei os 3km de caminhada pela orla para colocar qualquer idéia deslocada em seu lugar. Essa caminhada é a minha terapia, e, nela, minha mente realiza bem o papel de psicóloga, sempre coloca em xeque alguma questão que nem eu mesma tinha consciência que era importante ou que fazia parte de mim. E foi só hoje que me dei conta que faz exatos dez anos que bailarinei por dez anos seguidos.

Tomei um susto, me senti fazendo aniversário em data errada ao mesmo tempo que me senti em estado de urgência, alarme. Dez anos!!! Dez anos não são dez meses. Foi tempo demais na ativa e um espaço de tempo longo demais para repensar. Por minha sorte, Tempo demais não significa tempo esgotado quando a decisão depende apenas de você e isso traz um tanto assim de alívio. Foi ai que, finalmente, esse conflito interno escapuliu pelos poros e por todos os buracos, fui pega por trás feito assalto: era impossível de escapar.

Escolhi então não fazer mais parte da categoria de gente que se inclui na primeira estrofe do texto: não quero daqui há dez anos, aos 33, perceber que por besteira e por motivos que hoje já não fazem a menor diferença, deixei de viver o que eu queria. E por saber que sou teimosa por demais, iria de todo modo recomeçar,a todo custo, nem que para isso precisasse ser do zero e aos 33, ou 43 ou 53. Não sou mesmo dada a frustrações. Que bom que precisei apenas da primeira década de espaço...

Sim, vou voltar para o ballet. E sim, sei dos meus limites e restrições, sei das dificuldades que vou encontrar, sei, inclusive, da dorzinha que vai me bater ao ver um passo feito com tamanha perfeição e que eu fazia daquele jeitinho alí. Mas vai ser com o coração tão escancarado e feliz e com o corpo aberto para reaprender, que serei livre para fazer aquilo que puder ser feito.

Confio na memória do corpo, no prazer que pequenas atitudes podem nos proporcionar, e, mais ainda, no gosto de um novo desafio. E em se tratando de um desafio antigo, o gosto se torna ainda mais apurado.

Feliz, sim!







terça-feira, maio 17, 2011

Dengo...


é mergulhar em uma piscina de algodão e não esperar que te resgatem ... mas que pulem junto!

Distração...




... é estar atento a tudo, por dentro dos olhos.

picotadinho



... e o envelope verde é agora como se fosse teu coração:
rasgaste ele, ó Deus, que ironia, com as tuas próprias mãos.

domingo, maio 15, 2011

Confusão mental...


... é quando a interrogação vem antes da pergunta.



sábado, maio 14, 2011

O tempo é brisa


Tirar o casaco. Sentir uma réstia de frio, de vento.
Traçar no imaginário. Passear no pensamento.
Em um dia bonito. Respirar fundo.
Na batida da onda.
Na passada do peito: sereno.

Desacelerar. Recuar pra prosseguir mais firme.
Esvaziar e preencher.
Sem pressa. Meta. Seta. Nem sempre reta.

Caminhar.
Pé na areia gelada.
Pequenos prazeres.
Sentar se der vontade.
Observar o casal que observa o horizonte que observa o
infinito que observa o casal que fala outra língua.
Que tem outra idade. Outra vida...

... mas a mesma sensação de que o tempo é brisa.




sexta-feira, maio 13, 2011

Praticando a consciência da felicidade prematura e pós madura


Hoje não tem rima, mas tem prosa. Uma prosa direta de mim pra tu. Assim, feito conversa fiada e afiada em frente de casa de interior.

Sabe aquela sensação que vai invadindo o peito gradativamente, minuto a minuto, nos instantes que antecedem uma felicidade prestes a acontecer?

Pronto, é sobre isso que vim falar hoje.

Essa prévia anda focada na felicidade propriamente dita, naquela que vai te acontecer logo mais. Acontece que essa sensação é tão gostosa e as vezes dura até mais tempo que o próprio tempo da felicidade. E mesmo que esse sentimento exista tão claro dentro da pele, nas entranhas, quase nunca pensamos sobre ela.
Quase nunca tomamos consciência a respeito dessa felicidade prematura. Sentimos. Sentimos muito. Sentimos tantas vezes até mais que a própria felicidade, pode acreditar. Mas não pensamos que sentimos. Sentimos e pronto. Sim, isso é suficiente. Caso contrário, já teríamos mudado nossa postura diante disso há tempos. Mas hoje percebi que tomar consciência a respeito dessa sensação, durante o instante em que ela te toca, tem um gosto novo.

Um gosto de vida na cabeça e coração, não apenas no coração, involuntário.

Parece bobagem, mas perceber isso há tempo e no tempo, alastra ainda mais a alegria...
... e alegria nunca é demais!

Essa foi a maneira que encontrei de, no futuro, não precisar pensar que era feliz e não sabia.

Não.

'-Eu era feliz e tinha essa consciência antes, durante e depois.'

Agora, jájá e depois.

Boa sexta feira treze para todos!


Insônia ...


... são quatro paredes brancas puxando conversa no meio da noite.

quarta-feira, abril 27, 2011

catando o vento


O tempo passa
o dia é hora
a hora guia
a guia ora
a reza é choro
o choro é vida
a vida é gozo
o tempo é brisa


cato o vento, o tempo e o que mais vier: cato, canto e acato.




domingo, abril 24, 2011

amor,humor

O cúmulo da falta de identidade (lê-se de estar na merda):

colocar um perfume seu pra sair cheirosa...
Lembrar dele e sair chorosa.

Diferenças entre o amor (que acabou) adolescente e o adulto:

O adolescente não tem vergonha de chorar.
O adulto tem.

O adolescente acha que nunca vai passar e com um mês já passou.
O adulto tem a certeza que vai passar e nem sempre passa...

O adolescente diz que ama sem nem saber se ama.
O adulto ama calado.

O adolescente tem certeza que sabe de tudo mas não sabe de nada.
O adulto acha que sabe de tudo... e sabe menos ainda!

Por Carla Alencar,
noite de são jorge (23/04/11)


segunda-feira, abril 18, 2011

Fraqueza ...


... franqueza.


Está limpo do vício por mais tempo, aquele que acordou primeiro.
Hoje acordei tarde...


Amanhã, quem sabe?

sábado, abril 16, 2011

Sábado


SOl
por
fora
e
por
dentro


A alegria de estar vivo

uma brecha no tempo,

uma suspensão da realidade


e lembrar de Pena: que, enfim, te resta a vida.

Felicidade é estar em um lugar bonito

ter para quem sorrir

abrir os maiores braços e trancá-los com o maior dos gostos em um abraço pra guardar
.

A
M
A
R

não importa a quem seja.

sábado, abril 09, 2011

Resquícios de carnaval


Ainda sinto o resquício de carnaval nessa cidade

O cheiro azedo de cevada no canto da calçada

A boca molhada de tantos beijos na soledade

A saudade dos blocos impregnadas nas buzinas dos carros

O vestido amarelo da moça na varanda

Observando a chuva, fininha,

Procrastinando pra lavar o rosto dos namorados


Conversa fiada e afiada nos Quatro Cantos

Deixando o sentimentalismo

Guardado para o restante do ano


E agora, abril, que já é o restante do ano

O carnaval continua impregnado nas ruas da cidade

O cheiro de azedo no canto da calçada

A boca molhada

A saudade dos blocos impregnadas nas buzinas

O vestido amarelo, a moça

A chuva procrastinando

Conversa afiada


E o sentimentalismo guardado para o resto do ano

E o sentimentalismo guardado...


... Para o restante do ano ser carnaval.

quinta-feira, abril 07, 2011

la vie


Tenho certeza que te dei o meu sorriso mais bonito.

segunda-feira, abril 04, 2011

Um recado para você


Carla,

Vá ao espelho do banheiro e perceba que lá tem duas lâmpadas. Gostaria que você acendesse a que fica em cima do espelho, aquela que clareia mais e que você acha ótima para se maquiar. Acenda-a e se observe com calma. Quando voltar, quero que me diga o que enxergou.


Volte lá, Carla. Tou esperando. Não adianta tentar me enganar e continuar acendendo a lâmpada azulada, que disfarça, que mente. Seja verdadeira ao menos com você. Acenda a do espelho e me diga o que você enxerga.

Pois é, um roxinho cavado por baixo dos olhos, um tanto de catarro que não escorre e nem vai embora, olhos marinhos, olhos de rio: escorrendo. Uma sobrancelha crescendo na medida que os dias passam. E elas vão continuar crescendo até que você decida fazer. Elas não serão feitas sozinha, como nada na sua vida. Nada vai acontecer por sí só, perceba que até as besteiras acumuladas, que ató os motivos do tal roxinho cavado abaixo dos olhos, não foram feitos sozinho, você contribuiu.

Então agora trate de contribuir também para desfazer, esvaziar e preencher.
Você costumava me falar sobre isso, não lembra?

É preciso esvaziar, esvaziar,esvaziar... e preencher. Sem erro.

Esvazia, Carla! Que o tempo tá passando e o mundo te esperando pra preencher a vida de luz, de amor, de trabalho e de sorrisos. Aquele sorriso largo que você costuma doar. Aquele sorriso nos olhos e o caminhar saltitante! Você é boa nisso, menina. Sempre te dizem,não é? Vai ver que é porque é verdade.

Você precisa entender que no mundo de hoje não é tão normal encontrar pessoas do bem, que te dão sorrisos de presente, um abraço apertado e a mão estendida. E que se você é uma delas e tá aí, se escondendo por trás da lâmpada azulada, vai pegar muito mal.

Curte teu luto e encerra. Curte teu luto bem logo e não longo.
Acaba com o luto e veste a alma de branco, verde, azul e rosa.

Acaba esse luto, acaba agora!

Termina o luto e volta.

Volta que a gente precisa de você.

Com todo o amor,

Anete, Carla e quem mais aparecer.

terça-feira, março 29, 2011

'Tá doendo em algum lugar?'


E, sem receio ou constrangimento em saber se dessa vez eu queria responder tal pergunta, a médica soltou:

'-Tá doendo em algum lugar?'

(Entre dor física e interna, passei uma média de 40 segundos para responder, confusa, desesperada, dejavú esquisito, pedaço de caminho não concluido, me perdi nos segundos e nos fatos. Se tá doendo? Como nunca, senhora. No dia em que me colocou no colo, na cadeira do computador e me socou tantos beijos fossem possíveis em um corpinho desse tamanho. Tá vendo aqui? Aqui,ó... Não, não o tamanho do corpo, mas do buraquinho cavado. Esse foi no dia em que deslembrado dos erros, me acordou brincando e rindo, rindo e brincando com o próprio corpo, no próprio corpo e nesse buraquinho queimado. Queimado pelas velas daquele jantar, daquela massa, daquele molho, daquele vinho. Aqui, não tá vendo a queimadura? Arde, ainda arde. Dói naquele instante dos chocolates criativos e as sobremesas, dos filmes e das caminhadas pelas ruas, qualquer rua, qualquer vento, qualquer praia, qualquer lanche, qualquer peça, qualquer, qualquer coisa. Dói, também, o choque do abraço na noite, no meio da noite,na cama e os pés que se procuravam, se esquentavam, se consolavam: cortados. Os pés estão cortados, você não consegue ver? Olha aqui, bem aqui, moça... Não é possível. Também tem essa roncha dominical, ela foi se formando no acumular de cada domingo de almoços e risos e cervejas geladas e jogos de futebol e piadas e planos e risos e mais risos e fotografias e mais gente e mais alegria. A roncha é apenas uma, mas ela tá dessa cor por conta disso. Se formaram aos domingos,em cada domingo, todos os domingos. ah... e os domingos, você sabe,né...


Mas, se você notar, também dói aqui... e aqui, e acolá. Tá vendo? Não? Como não? Nesse cantinho, nesse pedacinho de pele,e, sobretudo lá. Mas precisaria de um raio X para observar melhor. Como? Você não pode ver? hmmmm, entendo. Veja bem, quem perguntou foi você, estava quietinha na minha.

E, já que você quer saber, dói em todos esses lugares, mas, principalmente, irremediavelmente,tristemente
aqui,

dói aqui quando ele aperta.

E dessa vez ele apertou forte demais,moça.
Você não consegue ver? Que bom, nem eu.)


'-Não, não dói.'

terça-feira, março 22, 2011

pb


... e você vai continuar dormindo no frio, ainda que faça verão na cidade ou que se definam as estações. Hoje, amanhã e daqui muitos anos.
Mantém essa construção de tocas e pullovers internos, vais precisar.

Por sorte, o travesseiro continua sendo o teu aliado,que filtra o feio, tudo isso, todo esse isso que você conquistou: migalhas. Mas é ele quem te ajuda a manter a sanidade dentro dessa vida, dessa tua vida, tão infeliz.

Vida de ilusões e copos descartáveis. Amores infláveis. Promessa e perdão.

E sobre as cores, a aquarela e a tinta amarela, preciso te dizer: preto e branco são cores suficientes para sobreviver e é por isso que te desejo sorte, pois de cor e de norte, você nunca poderá ser.

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Domingo


, e enquanto descobria as miudezas da feira, por entre frios e folhas, pensou -feliz da vida- que não lembrara da última lágrima que entregou aos dias.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Morninho feito a manhã

Os olhos ficam grudadinhos mesmo que eu já esteja acordada. O prazer mora em esperar os barulhinhos e toques matinais. Se eles demoram a chegar, logo começo a me mexer aos poucos, viro o travesseiro, troco a posição do corpo, fico de lado e as pálpebras pensam em me fraudar: tremendo. Mas eu não abro. E o não abrir é motivo suficiente para que aos poucos, eu sinta um calorzinho se aproximar, ora pelo pescoço, ora pelas costas ou pelos pés.

É morninho feito a manhã, mas a barriga fica fria e a vontade de sorrir ultrapassa o fazer de conta que está dormindo.

Os olhos se abrem com preguiça: Um, depois o outro. A boca se mantém cerrada, com vergoinha de mulher que ainda não escovou o dente. Mas e quem se importa? No mesmo segundo, os olhos se encontram e se namoram e se abraçam e se tocam. Os olhos se unem e se enrolam e se enroscam.

Os olhos se. Os olhos sim.

Enquanto isso, eu fico querendo prolongar o instante, o rostinho de sono, a voz rouca e manhosa, as brincadeiras inusitadas que só acontecem pela manhã.

O dia do sim, que tem como resultado a soma de cada dia, vai existir por mil motivos que não vou dizer, mas, decerto, um dos mais fortes é saber que terei esse instante mais feliz do dia inteiro, todos os dias!







sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Meu primeiro poeminha escrito

ê menino pequenino
recolhe esse lixo
e alimenta tua dor
Menininho que disso vive
do lixo dos outros
da falta de amor

1996

sexta-feira, janeiro 28, 2011

A sorte de um amor tranquilo


Negócio doido, esse, de gostar tanto assim. Nó de marinheiro, tiro certeiro, braços rendidos e pernas também. Pernas que te seguem por todo vai-vém. Bom mesmo é amar em paz, é estar perto e segurar na mão. Falar baixo e querer em tom maior. Se sentir amada. Dormir junto e acordar abraçado mesmo que a noite inteira tenha sido percorrendo os pedaços da cama na ânsia de esfriar o corpo por conta dos graus a mais que faz nessa cidade. Tranquilidade é olhar em direção aos olhos do ser amado que virou para o lado e ter a certeza que é para ti a rota da retina. É a ti que tá querendo. É a ti que tá procurando. É a ti, somente a tí, que tá mirando. E não a paisagem antiga, lá no fundo... Fundo do baú, que já morreu, urubu. Sem latejo, sem cortejo, sem tum tum. Por que é a ti que tá amando há dias e o abraço por trás vai vir, involuntário, por vontade. Por vontade,também, a voz esmiuça,mesmo que encabulada, os segredos de fora da cama, por que dentro é tudo mais fácil e de fácil o amor não tem nada. Bom mesmo é saber disso, e, ainda assim, permanecer na escolha das mãos em laço, coração em comunhão. Alegria é saber que não importa que dia é hoje ou que data a gente escolheu no mês que passou ou no mês seguinte para comemorar o finalmente estamos juntos... A taça de vinho vai ser devidamente preenchida e esvaziada, o jantar vai ser posto, os elogios serão feitos, o vestido será notado juntamente com o cabelo e a voz vai ser suave, pois é assim que tem que ser. Isso e assado, aquilo e o calo é muito pequeno perto das cafungadas-cachorrinho que tem áudio, vídeo e sorriso.

O ir embora. O voltar. O ir atrás. O não deixar passar.


Isso é a sorte de um amor tranquilo.


quarta-feira, janeiro 19, 2011

Catando-vento adverte:

Mau amor causa mau humor.


Amemos bem, senhores.


Amemos e amém!

terça-feira, janeiro 18, 2011

Liberdade?


Hoje me senti na liberdade de falar sobre ela.

Uns pregam que liberdade é estar tranqüilo para fazer suas próprias escolhas sem interferências, outros crêem que no fundo é um troço que dá medo e não é seguro. Existe ainda o pensamento prematuro e mais superficial de que ser livre é ser solteiro.

Levando em conta que não existe verdade absoluta, juntando os três, teríamos a livre escolha que, de tão livre, pode causar medo, susto e insegurança, já que somos pessoas e pessoas quase sempre são condicionadas à opinião alheia. (Não consegui fazer uma junção com o solteiro, desculpa aos que pensam que liberdade é isso ou apenas isso!)

A questão é que diante do paradigma do to be or not to be that is the question , percebo à olho nú, sem vestes ou lupa, que toda e qualquer tentativa de liberdade absoluta custa um preço, as vezes bem alto. E, mesmo com o preço alto, não podemos tê-la por completo. Quando falo 'podemos' me refiro a qualquer pessoa.

Vejamos: Fazer suas próprias escolhas sem que ninguém meta o bedelho, significa não reclamar depois com quem quer que seja e isso implica em ter segurança suficiente para fazer o que quer que seja sozinho. Para ter segurança em fazer o que quer que seja sozinho, também é necessário ser independente em alguns quesitos importantes: financeiro, afetivo e emocional.

Se o homem conseguiu chegar nesse estágio e está prestes a abrir o chandon para comemorar tamanha liberdade, eis a surpresa: Ele se encontra, mais do que nunca, em estado de escravidão do sistema.

Logo, não existe um ser indubitavelmente livre.






segunda-feira, janeiro 10, 2011

Dream alert


O momento do encanto mágico em que se ganha alguém e o coração enche por completo de uma coisa que chamam amor, é tão rápido quanto o momento em que se perde alguém. Não se sabe ao certo quando foi, onde foi ou o por que. Só percebemos isso dias depois, as vezes meses que pode até durar um ano.


Ouvi isso de minha própria boca, em um sonho malandro e inteligente que tive no ano que passou!