Se algum dia alguém conseguir colocar tudo isso dentro de uma caixa bonita e me presentear, eu não vou ficar feliz.
Eu gosto, ou melhor, tenho paixão, tesão, quase que uma obsessão por estes quatro paraisos ao meu globo ocular. Mas tem que ser cada um dentro de sua natureza, sem interferências.
As janelas têm que servir de suporte pra uma estrutura maior. E quanto mais barulhentas com o saculejar do vento, mais contente eu fico.
Os varais ao ar livre, cheirando a roupa limpa. E se são roupas surradas que a gente vê nas estradas para o interior ou pra praia, eu choro. Conseguem ser ainda mais bonitas, as cores vibrantes ou a falta delas, um ocre sem fim.
Os galhos secos nas árvores com uma ou outra folhinha pendurada e um chão recheado delas, laranjinhas, amarelas ou marrons, indicando o fim de um ciclo e, invariavelmente, o início de outro.
E os cobogós, esses eu até aceito em unidades, mas nada como uma parede cobogozada pra eu passar a pé e ficar um tempão olhando ou pra percorrer com os olhos de dentro do carro, do ônibus ou da bike e abrir um sorriso ligeiro, do tamanho de um palmo.
As minhas paixões eu tenho de graça. Isso é o que eu chamo de sorte!
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