Tem cerveja na geladeira, aliás, têm muitas cervejas na geladeira. E tem vinho na prateleira da sala, mas estou na água com gelo e limão. Não, não é suco de limão, é outra coisa, é essa coisa. Por incrível que pareça, até estou com uns trocados que poderiam ser gastos noite adentro com os amigos, mas permanecem na carteira, que permanece na bolsa, que permanece pendurada no meu espelho de pé, bem lindo, que permanece no meu quarto, que me pertence. E eu pertenço a ele, hoje. Bebo minha água com essência de limão e Miles Davis embala minhas palavras pelo Grooveshark. É tão maravilhoso não precisar baixar música no meu computador com pouca memória e não ter que aturar as propagandas do youtube. Eita, agora começou a tocar "The man i love", me arrepio com essa música. Miles é um danadinho!
Comecei, finalmente, a escrever uns rabiscos sobre meu projeto. Decidi esquecer essa ideia de que porque nunca escrevi um projeto na vida, não posso começar nunca. Joguei pela janela da sala, que é bem grande, a desculpa de que não sei fazer orçamento e de que não sei qual é a linguagem específica a ser usada. É futucando que se aprende. Depois dei uma parada, comecei a ler a apostila do curso e viajar nos tilts, pans, travelings, chicotes, plongès e contra plongès. Voltar a estudar foi uma das decisões mais acertadas que o desemprego me trouxe. Me assusto em como não fiz isso antes, onde morava minha necessidade de aprender mais e mais e mais? Espero que depois dessa eu tome juízo e não pare de estudar nunca mais, mesmo que um dia eu tenha três empregos, um cachorro e um pomar pra tomar conta, cheio de pitangas graúdas.
Dei um um tempo no projeto e vou aproveitar pra terminar meu livrinho que tá parado tem tempo. Ah, nem queira saber a quantidade de livros que tenho interrompidos faltando 2 capítulos pra terminar, não sei que prazer é esse em não querer saber o fim. Vou mudar essa mania boba e terminar o que estou lendo de uma vez por todas, antes que ele vire estatística.
E agora, vendo minha cama quentinha e bagunçada, deu vontade que o sono não demorasse a chegar. É tão boinha a hora de desligar tudo e deixar só a luminária de luz ambar iluminando minhas últimas ideias antes de pegar no sono... Não sei como tem gente que não gosta desses instantes finais de antes de dormir, pra mim é quase um abraço. Um abraço deitado, suave e contínuo. Obrigada, sexta, água com limão e gelo, Miles, pijama e palavras.
E agora, vendo minha cama quentinha e bagunçada, deu vontade que o sono não demorasse a chegar. É tão boinha a hora de desligar tudo e deixar só a luminária de luz ambar iluminando minhas últimas ideias antes de pegar no sono... Não sei como tem gente que não gosta desses instantes finais de antes de dormir, pra mim é quase um abraço. Um abraço deitado, suave e contínuo. Obrigada, sexta, água com limão e gelo, Miles, pijama e palavras.
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