quarta-feira, novembro 06, 2013

Quando você deixou de ser sentido e passou a ser lembrança

                                                                                                                           A Mauricio

Qualquer coisa que eu fale ou que você murmure, não passa mais de frase. De letras unidinhas formando qualquer palavra. cebola, alicate, toalha, eu te amo. Todas iguais. O sentido se tornou lembrança. A lembrança se  vestiu de dor, a dor em uma rotina estática, sem malemolência. Dor gosta de rebuliço, um rebuliço que nem existe mais. Coagulou. Pra não me arrepender depois, prendo-a num potinho com medo. A dor não gosta desse lugar comum e tá virando poeira. Escolho a dor à poeira. Porque sei que poeira voa longe. Voa pra bem longe e não volta, se esvai e não se recupera. Por que a dor à poeira? Quando eu conseguir responder essa pergunta e decidir por mim e por você sem piedade, vai ser sua vez de me perguntar isso, querendo decidir contrariamente, cheio de vontade e razão, cheio de palavras descabidas e desconexas para o momento. Vai tentar diferenciar, na emoção, cebola de eu te amo. Como sempre é. Pena que já estarei tão distante.

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