fácil simplesmente dizer que "agora eu gosto de Dublin" justamente um dia antes de ir-me embora. E, apesar de não bater com nada do que sempre falei daqui, se hoje fosse meu primeiro dia na cidade, certamente iria pintá-la de outro modo, toda empolgada.Mas hoje foi mesmo um dia atípico, e não apenas pra mim que estou de partida em poucas horas. A alegria solar invadiu todo mundo. Era como se hoje fosse o primeiro dia do verão e a cidade, finalmente, muito começasse a existir. (mesmo sabendo que aqui não tem isso de bikini, batida de frutas, piscina azul. Apenas uns dias raros de sol, como hoje).
Foi a primeira vez em meses que vi pessoas - várias - na rua e que não fossem apenas brasileiros indo pra aula ou pra um pub qualquer encontrar outros brasileiros. A primeira vez que tinha gente de tudo quanto é tipo da porta pra fora. Felizes, sorridentes e com uma bebida na mão. Chega me esqueci que não se pode beber na rua. Eu e todo mundo. Primeiro dia em que o sol - forte - não significou mais frio ainda. Casaquinho leve só pra não ousar demais e Talha de havaianas, shortinho sem meia por baixo e um sorvete amarelo. A alegria era tamanha que arriscamos novos sabores de sorvete, como quem arriscca uma aventura amorosa.
A melhor parte foi chegar na Merrion Square e, no lugar de deserto, se deparar com um festival de soul bombante. Gente feliz, clima de paquera, gramado lotado, sol queimando a cara, competição de pernas brancas, estupidamente brancas de fora. Coisa linda. Coração chega se aqueceu. Fiquei contente, mesmo que no meu último dia, em ver que a cidade - sempre tão baixo astral - pode ter vida no lado de fora das portas e não apenas dentro dos pubs.
Foi bom ter visto isso
de perto! Se alguém me contasse, mesmo que fosse um alguém de confiança , eu ia pensar que tava de
sacanagem.
E dá-lhe verão pra meu povo!
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