A Brecht
Ordinários daqueles que te têm todos os dias pelas ruas, no banco, elevador, farmácia e não te sabem. Aqueles que tem têm hoje na frente da universidade, amanhã na fila do banheiro, agorinha mesmo cruzando de bike e daqui a uma semana entre uma prateleira e outra do supermercado. Entre laranjas e lulas dorê congeladas. Ordinários daqueles que te esbarram, pedem desculpas, por favor, dá lincença e não te sabem. Te perguntam as horas, se queres com açúcar, te dão o troco, encostam dedo com dedo e não te sabem. Daqueles que te pedem uma informação, te dizem não com um aperto de mão, te pedem um trocado - negado - e não te sabem. Ordinários que te tomam uma caneta emprestada, te veem tropeçar na calçada, sentam ao teu lado - veja bem - ao teu lado no metrô e não te sabem.
E à mim, que te sei, te digo e te repito, só me resta este texto. Este texto quase bonito.
4 comentários:
Um dia eu vou escrever isso pra alguém. Ficou absurdo!
Um dia eu vou escrever isso pra alguém. Ficou absurdo!
lindimais, tu é fera :~
Daqueles que te pedem uma informação, te dizem não com um aperto de mão, te pedem um trocado - negado - e não te sabem.
por mim eu seria esse rapaz.
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