terça-feira, janeiro 03, 2012

Pesos e medidas, bem medidas!

2011 passou tão ligeiro que, ao fazer minha análise mental a respeito, acabei juntando os acontecimentos de 2010 aos de 2011 no meu balanço. Após concluir o pensamento é que realizei ser impossível tudo aquilo, todo aquele pacote fazer parte de um mesmo ano, caso contrário, eu precisaria ter me multiplicado em dez e ter, no mínimo, dois corações e duas casas. Dois estados. De espírito e de moradia. Acontece que 2010 terminou tão na correria que 2011 chegou chegando, sem espaço para reflexões. E é só agora, no início de 2012, dois anos depois, que sento pra fazer um mega balanço, cheio de pesos e medidas. Cheios de amor e aprendizado. A dor eu deixei de lado, ela ficou junto com meu 2009 e todas os pesos que o ano me trouxe. As decisões, o amadurecimento precoce e forçado.


2010 e 2011, apesar de terem sido anos com fechamentos bastante particulares, pra mim, foram dois anos unificados, um ciclo fechado. O ciclo do autoconhecimento e da autoconfiança. Dois anos que me serviram pra desfrutar de cada aprendizado que tive nos anos anteriores e confirmar ainda mais  a certeza absoluta de que, apesar de vez por outra nos sentirmos prontos para certas mudanças ou decisões e plenos, alguma hora, alguma coisa fica a desejar. E então movimentamos tudo, sacudimos e fazemos o rebuliço necessário para tudo ficar pleno novamente. 2010 teve muito disso, 2011 também. 


Em 2010 eu terminei um relacionamento entrelaçado pelo tempo e pelo tanto que foi depositado de todos os sentimentos que os relacionamentos costumam ter. Em seguida tomei a decisão de morar sozinha. (sozinha uma pinóia! Se fosse sozinha, seria fácil), decidi dividir apartamento com mais duas pessoas: Um casal de irmãos. E, entre altos e baixos, aprendi(demos), que dividir um mesmo espaço entre pessoas com diferentes desejos e modos, é coisa pra gente grande. Enfim, entre mortos e feridos, acredito que todos se saíram. Não necessariamente bem, mas vivos. Em 2010 eu ainda trabalhava em uma loja de biquinis pra pagar as contas (e pra provar para meu pai que eu podia ter minha vida, de maneira torta e pouco fantástica, mas podia). As coisas começaram a ficar apertadas entre faculdade, trabalho em shopping e monografia, e, por minha sorte, provei para mim mesma que não precisava mais provar isso para ele e então saí da loja, após 1 ano e meio nela, afinal, eu precisava me formar. 


Era meu último semestre na Universidade e eu precisava, mais que isso, eu queria me formar bem, afinal, o curso não é barato, o que foi investido em mim muito menos. E assim o fiz. No dia 15 de dezembro de 2010, me formei com nota 10, e, de quebra, um documentário lindo feito com muita garra e amor. 


Minha irmãzinha Sofia chamou meu nome pela primeira vez: cainha. Depois: cácá.


E tava decidido: Vou morar no Rio de Janeiro! Dia 31 do mesmo mês estava desembarcando na cidade maravilhosa. Com uma despedida feita nas pressas, duas malas, mil coisas na cabeça e a certeza de que era isso que eu queria e que iria dar certo.  E 2011 chegou mostrando que eu teria que batalhar muito para conquistar meu espaço, minha vida, minha nova vida. Eu tinha nas mãos apenas a vontade que tudo desse certo e um plus que considero ter sido o adicional mais importante para a minha adapatação a vida nova: eu me sentia moradora do Rio de Janeiro e não visitante. E me sentia mesmo. A rotina das caminhadas na orla, a correria da cidade, as idéias a flor da pele, a pele. As cores, os sabores e as expectativas, tudo isso fazia com que todo o tipo de saudade amenizasse e se transformasse em força. Se a cada saudade, eu tivesse um cadinho mais de esperança, as coisas começariam a caminhar. (E olhe que tenho em meu acervo, uma coleção de saudades bem regadas!), e, justamente por serem bem regadas, me acalma e me acalanta. É muito amor, muito!


2011 continuou, e, logo de cara, me meteu uma decepção daquelas de quebrar as duas pernas e engessar os braços, mas, por sorte, não foi forte o suficiente pra me paralisar. E eu bem que havia guardado umas doses extras de força do ano que passou, ainda bem! Logo o tempo tratou de curar qualquer tipo de resquício de dor, e, de quebra, me presenteou com o emprego em uma produtora, que não era lá o emprego dos sonhos, mas que me ensinou bastante coisa. Me apresentou pessoas que carrego comigo, com sorriso no rosto e a felicidade em ver que é além-hora regulamentar. 


Torei minhas longas madeixas (e já tou doida para que elas crescam novamente!)


Foi nesse ano que eu voltei a Recife pra matar saudades e tive a festa surpresa mais incrível da história das festas.  


E, caminhando pela vida, sem maiores pretenções amorosas e muito menos o pensamento ou objetivo de conhecer alguém que fosse o meu número, isso aconteceu. De maneira tão expontânea e surpresa que até hoje me pego duvidando disso ter acontecido da maneira que aconteceu. E ao mesmo tempo que meus olhos se enchem de lágrimas, meu coração se enche de amor e minha alma fica toda orgulhosa. Parece loucura, ainda mais se tratando do mundo em que vivemos, mas posso falar tranquilamente que encontrei um amor, O amor. Dentre tantos desafetos e desconfortos, sim, um amor de presente: o maior presente de 2011. O presente mais precioso dos últimos tempos, com olhinhos apaixonados e infantis, com um abraço de urso, um sorriso largo e uma paciência que eu trabalho em mim. (apenas trabalho). Um coração puro, bonito. Idéias brilhantes. Inteligência que brota a cada instante, em cada ato. Uma das pessoas com o coração mais do bem que já conheci e conheço. Um orgulho danado de ter encontrado essa pessoa e hoje ele ser o meu namorado.


É, Rio de Janeiro, eu bem sabia que havia feito a escolha certa!


Foi nesse ano que minha irmã canadense me visitou e passamos os 15 dias mais felizes do ano, com muita praia, cerveja, saídinhas, jazz na lapa e festinhas. Ah, sim, falando em jazz na lapa, esse foi o ano em que conheci um amigo, o mais ausente na vida e o mais presente no peito que fiz nesse ano e foi na primeira vez que fui ao jazz na lapa, mais precisamente no dia 6 de abril, o dia do seu aniversário! Na época em que poucas mesas ficavam espalhadas na calçada e o ambiente era tranquilo. E foi nesse mesmo ano que esse mesmo jazz se transformou, em pouco tempo, em uma micareta. Ou, no mínimo, em um carnaval. Eu pude ver todo o processo.




O ano continuou com muito trabalho, muita fotografia (troquei a D60 velha de guerra por uma D7000), muita cultura, muito sorriso, muita vida. Ah, foi nesse ano que eu tive catapora e que meu paquerinha - e atual namorado - me trouxe um buquê de flores e o porteiro novo não me conhecia e fez o favor de falar que não havia Carla nenhuma. E foi quando nos pegamos apaixonados, trocando bilhetes pela janela do meu apartamento, eu, toda pipocada,e ele, sem parecer ligar para isso.


Foi nesse ano que conheci o São João (ou festa junina) mais sem graça que existe, pra provar que o arrastapé danado de bão é na minha cidade mesmo! E que fui de penetra para uma festa junina de uns pernambucanos, que, no final das contas, eram familiares de uma amiga de Recife.


Foi nesse ano que dividi minha casa com uma amiga do peito, e, que ela voltou pra Recife tempos depois. Meu irmão mais velho voltou pra Recife tempos depois. Meu coração ficou partido, mas se manteve firme. 


Foi nesse ano que a minha mãe comemorou em grande estilo seus 50 anos. Que fez uma apresentação de tango para seus convidados de maneira divina e maravilhosa. E que eu a presenteei com uma dança de Frevo.


Foi nesse ano que ouvi falar em casamento pela primeira vez sem me assustar. Que consegui, de fato, imaginar isso no plano real. E que fiz, inusitadamente, planos para filhos e decorações para casa. Que pensei logísticas casamenteiras entre duas pessoas que tem origens geográficas distintas. E que já criei nomes suficientes para uns 10 filhos, apesar de querer apenas dois. 


Foi nesse fim de ano que criei coragem de juntar algum dinheiro suficiente para me manter por um tempo e decidi pedir demissão do meu emprego.


Foi nesse ano que conheci Petrópolis e o granizo. 


Foi nesse ano que meu pai conheceu meu namorado e que meu namorado conheceu toda a minha familia, em uma viagem para Recife. 


Ah, foi nesse ano que eu conheci a família dele também, e, com alegria, fui muito bem recebida por todos.


Foi nesse ano que conheci Ilha Grande, no reveillon.


Foi nesse ano que o mapa astral me explicou que a sensação de já ter passado por tudo nessa vida, na verdade, é uma verdade. Pois a combinação de sol em áries (primeiro signo) e ascendente em peixes (último signo do zodíaco), tem esse tipo de coisa. 


E foi nesse ano que eu decidi deixar de lado as coisas que esse signo de fogo me traz e não me agrada: a tal da ansiedade e da impulsividade. E deu certo! Me surpreendi. Quem me viu e quem me vê... 


E foi nesse fim de ano que me bateu um mini desespero por estar sem trabalho, e, hoje, no terceiro dia do ano que chegou, o desespero foi embora juntamente com um telefonema com uma proposta de trabalho.


É isso aí!  E o ano tá só começando! E que venha esse novo ciclo cheio de coisa linda. 


E, verão, pode chegar meu querido! Os finais de semana na praia estão mais que garantidos. E eu quero é mais sair por aí vestida de sol.


Um feliz ano, para todo mundo.


2012, seja bem vindo!

Ah! Muito samba para quem é de samba. E muita amostração!

3 comentários:

eriquinha disse...

é muita lindeza pra um texto só :D fico feliz, tão feliz por tu!

carlinha disse...

pois é! e 2012 já começou uma delícia.

uhu!

igor disse...

Muito feliz por fazer parte de muitos desses bons momentos!