O tempo passa, a gente amadurece e acaba deixando junto com os anos as besteiras que éramos apegados enquanto criança. Isso pra mim faz total sentido em relação a quase tudo, mas, em se tratando de aniversário, eu não cresci um centímetro que seja! Se nunca fui dada a mimos, houve uma excessão quando o assunto era aniversário: "Qual vai ser o tema?" "qual vai ser o dia?" "qual vai ser a hora?" Essas eram preocupações gostosas que chegavam com o final do mês de março. Meus pais sempre foram muito farristas e, se qualquer coisa era motivo para festa, inclusive o fato de estar vivo, não seria diferente com a comemoração de aniversário dos filhos. E eu sempre adorava. Era uma maratona de salgadinhos, docinhos e bolo. Mas se pensam que era só contratar um buffet e pronto, estão muito enganados. Sempre metemos a mão na massa, literalmente, com muita vontade. E era bom demais. Enrolar os brigadeiros, ajudar mamãe a fazer o risóle de camarão mais incrível do mundo e enfeitar a casa! O churrasco ficava por conta do meu pai. Quem conhece e já provou, sabe do que estou falando. Divino! Essa rotina festiva se repetia por todos os anos, quase sempre churrascos. Depois fui crescendo e entrando na onda de festinha a noite e então meus pais adaptavam tudo. Faziam do rebaixo da sala uma pista de dança, e, do mesanino, o espaço do dj. Ah, os djs eram meus irmãos, claro!
Festa surpresa que fiz para Igor |
Com o tempo isso foi tomando força e uma proporção que era impossivel iniciar o mês de abril sem que começassem os buchichos entre meus amigos sobre o dia 12. O tal dia. O meu dia e também deles, afinal, a diversão era garantida pra todo mundo! Papai e mamãe alugava até kombi pra levar todo mundo direto do colégio, quando caía na sexta-feira!
Algumas vezes era complicado comemorar próximo da data por conta da páscoa, quando calhava de cair bem na semana Santa. Mas sempre dávamos um jeito, nem que o jeito fosse comemorar bem antes ou depois. Passar em branco é que não podia! E, apesar de adorar chocolate, achava um saco quando caía nessa data, pois eu só ganhava ovo de páscoa. Mas, por outro lado, isso passou a ser um indicativo que carrego comigo até hoje. Na verdade, principalmente hoje em dia: Quando começo a ver ovos de páscoa pelos super mercados, lojas de conveniências e lojas americanas, meu coração já começa a acelerar e a me dizer que tá chegando! E foi justamente nisso que não cresci. Mesmo que eu já não faça festas como antigamente (a última festança que dei foi em 2007, 19 anos comemorando em grande estilo sem interrupção), mesmo sem tantas pessoas e até mesmo sem tanta vontade de fazer mega festas, continuo com aquele sentimento gostoso de aniversário. Sentimento de acordar, tomar o banho mais gostoso, me arrumar, sair feliz da vida pelas ruas, ficar chateada por receber tanta ligação telefônica. Ficar chateada no caso de não receber alguma ligação telefônica por saberem que não gosto, ganhar presentes, sair para comer em algum legal, poder reunir as pessoas que quero por perto, enfim, o meu dia. Isso eu continuo carregando com tanto gosto que chego a encher o saco de uns e a deixar outros desesperados. Minha mãe já é acostumada e entra na onda. Igor, coitado, que é novo na parada fica com medo de me decepcionar. Mas já deixei claro e venho por meio deste post, mais uma vez, afirmar que pra mim, o bom do aniversário são essas atenções. Esses carinhos. E, principalmente, esse sentimento que sinto dentro de mim, independente do que aconteça por fora. Associo esse dia, aos milhares de dias felizes da minha infância, em aniversário ou não. E isso me basta! Tanto que me bastou por todos esses anos após os 19 e por escolha própria. Um dos aniversários que mais me diverti, por exemplo, foi nos meus 21 anos. Quando marquei com todo mundo em um bar mas acabei indo pra outro mais cedo com dois amigos e perdi a hora de seguir para o marcado. Cheguei no final da minha festa mas os outros amigos estavam se divertindo lá, estávamos todos no mesmo clima de alegria!
papai se preparando pra me dar uma tortada! |
Ano passado, Nina, meu pai e meus amigos quiseram relembrar o gostinho nesses encontros e fizeram uma festa surpresa em grande estilo. Foi uma coisa absurda, até hoje me pego pensando a respeito. Já estava morando no Rio de Janeiro e fui passar uma semana em Recife para matar a saudade e pra aproveitar a data do meu aniversário e a passagem que tava baratinha. Caía em uma terça-feira e eu marquei com os amigos em um bar, mesmo sabendo que muitos deles poderiam não ir por conta da chuva torrencial que estava acontecendo na cidade. No dia 12, meu pai me liga falando que queria jantar comigo, em casa, em Aldeia. Aldeia tem uma distância equivalente a um pouco mais que a metade do caminho do Rio para Petropolis, a questão é que ainda tinha a tempestade como agravante. Expliquei para meu pai que havia marcado com uns amigos e perguntei se não poderíamos almoçar. Ele falou que não podia porque tinha que levar as crianças no médico, mas disse que me levaria de volta para a cidade depois do jantar. Não insisti. Família é famlília. Deixei o barzinho em stand by e informei aos meus amigos da possibilidade de abortar a missão.
A surpresa |
Estava na casa de Joana esperando por meu pai, quando ela me falou pra me arrumar um pouco e eu insisti que não, que estava indo pra casa, que tava ótimo aquele blusão com short de ficar em casa. Ela insistiu. Falou para eu ir arrumada, pois depois iríamos sair. No último momento acabei ouvindo o conselho dela, que foi comigo para esse tal jantar. (que sorte!!!)
Papai nos buscou, e, no longo caminho para casa, ele recebia uma ou outra ligação no celular. Normal. "hmmm, tá faltando energia,é? que merda. Então o portão eletrônico tá sem funcionar... Quando eu tiver chegando vc abre o portão lá de trás".
"O eletricista chegou aí já? ahan, já estamos chegando aí. Ah, tudo bem, paro na farmácia e compro. É o tempo dele chegar!"
Finalmente chegamos na granja. Breu total. Chuva absurda. Recebo uma ligação e começo a falar, no silêncio da minha casa, que estava com dor de barriga mais cedo e por isso desliguei o tel. E foi nesse instante que as luzes se acenderam e havia na minha frente, além de todos os meus amigos da antiga geração, os da nova. Uma festa linda, mesa de comidas, mesa de bebidas, bolas e a maioria das pessoas já bêbadas, me esperando há horas. Dei um grito muito alto, caí em cima de um isopor e meu celular voou e se espatifou lá longe. Fiquei tremendo por alguns minutos até cair a ficha. Passado o susto e quando eu ja tava me inteirando da festa, meu pai me passa o telefone falando que era meu irmão, ligando do Rio. E eu falo toda desaforada: "quero falar com vc não!!!! passei o dia inteiro mandando mensagem pra vc me dar parabens e só agora tu vem me ligar??? seu fuleiro!!!" enquanto eu reclamava, a voz dele de maneira estranha começou a ficar mais alta e eis que ele corre por trás de mim e me agarra!!! Deus do céu!!! As surpresas não acabavam!!! Meu irmão veio diretamente do Rio e estava escondido na minha casa há 3 dias, pra eu não saber da surpresa. Foi mesmo uma lindeza ver todo mundo alí. Não teve chuva, não teve distância e nem dia de semana que fosse empecílio para os meus estarem ao meu lado nesse dia. Foi bonito demais!
alegria, alegria! |
5 comentários:
* alugavam até kombi
Email do dia 01/02/2012
;)
acredita que pensei em colocar isso aqui????? putz, q sintonia! Comecei a pensar em colocar as datas de e-mail nos comentários que vc faz do blog, para meu e-mail. de tu pra mim e só. Lindo!
humm... tive uma idéia!
Vou mandar pro Blogger uma nova funcionalidade: Comentários privados. Onde só o dono do blog lê. Como uma mensagem interna, porém, vinculada ao post. Daí, na hora de comentar, o leitor escolhe: público ou privado. É uma boa! :)
acho que isso ja existe, mas a opção deve ser para ficarem privados, podia ter essa opção aí, só pra quem quisesse. O lado bom de alguns de seus comentários serem por e-mail, é que fica distante de olhares invejosos : )
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