terça-feira, junho 26, 2012

Sonhos





Hoje o neguinho Gil comemora seus setentão e faz poucos dias que escrevi aqui sobre a dorzinha que tava por não ter ido ao show classudo e cascudo que teve no Municipal. Nesse mesmo post, ainda falei do meu sonho (infantil e adulto) de ir a um show do Caetano.

 
Não sei se foi merecimento ou coisas do destino, costumo dizer que foi sorte, apesar de saber que foi muito mais que isso, foi muito batalhado: poucos dias após esse post sobre o show no Municipal, em menos de uma semana fui a dois shows: primeiro do Caetano e depois do Gil. Parece mágica mesmo, mas foi real. E os dois foram de graça e eu estava sentadinha enquanto meu coração parecia que ia voar da boca. O de Caetano foi em uma quarta-feira, no Forte de Copacabana e começou às 19h30. A questão é que eu largo do trabalho às 19h e com o detalhe de ser na Barra. Ah! E o detalhe principal: os ingressos seriam distribuidos no dia do show, a partir das 18h para 400 pessoas. Claro que isso dá margem pra você saber que às 15h a fila já estaria batendo na tok Stok. Meu namorado aproveitou que estava de licença do trabalho e decidiu fazer essa ação do ano pra mim: ficar na fila pra pegar meu ingresso. (sim, quando falo meu, é porque só podia pegar um por pessoa, logo, ele não iria.) e assim o fez. Chegou na fila às 15h e era o número 200 da fila: beleza!

Uma hora depois ele fica sabendo que não é ingresso, mas sim pulseira: fudeu! (com o perdão da palavra). Mas eu não desisti (claro, muito fácil não desistir quando se está fazendo a mesma coisa que sempre nesse horário: trabalhando). Mas ele, que poderia tá dormindo, no cinema, na praia ou fazendo qualquer outra coisa de mais emocionante, escolheu ficar na fila até o fim, o tal do "pagar pra ver", já que era gratuito, já que estava lá e já que sabia da alegria maior que a fila que eu ficaria em ver esse show. E acabou acreditando na minha lábia de que era possível tirar a pulseira, caso ela fosse de adesivo. Que uma vez fiz isso em uma festa, etc e tal. Bateu o horário e lá estava ele, com a pulseira de adesivo super coladinha no seu pulso. E agora se eu só largo às 19h e se ele precisava ir embora porque tinha compromisso às 18h40?

Primeiro pedi pra sair meia hora mais cedo do trabalho e expliquei todo o meu amor pelo show que "talvez" eu conseguisse chegar a tempo. E depois, o mais difícil: tirar e esconder a pulseira em algum canto. Bom, com toda uma delicadeza que sabe-se lá de onde ele arrumou, naquele instante mais carregado que arma, pelo tempo que tava passando, pelas pessoas que estavam olhando, pelo compromisso dele e pela tensão de perder tudo justamente no final do segundo tempo, ele conseguiu tirar a pulseira e ela ficou intacta! O adesivo saiu perfeito, sem rasgar nenhum balãozinho daqueles que completam um quadrado colante da infelicidade, que te impedem de tirar. Mas não impediu a ele. Agora era a parte dois: onde esconder a pulseira? "Esconde no Caymmi" foi o que sugeri. Acontece que tinha o Caymmi e a orla inteira alí perto, sem contar com as pessoas que iriam ao show. O tempo estava chegando ao fim e ele precisava ir embora e foi quando o danado escondeu a pulseira dentro de uma folha de milho rasgada e colocou dentro de um orelhão que tinha por alí. Em uma partezinha que só eu e ele poderíamos saber. E então me passou as coordenadas.

Após um trânsito absurdo no túnel (largar às 18h30 é pior que largar às 19h), desci perto do Forte às 19h30, em ponto. Mas ainda teria que fazer a missão orelhão. Me senti parte de uma gangue, sentimento de tráfico. Peguei minha pulseira, colei no braço e sai correndo para o show. Ultrapassei todas as portas feito louca, arranjei ainda uma cadeira pra sentar, e, cheia de suor, descabelada e impressionada com o tempo e o atraso de 20 minutos do show que foram gentis comigo, pude respirar e em cinco minutos ele entrou no palco dizendo que eu era linda, mais que demais. E aí eu chorei no início, e, se não bastasse, chorei no fim.

Na terça-feira da outra semana, o BNDES estava em meio as comemorações de 60 anos e o músico convidado a fazer o show foi o Gilberto Gil. O namorado, também em ação, arranjou um ingresso pra mim e lá fomos nós. Assistimos ao Concerto de Cordas e Máquinas de Rítmos, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Mágico.

Agora me diz se não parece mentira?

Às 19h de hoje, em homenagem aos 70 anos do Gil, será exibido o concerto que ele fez no Municipal:

http://www.youtube.com/user/gilbertogilmusic?feature=watch

2 comentários:

Unknown disse...

lindo, carlovski!

Carlinha disse...

Foi lindo mesmo, Amandinha!

Ih, nem sabia que tu tava com blog também... achava que fosse o doloridocolorido ainda. Já ví que perderei, feliz, alguns minutos diários contigo.