Meu corpo, tristonho e sem voz, existia perambulando pela cidade junto com minha cabeça e coração: baleados, torturados e destrutivos em um boteco qualquer da Lapa até de manhã cedo, pra ser ainda mais amargo dormir naquelas condições deprimentes de luz invadindo o quarto sem cortina. Me emociono com as pessoas que se mantiveram firmes e amáveis em um período tão dificil pra mim. E agradeço a cada uma delas pelo colo e também pelo respeito do meu tempo out, do Rio, do outro, do meu lugar no mundo e, sobretudo, de meu lugar em mim.
Hoje faz um ano que voltei da Europa mas na verdade faz apenas alguns meses. Dublin, que inicialmente era pra ser figura principal, se tornou a ponte para o mundo e pra tantas descobertas, vivências, amores. E mesmo os momentos de perrengue naquela cidade tão fria somaram pra ter sido esse solavanco para o mundo de fora e de dentro, um despertar.
Hoje, penso na cidade e me sinto confusa. Um misto de saudade mas também de alívio por não estar mais lá. E também de esperança, pela vontade de voltar um dia, provavelmente pra outra cidade. E voltar sempre que preciso não para ela ou para outra, mas para o sentimento de solavanco que ela me dá em sentido de mundo e suas possibilidades.
E esse sentimento mundano não tem tempo que complete pra passar. Que bom!
maio de 2013 - Dublin ensolarada, um presente de despedida |
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