Ai do nada uma amiga me fala que tá amando minha nova fase, que estou com uma energia ótima e em seguida se conserta, explicando que sempre tive uma energia ótima mas que estou radiante e linda e iluminada.
Abri um sorrisão por dentro e não consegui pensar em nada diferente do clichê djavaniano: 'dizem que o amor atrai'. E é isso mesmo, com a qualidade de gente de bem que caminha ao meu lado e que carrego do lado de dentro do peito, não tinha razão alguma pra ser diferente.
Isso pra mim é uma oração e toda oração vem seguida de agradecimento, então só me resta agradecer!
2016, pode vir que estou pronta pra tu. E venha sem medo. E venha simbora todo prosa e feliz que é uma boa hora!
sexta-feira, dezembro 18, 2015
Doce criança
"Cabelo de biscoito!", disse a menina toda contente sobre os dreads de Julinho enquanto ninguém entendia o motivo. Logo ela explicou pra nós, adultos demais pra tanta imaginação: "é igualzinho aquele salgadinho Fofura". Sim, ela tinha toda razão!
- Criança é um máximo! (disse a Thay eufórica)
- Criança é um ácido. (precisei completar)
- Criança é um máximo! (disse a Thay eufórica)
- Criança é um ácido. (precisei completar)
terça-feira, dezembro 15, 2015
O côco e o futebol
Não adianta entrar em discussão: o côco de seu Jackson do Pandeiro está entre Paraíba e Pernambuco bem como a taça de 87 tá entre o Flamengo e o Sport.
O Samurai e os olhos
Parece um pequeno samurai e sabe lidar com encantamento. Ri meio sem jeito, olha no olho e repete alguma palavra que falo achando graça. E repete de novo e diz que não temos que nos preocupar com nada. Que ninguém tem. Queria eu essa leveza toda da não culpa e nem desculpa. O só ser. E ir e vir. Permanecer sem peso, sair sem grandes demandas. Meio menino, meio criança e um completo galante urbano. Pulsos firmes e sem amarras. E um emaranhado de cabelo que se perde no vento, da praia ao Centro. E mais um riso e um risinho. E o corpo inteiro tentando convencer de algo que nem se sabe mais o que é com o passar absurdo das horas e da embriaguez da madrugada.
Samurai solto nesse abismo feroz e intranquilo chamado infinito.
Samurai solto nesse abismo feroz e intranquilo chamado infinito.
segunda-feira, dezembro 14, 2015
Eu, você e o futuro azul
à amanda borba
Amanda me faz bem. Sim, a pessoa mais doidinha e insensata que conheci em outrora e que já me trouxe sentimentos escuros, hoje é uma das poucas que me traz serenidade nos olhos e franqueza nas palavras. Nunca pensei que isso fosse possível. Não sei exatamente o que faz uma relação mudar do negativo pra um abraço sincero pra valer mas é a prova que o mundo, por mais doente que esteja, ainda é palco de esperança e bons sentimentos.
Não sei, mas arrisco que paramos de olhar tanto só pra gente e, ao mesmo tempo, de se preocupar tanto com a opinião dos outros. Mesmo separadas e por motivos distintos, parece que passamos pelo mesmo processo de cura, perdão e aprendizado. Alcançamos a dádiva da disposição de aprender a aprender. E aprendemos que nessa vida o que se leva é o que se planta. A gente finalmente escolheu plantar amor e agora estamos curtindo uma farta de uma colheita, com direito a Carneiros, Francisco e tudo mais!
Amanda me faz bem. Sim, a pessoa mais doidinha e insensata que conheci em outrora e que já me trouxe sentimentos escuros, hoje é uma das poucas que me traz serenidade nos olhos e franqueza nas palavras. Nunca pensei que isso fosse possível. Não sei exatamente o que faz uma relação mudar do negativo pra um abraço sincero pra valer mas é a prova que o mundo, por mais doente que esteja, ainda é palco de esperança e bons sentimentos.
Não sei, mas arrisco que paramos de olhar tanto só pra gente e, ao mesmo tempo, de se preocupar tanto com a opinião dos outros. Mesmo separadas e por motivos distintos, parece que passamos pelo mesmo processo de cura, perdão e aprendizado. Alcançamos a dádiva da disposição de aprender a aprender. E aprendemos que nessa vida o que se leva é o que se planta. A gente finalmente escolheu plantar amor e agora estamos curtindo uma farta de uma colheita, com direito a Carneiros, Francisco e tudo mais!
domingo, dezembro 13, 2015
Gonzagão, a maior das lendas
Ontem assisti "Gonzagão, A Lenda" pela nona vez. E, pela nona vez, achei fantástica. No início, lá em 2013, me incomodava um tanto o metateatro, depois larguei de minha besteira e comecei a achar até isso bom, afinal, o nome da companhia da peça dentro da peça se estendeu para o nome da companhia real da galera: A barca dos corações partidos. E eu acho esse nome cafona e sensacional na medida certa.
Ontem foi especialmente especial por alguns motivos e o principal é que sai de minha zona de conforto e me joguei até o Meier pra isso, embaixo de chuva, na expectativa pra saber o que haviam mudado nos diálogos, mungangas e figurinos no último ano. Rever a cara de Duda ao mesmo tempo envergonhada e amostrada. Ouvir novamente aqueles diálogos fantásticos, me emocionar com as músicas e ficar tranquila que a saudade logo logo vai passar. E pra ver a alegria de Daniel, que batia mais palma que todo mundo junto no final de cada mini ato. "Eles são foda, né?"
Eu sabia que muitas das partes ele não ia entender ou ia ficar voando, seja pela história em si ou pelo sotaque forte e ligeiro mas também sabia que isso não ia interferir em nada na magia daquele encontro dele e do público carioca com os meninos tão afiados e integrados: onde acaba o ator e começa o personagem? Sobre Gonzagão, creio que nem eles saibam mais, já faz parte da vida de cada um. Como disse Duda: "a gente sempre tem medo que fique cansado e não tenha tanta energia em cena, mas não tem jeito, se a gente passa um tempinho sem fazer Gonzagão, a gente já fica morrendo de saudade."
E eu também!
Vida Longa à Barca, ao João Falcão e a esse universo lúdico e paralelo que nos transporta pra Exu, pra um Rio de Janeiro ido e tantos outros lugares sem nem sair da cadeira.
Êêêê sertão!
Tomar uma chuveirada
Toda vez que escuto um carioca falar que vai tomar uma chuveirada eu não consigo me controlar, fico imaginando uma guerra maluca dentro do box: um bocado de chuveiro nocauteando o cidadão ou cidadã de bem que só queria se refrescar de boas.
Meu caminhoterapia
Sem me dar conta fui andando da Cruz vermelha até o Largo do Machado. Era um dia confuso, com informações trocadas e mágoas espalhadas pela parte de dentro do corpo. Era dia de libertação também. Não conseguia ficar exatamente triste mesmo que estivesse dentro do meu direito. Talvez, pra mim, já não fizesse tanta diferença tudo aquilo. Mas perdi, mais um bocadinho, a esperança na raça humana.
Enquanto atravessava os Arcos e caía na Glória, era nisso que eu pensava em um pensamento pra lá de distante, tipo balãozinho de desenho animado. Em seguida me dei conta que existe um monte de coisa mais importante e útil pra ocupar meus devaneios e ai de prontidão fui invadida: "puta merda, pelas contas Brecht já está no Brasil e em menos de dois meses vamos nos ver. Depois de quase 3 anos, vamos finalmente nos encontrar de novo!!!". Tenho certeza que, mesmo sozinha, devo ter aberto o sorriso mais feliz e empolgado que possuo. Senti até meus olhos mais molhados que o normal. Devia tá brilhando mais forte que o sol que me acompanhava na caminhada bem em cima de minha cabeça fervilhante. Parei de pensar em tanta coisa e apenas senti a informação a qual acabara de me tomar por inteira enquanto o sorriso permanecia grudado na cara. Um sorriso maior que o rosto.
A essa altura eu já tava quase chegando no Largo do Machado quando o moço que fica em frente a uma loja, com seu microfone nada discreto, lança a frase pra rua inteira ouvir: "que alegria, moça!! Daria dois reais por esse pensamento".
E a única coisa que consegui fazer foi virar e falar: To feliz mesmo!
E segui adiante até o encontro perfeito com as esfihas e mate geladinho da Rotisseria.
Eu saí de casa esquisita e muxôxa. E cheguei no destino final com um sorriso estampado na cara que deve ter durado ainda alguns instantes.
É sempre assim quando passo direto do ponto de ônibus e sigo meu caminho a pé, na paz, conversando comigo, desvendando minhas questões, trabalhando o otimismo, tendo as ideias mais geniais. Meu caminho para o bem. Meu caminhoterapia.
terça-feira, dezembro 08, 2015
Prólogo
Chegasse como uma salvação. Eu, em um bote, seguindo numa maré forte e vasta e com chuva e com raios e peixe agulha saltando nos meus olhos. Eu tava quase cega. Quase doida. Eu tava quase. Remando sabe-se lá pra onde, remando e pronto. Ora com força, ora deixando o bote escolher o rumo da próxima onda. Contente comigo, orgulhosa por um bocado de postura tomada nos últimos tempos, desvendando a mim mesma que desconhecia ser tão grande, mesmo dentro de um corpo tão miudinho. E vivendo dentro daquele marasmo raso da solidão. E tão profundo. E tão necessário. Eu via e ninguém me via. Me viam e eu não queria enxergar mais nada. E eu só via o que não devia: desvia, desvia, desvia. Até que tu me viu e eu não te vi. Não te vi por não querer ver, pobres humanos que somos. Te vi, finalmente. Bingo! Finalmente te vi. Te vi do nada. Acordei e te vi e pronto. Será que tu ainda tava me vendo?
Abri só uma fresta. Tu era luz.
Abri só uma fresta. Tu era luz.
segunda-feira, dezembro 07, 2015
Zuckerberg trolando as paqueras
à Thay, que descobriu que eu, que não tenho smartphone, posso tá me auto sabotando sem saber
E ai que a pessoa envia do computador um único coração, de repente apenas por achar que o coração é fofinho pra o contexto mas nada que comprometa, e a outra pessoa que está falando pelo celular, recebe uma chuva de corações. Uma tempestade. Um universo. Paixão avassaladora. Emoticon do capeta. Facebook forçando casamentos ou o susto alheio.
Não to desesperada, era só um coração, tá? <3
E ai que a pessoa envia do computador um único coração, de repente apenas por achar que o coração é fofinho pra o contexto mas nada que comprometa, e a outra pessoa que está falando pelo celular, recebe uma chuva de corações. Uma tempestade. Um universo. Paixão avassaladora. Emoticon do capeta. Facebook forçando casamentos ou o susto alheio.
Não to desesperada, era só um coração, tá? <3
quarta-feira, dezembro 02, 2015
Um mar pra você
Ao meu amigo André Braga
Querias passar o ano novo aqui no Rio, justo aqui que é onde eu não queria passar. To mais pra mato, silêncios, sorrisos e abraços íntimos e não o abraço das pessoas que nunca vi na vida na praia de Copacabana, todas unidas pela mesma energia dos fogos e do aperto. Mas se tu viesse pra cá, enfrentava até essa loucura toda fazendo de conta que to achando é bom e no fim eu ia tá mesmo, só porque tu quer ver o mar. Eu também queria ver o mar - mas não o de Copacabana. Queria as águas mornas de Japaratinga que vocês sempre vão e eu sempre to no Rio participando de longe, de alma. Todo mundo nu correndo pela areia e se amando muito, cada ano mais. A real é que tá cada um num canto, sendo adultos e apertando F5 (não aprendi ainda que botão faz isso no mac!) na página da Gol pra ver se um milagre acontece.
Eu aqui no Rio, tu ai em SP (fora o povo em Recife e o povo na Bahia). Uma ponte aérea tão banal e tão cara nessa época. Ou um trânsito quilométrico que não tem razão de enfrentar "só" por conta do mar. "Vou imaginar uma praia, só isso. Desenhar num papel ofício e mentalizar bastante", foi o que tu falasse na mesma hora que eu disse que ia desenhar uma praia pra tu e te enviar. E tu não acreditou e pareceu querer mais isso que o próprio Rio. A gente sempre comprando a ideia mais absurda do outro. Me aguarde, que tu sabes que levo tudo muito a sério. Amanhã é meu dia de folga e faça chuva ou faça sol, vou pegar minha câmera e dar um rolé geral pelas praias e fotografar pedaço por pedaço de mar, um bocado de mar. E vou imprimir tudinho e criar um mosaico só pra tu. E te enviar pelos correios: um mar pra você.
Ps- Espero que tu tenha esquecido da existência desse blog e só veja essa postagem quando o mar já tiver invadido SP.
Te amo que só!
segunda-feira, novembro 30, 2015
Func, Shfum, Xero
Podia ser uma língua aborígene, não fosse tão mais simples. E ao mesmo tempo tão mais complexo. Um xero, pra mim, não é um cheiro. É todo o entorno, antes e depois. Um xero é ato e consequência de um cheiro. Ato: cheira-se até quase a exaustão (ou não) pra no futuro próximo poder lembrar e usar esse xero nas lembranças. Consequência: carregar um pedaço da outra pessoa por onde for. Um presente que levamos sem pedir, coisa nossa. Mais íntimo que um beijo, visto que a outra pessoa não precisa, necessariamente, participar da ação pra que ela exista. Ato: cheira-se ao vivo. O momento é aproveitado e caso vire mais do que um cheiro, ele vira um xero. Consequência: depois da existência de um momento ao vivo, ai sim mandamos xeros. Mas a verdade é que isso é uma invenção da moça que vos fala. Acho um modo tão bonito de se despedir ou cumprimentar alguém querido que não acho justo que ele, o xero, se resuma apenas à palavra e fim. Tá todo mundo por ai enviando xeros apenas por força do hábito ou bairrismo, sem nada antes ou depois. Mas ai tudo bem também, cada um com seu cada qual, há quem diga eu te amo só porque ficou mais fácil e eu não tenho nada com isso.
E que os cheiros virem cada vez mais xeros que virem cheiros que virem xeros que virem uma conta que não fecha! Func, Shfum!
E que os cheiros virem cada vez mais xeros que virem cheiros que virem xeros que virem uma conta que não fecha! Func, Shfum!
Até a última casquinha
O machucado se abre e sangra. Sangra de escorrer, como deve ser, como faço por onde. E se não for assim eu não quero. Arranco casquinha por casquinha só pra sentir a ardência de cada uma. Uma a uma. Fria e calculista na minha própria causa. Até não haver mais casquinha alguma pra ser arrancada e me restar, tão somente, ir embora.
Amor é um negócio que não tem cabimento ser meia bomba. Dor também não.
domingo, novembro 15, 2015
Dormir junto
A maior questão sobre dormir junto com quem não se tem o costume de dormir junto, não é a noite, o ato, o quarto escuro e o se virar para o lado em um sono cuidadoso. [Sim, cuidadoso porque estamos ao lado de alguém que quase nunca estamos e pelas próximas horas, sem palavras, só tato ou uma busca por espaço.]
A maior questão é que dormir junto significa irremediavelmente acordar junto, não necessariamente ao mesmo tempo, mas no mesmo lugar. Com o mesmo raio de sol informando na fresta da janela que o dia amanheceu. E agora? O relógio do celular avisa que já tá na hora de não estar mais ali, mas o corpo dele, morto ao seu lado, diz o contrário enquanto te puxa pra perto de olhos cerrados. É possível que alguém esteja te esperando ou quem sabe dormindo, dormindo com outra pessoa e sentindo a mesma coisa. Da parte dele também. Da parte dela. De todas as partes. Uma conta que não fecha - essa loucura humana que somos. O hálito que tá estranho, a intimidade que se cria e se recria, a quase dor na consciência - ou a completa falta dela. A hora de ir embora. Até logo, até breve. O restante do dia inteiro com a pessoa no corpo, no cabelo, no queixo, no peito. E todo o vácuo no restante, a reconstrução do dia com aquela ausência-presença.
Dormir junto é sim muito mais grave do que qualquer transa gostosa que termina no meio da noite.
quarta-feira, novembro 04, 2015
Um sertão no peito
Tenho o coração vasto e todo repartido. Tem parte partida em mil pedacinhos. Tem pedaço inteiro e árido feito o sertão, empoeirado, cheio de galhos e gados magros. Tem pedaço farto banhado por um rio de águas claras e bem fresco feito o Itaparica, lá junto do São Francisco e a outra banda pega fogo feito pôr-do-sol no céu sertanejo, de um laranjume e luminância que não têm igual em canto nenhum. Meu coração é feito de estradas, largas, de perder de vista, nuvens espalhadas de vários formatos: um coração brincante. É também igual vela que acende e apaga e acende e tem a chama mexida pelo vento e dança pra lá e pra cá em cima de mesa de madeira pesada e lascada pelo tempo dentro das casas de táipa, naquele lugar que ninguém foi, ninguém viu. Tem estrume também, que ora aduba, ora se deixa merdificar por tempos. Tem, com muita fome, vontade de percorrer todo o pedaço de mundo que puder, pra se repartir em mais pedaços, pra perder o fôlego e a condição de estar sadio e depois, miudinha, se dissolver e voltar a viver dentro de mim. Meu coração é um besta, é argila, é poço fundo, é arenoso, é liquido, é fluido, é travoso, tem de tudo. É um tudo. E o que ele menos é, é um músculo.
quarta-feira, outubro 14, 2015
Sobre expressões e lugares
Aprendi que o RJ é bastante democrático: se não temos dinheiro pra gastar, ainda podemos gastar onda e pessoas. Justo!
quinta-feira, julho 02, 2015
Ego, estúpido ego
Antigamente as pessoas faziam as coisas e, posteriormente, levavam os louros, se louros tivessem. Hoje invertemos as ordens: primeiro arrotamos pra depois comer.
Por que?
Por que?
terça-feira, junho 23, 2015
Sobre o não São João
É estranho demais hoje ser uma noite comum, uma terça-feira qualquer onde todos dormem sobrios e sem cheiro forte de fumaça entranhado nos cabelos. Noite que não antecede um feriado longo e cheio de peido de véa, rojão e aliada numa sacola prontos pra fazerem zuada por todos os cantos. Hoje não tem cachorro se mijando de medo com tantos fogos no céu. Hoje não tem um céu limpo, limpíssimo e fumacinha saindo da boca enquanto espera o milho assado assar. Hoje não tem quadrilhas enormes, com marcador, pintinhas na cara, dente pintado de preto, rainha do milho, noiva, noivo e galope. Hoje não tem sequer um pé de serra vagabundo tocando na esquina, que dirá em todas as esquinas e arredores. Também não tem barraquinhas enfeitadas com uma infinidade de comidas típicas pelas ruas. Trajes típicos à venda nos sinais de trânsito para os retardatários, também não tem. E nem a dúvida cruel sobre em que festa ir, se fico ou se vou para o interior. Se Aldeia ou se Olinda.
Hoje não tem aquela euforia no peito de tanta alegria que essa noite traz. Hoje é um dia estéril por aqui, esquisito sempre e não tem Luiz Gonzaga tocando no Spotify que dê jeito.
Hoje não tem aquela euforia no peito de tanta alegria que essa noite traz. Hoje é um dia estéril por aqui, esquisito sempre e não tem Luiz Gonzaga tocando no Spotify que dê jeito.
segunda-feira, maio 04, 2015
7h30
é tarefa dificil sair da cama quentinha para o chão frio de manhã tão cedinho.
você ali, com a pele mais lisa e alva do que todo o restante das horas. os lábios entre-abertos, por vezes com pedacinho do dente graúdo às vistas. e meu tapa olhos fazendo o papel de cortina. levanto devagar pra não te acordar mas te dou um cheiro pra você saber de mim. e o cheiro é retribuido como num sonho, vagaroso. penso que é a parte mais dificil do dia, te deixar ali. correr talvez fosse o mais seguro, escapar, mentalizar qualquer outra coisa. mas é justamente quando você, astuto, coloca apenas um olhinho na beira do
você ali, com a pele mais lisa e alva do que todo o restante das horas. os lábios entre-abertos, por vezes com pedacinho do dente graúdo às vistas. e meu tapa olhos fazendo o papel de cortina. levanto devagar pra não te acordar mas te dou um cheiro pra você saber de mim. e o cheiro é retribuido como num sonho, vagaroso. penso que é a parte mais dificil do dia, te deixar ali. correr talvez fosse o mais seguro, escapar, mentalizar qualquer outra coisa. mas é justamente quando você, astuto, coloca apenas um olhinho na beira do
tapa olho. apenas um olhinho pra fora, quase aberto, quase fechado, mirando o restante do meu mundo inteiro e, minguando ali, minha única chance de não me atrasar.
Assinar:
Comentários (Atom)
