segunda-feira, junho 30, 2014

Future Me

Exatamente um ano atrás eu escrevi uma carta pra mim, para o futuro, para um ano depois. Essa carta chegou hoje no meu e-mail. É o terceiro ano que faço isso e a cada ano é mais fantástico de ler. Minha conclusão é de que essa conversinha de que um ano passa ligeiro já não cabe mais em mim, ao menos na quantidade de coisas que acontecem e mudam, em mim. E no outro. Agora é hora de escrever a próxima!

http://www.futureme.org/

terça-feira, junho 24, 2014

Cachorros loucos

Bomba rojão dentro do buraco do tijolo, cabeça de nego na garrafa pet, peido de véa direto na brasa da fogueira, aliada por todo o quintal, um traque de massa que seja perdido entre o pó da serragem pra estralar no pé do povo, na testa, no dente. Nada. Nadica de nada na minha sacola de São João - e não de Festa Junina...

sábado, junho 21, 2014

Tropicália

Como pode uma única música dar uma cambalhota na cabeça e te levar a outro lugar, tempo, pessoas? O mais incrível é que acontece sem que a gente tenha controle a respeito. 

Hoje é sábado de manhã de junho de 2014 e, ao colocar Caetano pra embalar minha manhã de arrumações, sou cortada na veia por Tropicália. Parei tudo. Ouvi e cantei inteira, não acreditei no que tava acontecendo. Lá estava eu dentro do 308 voltando do Condado de Cascais pouco depois de ter deixado o papo gostoso com Ana paula no ponto de ônibus em frente ao Porcão. O almoço havia sido macarrão com molho pesto e mais fofocas, a Lê visitando a gente no restaurante só pra que a gente pudesse falar mal do chefe em paz. 

Dentro do ônibus, sentido Flamengo, ele me liga de dentro do Zona Sul pra saber o que falta comprar para o jantar. Tá um trânsito tão imenso, nem tão cedo vou chegar por aquelas bandas, mas não importa, no meu fone de ouvido Caetano canta Tropicália em looping, eu canto tropicália em looping. Decoro ela inteira, rapidíssima, tiradíssima, genialidade em música. E me balanço dentro do ônibus. E vejo a hora do ônibus passar direto naquela curva e mergulhar dentro do mar de São Conrado. Penso que seria uma maneira bonita de se morrer, ao som de Tropicália, no mar. Dá vontade de sair correndo, de gritar, de amar.

É cedo da manhã e preciso pegar o metrô e o ônibus de integração para a Barra da Tijuca. Sento na cadeira (com sorte) e dou o play. Escuto mais algumas pra disfarçar meu atual (e demorado vício):Trem das cores, Podres poderes, Água, Lua e Estrela, Cor Amarela, Tigresa, Odeio, todas as demais da lista que já foram e voltaram e foram vícios e viraram eternos amores. 

Era fim de namoro, fim decretado por decreto, sem dó e nem piedade, com poucas palavras ecoando em um quarto, lágrimas descrentes e muitas bagagens para serem levadas embora dalí: físicas e emocionais. Tavez a manhã mais dífícil da minha juventude. 

Indo encontrar os amigos, Tropicália no fone de ouvido. Tropicália durante os espaçamentos de conversas durante a noite ecoando na cabeça. Noitadas, madrugadas, chegar no trabalho ressacada, um sentimento esquisito, quase culposo mas também aliviante de liberdade. Era preciso. Tropicália, agora, revezava com Água. Pelo momento, pela melodia, pelo vídeo lindo de Caetano cantando tão sereno. Uma serenidade que eu queria pra mim e para o outro algum dia, mas que era impossível de alcançar naquele período de praia, festas, amigos, mar, bicicleta, uísques e decisões. 

A liberdade de Tropicália e o desejo do melhor ao outro de Água precisaram dividir o espaço com Deusa do Amor na voz do filho de Caê. E os sentimentos foram se misturando. E dando espaço pra Água de côco de Marcos Valle, Deixei Recado de Donato e For no One, dos lindos. Minha quadrilha viciante tava formada naquele verão que custou a acabar. 

Hoje, ouvindo apenas essa música, pude perceber que nem eu sabia o quanto essa música havia sido importante nesse período de transição de sentimentos. O mais instigante é sentir, nesse sábado de manhã de 2014, o quanto esse período Tropicália foi importante pra chegar até aqui, hoje, nessa manhã tranquila de inverno, tintas, obra quase concluída em casa, de coração cheio, de novas músicas, conquistas, histórias, sabores, esperanças, projeções e expectativas.

Obrigada Caê por sempre trilhar musicalmente as minhas fases, desde que eu era tão pequenininha.

<3

quinta-feira, junho 19, 2014

Aeroporto

Lugar onde meu coração bate destrambelhadamente rápido de contentamento: chegada. Ou parece que deixou de bater por completo de tão oco: partida.

quarta-feira, junho 18, 2014

Lembrança suave

Era hora de ir embora e, já dentro do carro, a minha pequena baixou a cabeça, em silêncio, enquanto não disfarçava uma gotinha de lágrima se formando por dentro daqueles olhos tão bonitos que ela tem. Papai pergunta: "por que você tá assim, Sofia?" Ela se vira pra mim e deixa a discrição de lado falando "é que eu gosto muito de tu, vou ficar com muita saudade" e me abraça longamente e apertado. Eu, que nunca me aguento, desato a chorar e a tentar disfarçar o impossível. Respiro fundo e, antes de largar do abraço, limpo as lágrimas na palma da mão pra que ela não veja e fique ainda mais triste. É preciso acalantar aquele coraçãozinho, é apenas o que penso, enquanto arthurzinho, alheio, pede seu homem aranha que ficou em casa.

"Logo nos encontramos novamente, você sabe que sempre nos encontramos, não é?"

"Uhum..." (ainda triste)

"De repente Arthurzinho pode comemorar o aniversário dele, em outubro, lá no Rio, ia ser muito legal"

"Ahan!!! ia ser muito legal!!! No parquinho!!" (sorrindo)

"E tu lembra que teu aniversário do ano passado foi lá no Rio, Sofia?"

"É claro que lembro!!! O lanchinho que tu fizesse. E também que eu ganhei um balão da minnie muito lindo da tua amiguinha, num foi??"

"É, foi..."
 

quarta-feira, junho 11, 2014

Arthur e o tempo

"ai amanhã os golfinhos tavam muito lindos, num foi, Carlinha?"

terça-feira, junho 03, 2014

Mapa astral surreal

O dia-a-dia é tranquilo, tudo bem, a rotina easy going, erro muito, aprendo rápido, questões, relações, resoluções, sintonias, enquadramentos, o naturalmente, o deslizar, insights. meu namorado sorri largo e também se comove e emociona com o belo. quando triste, ele deita no meu colo dentro de um abraço e tudo volta a ser conforto, quentinho, suave.  minha paixão é recíproca, meu amor é regado. não tenho dor de amor partido, alfinetado, mal resolvido, mal vivido ou mal amado. minhas saudades são mutuas. meus amigos, que não são muitos mas fundos, estão pelo mundo afora e ao mesmo tempo bem pertinho. minha mãe me chama pra construir junto com ela mas precisa de um puxão, que eu dou com prazer. meu pai diz que tá tudo bem e compara corpo humano com baldes de frutas, acerolas e mangas. meus irmãos crescem longe de mim mas perto no coração. o dinheiro não é muito mas não me falta. tá tudo certo, é tudo água, olho pra fora e gosto da chuva. é tudo Peixes.

Mas quando bate a peste ariana, não carece mais de uma frase pra explicar, 'pedindo licença': minha pomba gira perde feio. 

Áries, querido, não adianta seduzir os demais com seus truques, criatividade, arte, seu sexo, carisma, luz, beleza, espirito livre e títulos de poemas e músicas pra disfarçar esse cão que te carrega. Aceita que, querendo ou não, tem um peixinho nadando no meu Aquário, dentro de mim, tomando espaço. Não adianda teimosia. Um peixe que tá com uma vontade danada de crescer ainda mais, tomar corpo e amadurecer, te ofuscar, que grave, te ofuscar, como nunca quis antes nessa vida astral. 

Último conselho: pra sobreviver, sugiro que conviva bem com ele. 

segunda-feira, junho 02, 2014

Presente doce

Saco cor-de-rosa cheguei
Dedos empoeirados
Pipoca sorteada com uma crosta a mais:

De açúcar
E de amor